quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ano novo e prosperidade aos bikers... devaneio para marcar a data!

Chega então o marco de um ciclo... mais uma coleção de eventos marcou e encerrou um ano. Nada de novidades extraordinárias em tecnologia ciclística como eu gostaria de apresentar ou comentar, mas um bom ano. A crise mundial reforçou a necessidade de usarmos mais a bicicleta para poluir menos, para termos mais saúde, para custarmos menos ao sistema. Um ano se passa, e um ano se joga pelo ralo se não aprendermos... parece nostalgia, se mistura com nossos problemas e alegrias, entre bicicletas, eixos e parafusos. A alegria de superar, seja qual for o obstáculo, um audax, um problema financeiro... nada perto de problemas de saúde, e sadios estamos, graças! Tenho poucos e bons pedidos para 2010. Um deles extensivo aos colegas, peço em nome de todos, paz, de maneira geral, em especial de trânsito. Outro pedido, iluminação a sociedade brasileira... em especial aos servidores do país. Por último, saúde a todos!
Um abraço e um excelente 2010!

Texto e foto: Roberto Furtado

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Continuidade em 2010

Então... acabei encerrando 2009 na promessa de mais alguns projetos de restauro e de novos testes. A vida de biker é assim, depende do bolso, do tempo e de recursos profissionais disponíveis. Embora um dos projetos esteja praticamente pronto, não está... a Trek 470, tão falada, aguarda a cromeação da mesa em Cr-Mo. Sim, isto mesmo, consegui uma mesa assim, precisando refazer o cromo. Também uma GT Rave em fase final de remontagem, porém nada original, diferente da Trek 470. Também haviam projetos de uma Giant Alegree e uma Peugeot turismo 3 feminina, que me colocam dúvidas de continuidade, devido a distância em que se encontram de finalizar. Restaurar uma bike de início ao fim é um tanto quanto trabalhoso, requer um tempão! Definitivamente, nada é tão fácil... nem tão barato, nem tão monótono, quanto comprar uma bike em loja, quando o assunto é restauração! Enfim, o novo ano esta aí, e logo mais daremos continuidade a tantas coisas que desejamos... uns com seus desafios de uma série Audax, outros com seus projetos de restauração, outros com as duas coisas... o que vale é tentar, cair, tentar de novo, e "roda pra frente"!
Roberto Furtado

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Desabafo do biker em fim de mais um ano

Mais um ano... Caminhamos todos em direção a algo, nossa cultura e nossos desejos são os fixadores de nossos hábitos. Não esquecemos, não mudamos, não lutamos contra o sistema. Ao som de músicas que ouvia quando moleque, descrevo este texto, relembrando sensações e energias de Ramones, Spy vs. Spy, Legião Urbana, dentre outros que compunham a vida musical de minha época. Hoje, sou algo que nem compreendia na época, e deve ser por isto que os mais velhos sempre dizem a nós: "Um dia você vai saber!" Talvez sim, talvez não, se você pensar... possivelmente, mas se você estiver sempre em ritmo de alienação, um certo talento, então você apenas passa pelas coisas e somente se elas cairem em cima de você é que pensará a respeito. Eu descobri que como biker sou feliz, pedalo pouco, mas ainda assim um privilégio... privilégio de preservar o planeta quando vou trabalhar de bicicleta, e de minhas próprias adrenalinas em descidas e subidas vencidas. Meu sangue continua a correr, e talvez isto seja a maior sensação de estar positivamente vivo, já que hoje liguei a TV na hora do almoço, e só assisti tragédias. Receio que a vida não seja de todo ruim, como a RBS, Record, e outras ditadoras costumam afirmar diariamente ao "meu" meio dia, mas a sensação imediata vence qualquer bom humor. Fiz tantas coisas e ainda não fiz nada, sensação que tenho quando penso a respeito de longividade. Gostaria de pedalar muito mais, pescar um pouco mais (já que raramente vou), e se me deixassem simplesmente escolher, a televisão teria apenas National Geografic, Discovery e Animal Planet. Também não iria mais aonde as pessoas se acumulam em espera, pq meu humor vai pelo ralo. Me sensibilizo no meio em que estiver, e logo externo minha insatisfação, taxando-me de chato e crítico, pq ainda penso. Outro dia, através de um cliente, e agora amigo, revivi o pensamento sobre o bem o mal, e quase me esqueci da essência do contexto em que vivemos. A frase dizia, sobre minha ótica interpretativa, que não era de se espantar que os ruins, maus, e corruptos saissem como baratas dos bueiros... mas sim como os bons, sim, os bons... como os bons podiam ficar em silêncio? Então eu pensei... e concluí que os bons estão divididos em grupos, e talvez alguns pensem que as coisas deliberadamente melhorarão de forma natural, outros dirão que nada mudará, mesmo que seja feito o maior esforço do mundo, outros esperarão por um salvador, outros nem sabem o que fazer... Eu, não sei o que fazer, entre meu ceticismo e minha covardia, me encaixei entre a fenda e tento me proteger. Na esperança de que a luz chegue até nós, e que possamos cuidar melhor uns dos outros e da nossa casa, o tal "planeta azul".
Desculpem-me os colegas ciclomaníacos, mas hoje revoltei-me com o sistema, e não consegui pensar em bicicletas. De qualquer forma, vale a reflexão, e quem sabe se todos pensarmos juntos, alguma coisa melhore... como mágica, mágica de pedalar.
Um abraço
Roberto Furtado

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Manutenção e conservação da bike com finalidade ecológica

Alguns componentes parecem menos importantes que outros, mas na verdade qualquer material tem tanta importância quanto um câmbio traseiro. Uma bicicleta é feita de um conjunto, e a ausência de qualquer dos itens transforma a bike em um veículo ineficiente ou incompleto. Pode este componente permitir que a bike se desloque sem grandes problemas, como pode a bike parar sem qualquer chance de trafegar. Uma caixa de direção ruidosa, não impede que o ciclista chegue ao destino, mas reduz muito o prazer de pedalar... em casos mais graves, cuja a caixa de direção se apresenta "trancando", pode acarretar num belo tombo. Nesta questão de segurança, qualquer item, seja simples ou não... é importante, e economizar pode ser o mesmo que perder um passeio. As vezes fico avaliando alguns extras, peças que parecem ser mais enfeitadas do que exatamente boas, mas esta crítica e capacidade de avaliar pode estar relacionada ao bom e ao mau biker. Bom e mau no sentido da compreensão e entendimento no assunto, não em caráter... interprete o contexto do assunto. A diferença de um bom biker não esta no bolso, pois ele pode ter uma bike extremamente simples aos olhos de um comércio e de outros colegas, mas a prova de que ele fez boas escolhas esta no número de vezes em que ficou na mão. É comum ver bikers empenhados com bicicletas de renome, como trek, scott, gt, cannondale, etc... Geralmente as grandes marcas estão prontas ao sair da loja e enfrentar grandes distâncias sem qualquer impecílio, mas após uma série de manutenções necessárias e mau executadas, transformam-se em lixos ciclisticos. Isto me lembra uma situação onde comprei uma trek 4000, onde não havia outra maneira de recuperar a bike. Troquei tudo... não deu pra aproveitar nada! Salvei a bicicleta da extinção e dei nova vida a ela. Vendi esta bicicleta, e hoje seu proprietário é um biker feliz. Comprei relativamente barato, mas gastei tanto para ressucitar a bici, que praticamente a vendi pelo valor que me custou. Alguns pensariam que eu seria um tipo de louco... até com vocação para trouxa, mas gosto tanto de bicicletas, que até a restauração me deixa feliz. Não gosto de fazer com pressa, gosto de curtir, refletir... ver aonde vai acabar. Se não fica bom, volto, refaço o caminho, tento chegar próximo do desejado. É surpreendente o que as pessoas fazem com os carros, mas é mais notável ainda como sabem destruir bicicletas... não com o uso exatamente, mas com o descaso, escolha ruim de peças, a legítima falta de consideração com algo que só traz felicidade. Para conservar bem a bike é necessário refletir antes de trocar alguma peça, pois existem motivos de sobra para que uma bicicleta venha com uma certa composição de peças. O fabricante nem sempre é apenas um "desvairado" que visa lucro, ele também objetiva a satisfação do comprador. É o caso clássico as marcas citadas antes, que mesmo com composição simples nos modelos de largada, usam componentes e peças de qualidade e durabilidade satisfatórias. É difícil de compreender um motivo para não dar manutenção na bike, pq se ela parar, você volta para o ônibus ou para o carro. O km rodado em uma bicicleta é tão barato, que talvez seja mais barato do que contabilizar o consumo do solado do tênis gasto se você percorrer a mesma distância a pé. Reflita! Bicicleta é meio de transporte, meio de lazer, meio de vida... vida saudável, vida colorida, opção de desprendimento, onde o biker contribui para um planeta mais bonito e limpo. Uma bicicleta muito danificada é a garantia de retrocesso e sustentação de um sistema que esta nos arruinando. Mantenha, cuide de sua bike! Nós precisamos dela por estes motivos que descrevi. Se você lubrifica as peças com certa frequência, há uma chance muito grande de que estas peças durem pelo menos 30% mais. Estes 30% representam uma economia no seu bolso, e menos poluição! Não pense que uma peça polui somente quando vai ao lixo... esta peça que você tem na bike, e vai jogar fora, precisou de um processo industrial bastante poluente, como todo industrializado, especialmente compostos poliméricos. Poluimos a água usada no processo de fabricação, no processo de obtenção do material, no transporte... em tudo que se fez para chegar ao processo final. Cuide da sua bike!

Texto e foto: Roberto Furtado

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Criticando a "fabricação" Nacional e o País

Existem coisas que devemos dizer, outras que devemos relevar e omitir, mas outras... devem ser criticadas como forma de exigir melhorias. O mercado nacional é representado de verdade por poucas empresas fabricantes de bicicletas. Não é de hoje que não existe nada que preste no mercado nacional, e não é exatamente culpa integral do fabricante, mas também do sistema e do próprio mercado. Somos hoje, representados por duas ou três marcas apenas... as demais não geram volume ou reputação de qualidade para se levar em conta. A caloi, uma tradicional marca, ao meu ver já não é mais a mesma da década de 90, quando vinha comprovando uma ascensão de qualidade. Já na época haviam "problemas" nos projetos se as mesmas fossem comparadas com grandes marcas... e não havia como afirmar a mesma qualidade. Bicicletas desalinhadas, qualidade de solda deixando a desejar. Se houver dúvida, compare a continuidade do cordão de solda de bikes da mesma época, entre uma GT ou Trek e uma Caloi. De lá pra cá, o visual e a geometria adotada mudaram, mas alguns detalhes são percebidos por bikers de maior nível e conhecimento específico. Continuam havendo as diferenças... sinto-me triste quando penso que a maior fábrica nacional, ainda deixa a desejar quando comparamos em nível mundial. E a responsabilidade não é só da empresa, mas também do mercado consumidor que não valoriza o que é bom quando se tenta inserir um novo produto no mercado. Também temos a Sundown que insiste em convencer o consumidor de que é nacional de qualidade, quando sabe-se que a bike praticamente é montada aqui no Brasil... isto não é fabricação, nem tradição em fabricação, mas o consumidor brasileiro por desconhecedor dos fatos, também entra pelo cano. No fim, para fugir de altos valores, o comprador de uma bicicleta acaba caindo na rede brasileira de bicicletas, que é extremamente pobre em qualidade. Pelo menos até esta data seremos obrigados a consumir estes materiais, talvez por falta de preparo e conhecimento de nós mesmos! O curioso é que o próprio país dificulta produzir, carregando arduamente em impostos, de forma que o produto nacional de melhor nível, fique quase tão caro quanto um produto de nível acima, que vem do exterior, e que se paga também por uma marca (de tradição). Por falta de opção, sigo meus instintos nas bikes importadas, com espírito e marca, também importados.
Roberto Furtado

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mais Cyclocross



Algumas fotos arrancadas da net de ciclocross (cyclocross). Nada contra mtb, pelo contrário... o mtb foi a grande explosão do ciclismo radical e suas propostas. Tive um penca de MTB's, e ainda acho ela a melhor de todas quando o assunto é versatilidade. A pergunta que me fiz... Se o MTB tradicional usa aros 26", pq estão fazendo MTB's de aro 29? Talvez pq o aro 29, bem como o aro 700, sejam melhores para ultrapassar pequenos obstáculos... roda maior, maior diâmetro, maior facilidade de se transpor sobre os obstáculos. Ou seria apenas uma jogada comercial das grandes marcas? Sim, poderia ser... pq as bikes 29" custam muito $$$ ainda, e haveria de ter uma justificativa para cifras maiores. seja como for, acho toda forma de pensar bike, uma excelente proposta, vale ouvir e experimentar cada uma, e tirar suas próprias conclusões. Não tem nada pior que repassar aquilo que se houve, interpretar é uma qualidade que deve ser exercitada.
Roberto Furtado

"All Cyclocross"


Meses atrás escrevi sobre o cyclocross (ou ciclocross), e na verdade compreendi melhor o tipo de conceito, quando descobri que fora esta modalidade que "antecedeu" o MTB e suas variedades. As vezes fico aqui pesquisando sobre o cyclocross, e me surpreendo com a capacidade destas bikes. A versatilidade de uma bike é grande questão. Logicamente não faremos XC ou AM com uma bicicleta de aro 700 e pneu estreito, mas existem pneus específicos para viabilizar sua 700 em uma fora de estrada, como é a proposta do cyclocross. O cyclocross é muito próximo do conceito de uma speed robusta, usando os mesmos componentes, inclusive trocadores e relação. Também é muito próximo das bikes para touring, estas que de guidão reto, perfeitas para o uso urbano. O problema e especificidade do material esta na capacidade de aceitar aros e pneus largos, o que é impossível em uma legítima road bike (speed). Porém, já havia percebido que uma dita "híbrida" é o caso mais perfeito para encaixar-se nesta modalidade de cyclocross, modalidade tão rara, e bike mais ainda na atualidade. As híbridas são bikes de ciclocross adaptadas com guidão reto, selim confortável, pneus urbanos, etc. Revertendo o processo, usando a alma da (hibrida), teremos uma bike de ciclocross com tecnologia moderna, custo relativamente baixo, e um material altamente específico. Material específico... e reversível se o ciclista assim desejar.
As duas fotos acima, representam a Trek 700 original, e em seguida a bike adaptada para cyclocross. O proprietário deveria ter optado por pneus maiores, pois este modelo aceita tranquilamente pneus 700 x 42. Talvez ele estivesse mais interessado no estilo do que na própria finalidade, mas achei as fotos do antes depois muito boas para exemplificar. Não podia perder a oportunidade. Também é lógico que o grau de investimento é pessoal, e a opção vai do tamanho da intenção e real finalidade do projeto. O pedevela me parece ser um shimano exage biopace, no tempo em que se usava com frequencia pedevelas com coroas de aço niqueladas e com combinação de 48 - 38 - 28 dentes. Uma ótima opção, ao meu ver. Me parece que o quadro é de Cr-Mo... então já tem meu voto! rsrsrssrrs
link das fotos e do projeto:
Roberto Furtado

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Pedal longo e coisas da vida

Conversando com um amigo que não pedala, relatei situações sobre as pedaladas longas. Chamo de longa pedalada qualquer uma que tenha mais de 100 km, pq esta distãncia já é uma distância razoável para o preparo que tenho... quase nenhum. Não sou profissional do ciclismo, e nunca fui. E lógico que aos 33 anos nem pretendo ser. Se me perguntassem como eu faria se pudesse "resetar", bom, eu diria apenas que faria tudo exatamente como fiz para chegar aonde estou. Não mudaria nada sobre o resultado, pq eu deixaria de conhecer as pessoas que conheço hoje, as quais eu não imagino viver longe. Amigos, família... até uma cadela que chamo de filha, e que me é tão companheira. O amigo, sentado ao lado refletindo sobre as histórias de pedal, lembrou-me que sempre fui teimoso... insistente até em erros. Concordei, e agradeci... e depois ele completou. "Tu foi assim a vida inteira, pq não haveria de ser tão teimoso em cima de uma bicicleta?" Eu disse que não sabia pq era assim, só sabia que era teimoso, e que as provas longas me faziam pensar como duas pessoas diferentes... uma sendo comodista dizendo para não fazer mais isto, e a outra dizendo para fazer, pq eu era maior que qualquer dificuldade que poderia me ocorrer na vida. Hoje, acho que entendo um pouco de superação... driblei uma depressão que faz parte do passado, sou feliz, mais maduro, e vi que tudo que passei me fez melhor e maior. Os ocorridos... fatos ruins, como simples e pequenas belezas, nos formam, definitivamente. "Somos feitos de tudo que vivemos, mas escolhemos o que seremos!"
Roberto Furtado

Colegas de pedal... no Chile!

Alguns bikers aqui do RS resolveram fazer uma aventura. Esta aventura é relatada com fotos. Quem são estes rapazes aventureiros? Eles pertecem ao grupo da ACZS (Associação Ciclística Zona Sul). Eles chamaram a aventura de "Expedição Ciclomeridional". Um deles, Fernando, tive o prazer de conhecer. Conversando com ele, percebi que se trata de um biker experiente, além de atributos especiais para esta prática de ciclismo de longa distância, um touring de longa data. Fernando é Engenheiro, e tem conhecimento técnico em diversas questões sobre pavimento, altimetria, conhece bem detalhes que a maioria desconhece. Neste momento estão pedalando... e com certeza terão belas histórias para contar. Para saber mais, visite o site da ACZS, esta sendo atualizado com frequência. Boa sorte aos rapazes.

http://aczs.wordpress.com/

Roberto Furtado

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Espectativas para a linha 2010 e Reflexões sobre 2008 e 2009

Chega mais um fim de ano, o tempo "voa" no piscar de olhos. O lado do bom do tempo que passa rápido, para nós ciclistas, é poder ver lançamentos das grandes marcas. Já não crio mais esperanças quanto ao tipo de material, pq esta consagrado o aluminio e o carbono como materiais "permanentes" do mercado atual. Logo logo devem entrar os quadros em termoplásticos e coisas do gênero que uma vez vi anunciados como projetos do futuro para grandes marcas... anos atrás! Estranho que até agora ainda não os vi, muito menos em linha de produção como imaginei, devido a velocidade de confecção destes. Uma injetora e um suspiro, e pronto! Estaria feito o quadro em segundos... finaliza-se o processo e monta-se o quadro. Rápido como nenhum outro para fabricar, barato pela quantidade em pequeno tempo, parecido com carbono em acabamento nos encontros dos tubos, leve, nem tanto quanto carbono, mais que o aluminio, flexível como o aço... sim é possível! Nem pintura necessitaria, acabamento superficial perfeito, como nos parachoques, painéis e outros itens dos carros. Talvez ainda seja caro produzir moldes para tamanhos diferentes dos quadros, esta pode ser a justificativa da demora. Não me surpreendo mais, pq as tendências foram abaladas em investimentos após a crise de 2008-2009, e a recuperação é uma inércia que os entendidos insistem em explicar (como se fosse possível explicar algo tão psicológico como a economia mundial). Sinto que o tempo realmente passou... para quem andou sobre bikes de Cr-Mo, o tempo se foi, não voltará mais a não ser para quadros cujas as cifras superarão 5, 6, 7, 10 vezes os quadros de aluminio mais baratos. Também... pq fabricar quadros que duram anos? Vender quadros que duram 4-6 anos, se tanto, são mais lucrativos. O giro é importante, talvez a economia mande na escolha dos processos, na nossa forma de vestir, andar, respirar.
O que esperar de 2010? Espero lançamentos, desenhos novos, novas tecnologias para aproveitar com maior desempenho estes materiais que vieram para ficar. Vi que a GT bicycles esta com uma linha bastante atraente, como era de se esperar de uma marca tão tradicional... tradição em andar na frente! O perfil e as formas das bikes 2010 da GT são lindos... quem já espiou, sabe o que falo.
Pensando no que realmente é importante, deixo este desejo de tanta tecnologia, e prefiro almejar paz e segurança para os ciclistas. Um trãnsito mais saudável seria um pedido mais maduro para 2010.
Roberto Furtado

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sobre os tempos do Desafio 130Km

Estava olhando os tempos do Desafio 130 (29.11.2009). Sabe-se que entre os participantes haviam grandes ciclistas no sentido de agilidade (também em caráter, qualidade técnica, etc), mas é de certa forma impressionante ver e saber. Eu jamais poderia fazer neste tempos, abaixo de 5 horas. Qualquer um que fez abaixo destas 5 horas esta de parabéns, pq isto é fruto de muita dedicação. Tem que andar muito de bike, as vezes anos até que o corpo suporte manter médias acima de 30 km em provas longas. Fazer 35 km por hora durante 10 minutos é fácil, mas fazer isto durante 4 horas e pico, aí não é brinquedo. Acho que muitos estão usando os desafios e Audax para finalidade de treino. O bom é que enriquece o nível de prova, e se treina com suporte e uma relativa segurança. O ruim é que não se aproveita o cenário, deixa-se passar muita coisa... olha-se mais para o colega da frente, para o asfalto onde o peneu vai passar, do que para as paisagens, que depois do segundo pedágio, eram verdadeiramente lindas.
Parabéns a todos, especialmente aos homens e mulheres de aço.

Roberto Furtado

Single speed... quero uma!

Neste último desafio, realizado no dia 29.11.2009, vi que haviam algumas bikes tipo single speed. Um dos participantes fez e me contou a experiência, o colega Fabio Lazarotto. Decreveu que a bike funciona muito bem... uma caloi 10 com as gancheiras traseiras modificadas pelo Sr° Zenger, ex-ciclista e ainda frame builder das antigas. O resultado é de uma single speed, capaz de se tornar uma fixa. Fabio conta que o projeto ficou muito bom, e que vale a pena ter uma bike destas. Dias atrás, antes deste desafio, contei a ele sobre minha intenção de montar uma single speed. Com certa frequência garimpo quadros "velhos", e os guardo para alguma invenção. É até motivo de conflito em casa, pq minha mãe fica de certa forma braba quando descobre que comprei mais uma "porcaria" para guardar. Ultimamente, depois que vendi um carro antigo que tinha em casa, ela ficou até feliz, e esqueceu das porcarias que ficam longe da vista. Tenho dois quadros que mereceriam uma transformação, embora fosse até um pecado. Como ambos necessitam de alguma recuperação em soldagem, talvez não seja um pecado ciclístico tão grave. Afinal, estaria a ressucitar algo já morto. Possivelmente opte pelo modelo mais antigo, embora sejam os dois da década de 90. Um quadro Raleigh USA que infelizmente tenha as gancheiras verticais, ao contrário de quase todos projetos da marca. Fabricado em Cr-Mo de tubos Columbus, segundo uma etiqueta presente ainda no quadro. Tenho feito um pouco de mistério sobre estes projetos em andamento, pq as vezes levo uma vida para concluir...e fico até envergonhado de ficar anunciando algo que nunca se apresenta. Como a trek 470 e uma GT Rave, quase prontas, mas aguardando atenção e peças. Todo dia penso em voltar para casa do trabalho de bike, mas o tempo não tem ajudado em nada... fora questões pertinentes do trabalho da necessidade de uso do carro. Seria muito bom voltar para casa pedalando uma single speed, consumindo muito pouco de energia, devido ao baixo peso da mesma, ao estilo dos entregadores no exterior. Muitos não compreendem este sentimento, de trazer a tona tradições antigas do uso de bikes... sim, pq muitos nem viram como se respirava bicicleta no passado, sem trocadores rapidos, apenas trocadores de quadro, e alta velocidade. Vento no rosto, liberdade, e dúvida sobre o futuro... sonhos em bicicletas de Cr-Mo e simplicidade funcional. No tempo em que o corredor regulava sua própria bike, por que gostava!
Roberto Furtado

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Desafio 130 km concluído




A espectativa sobre o clima para o dia do Desafio 130 km era de chuva, talvez apenas tem encoberto. Assim pensavam todos que acopanhavam os dias pensando na prova que encerraria o ano para a Sociedade Audax. O clima se rebelou contra os ciclistas, pois o sol que se fez no dia da prova não era visto há tempos. Com o sol de rachar a "cuca", os mais rápidos foram beneficiados (o primeiro chegou as 11:23). Um grupo bastante maciço já estava reunido no DC em torno do meio dia deste domingo dia 29.11.2009, eram cerca de 20-30 ciclistas. Infelizmente, parece que o tempo conspirou contra os mais lentos, e elevou a temperatura na casa dos 30 e poucos graus, com alta umidade, trazendo a sensação de 40 graus, tranquilamente. Tempo abafado, ciclistas valentes e determinados, alguns tombos bem verdade... talvez em função do cansaço, coisa de Audaxioso. O resultado foi a felicidade estampada nos rostos da maioria, e o fechamento para o ano foi válido, pq tivemos grandes progressos neste segmento e estilo de prova. A Sociedade Audax contabiliza números de participantes novos e veteranos, e se consagra como a maior e mais numerosa em eventos de ciclismo de longa distância. Parece que a união fez a força este ano. Um resultado devido a um grupo forte de voluntários, gratuitos e animados, amantes do esporte e com grande espírito de coleguismo. A organização, incluindo seu corpo de voluntários, segue rumo a 2010, esperando para provar o que tem de melhor.
Enquanto isto, aguardaremos ansiosamente as provas do próximo ano, com esperança de um mundão melhor, de mais paz, menos corrupção e prepotência, mais alegria e saúde.

Roberto Furtado

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cartão de rota do desafio 130 km


Estava olhando a lista de inscritos no Desafio 130 Km deste domingo 29.11.2009, e fiquei estupefato com a quantidade de inscritos. Puxa, 144 inscritos para um desafio é de se surpreender. Tenho certeza de que ninguém pensou que poderia atingir esta meta, um desafio com uma divulgação pequena e com data tão recente para lançamento. Esta prova não tinha data definida, e pouco era divulgada que ocorreria. De uma hora para outra, surge a prova... e então são 144 inscritos. Dá pra entender a vontade de fazer a prova, e dá pra entender que a organização tem se dedicado muito para atingir estes números, mas não dá pra entender outras coisas. Não dá pra entender como um País destes não percebe estes eventos, como um País destes não apoia o ciclismo de toda natureza, não dá pra entender pq o motorista desrespeita tanto o trânsito, seja ele composto por ciclistas ou pedestres. A vida tem que valer mais do que tenho visto em atitudes no trânsito. Esta questão da segurança sempre vou repetir, pq esta é a única prioridade, a vida!
Colegas, aproveitem a prova, pensem nos meus devaneios, não esqueçam de beber bastante água, nem dos itens obrigatórios, e sejam muito felizes neste domingo.
Um grande abraço
Roberto Furtado

Bike híbrida, bike de touring, commuted? Termos e confusões sobre um conceito específico de bicicleta

Recebi algumas mensagens por email, e acabei impulsionado a escrever mais uma vez sobre este assunto. Vejo que alguns colegas nomeiam a bicicleta de acordo com o uso que dão para ela, justificado pela escolha de componentes que muda um pouco o comportamento e desempenho desta bike. Não dá pra dizer que é exatamente errado chamar uma bike de híbrida, mas diante disto faço refletir sobre a palavra para ver se esta fica adequada ao termo que desejamos aplicar. Note que híbrido é uma palavra que determina uma mistura de duas situações originais. Na natureza, quando falamos de um ser híbrido, queremos dizer que houve o cruzamento entre duas espécies diferentes, distintas. A hibridização entre espécies, geralmente ocorre em espécies de um mesmo gênero. Isto para nós, bikers, pouco importa, estou mesmo é "teorizando" sobre um conceito que se criou e se insiste em usar para um estilo de bicicleta que possui caracteristicas muito próprias. Assim, poderíamos dizer que as bikes de aro 700, cuja a estrutura se parece com uma MTB mais delicada, é uma nova "espécie" de bicicleta, sem ser uma hídrida. A mistura de duas bikes poderia até existir, no caso de uma geometria específica para MTB com aros 700. No entanto, uma bike que nasce e foi projetada para um tipo específico de desempenho, não é uma híbrida.Também não é uma híbrida a bicicleta MTB que usa pneus finos... a MTB de pneus finos (ex: 26 x 1.25) é na verdade apenas uma MTB de pneus finos, uma MTB para asfalto, para ter maior rendimento. A speed geralmente não aceita pneus maiores que 700 x 28, por isto também não seria uma "híbrida" simplesmente pq ganha guidão reto e trocadores de MTB. No exterior é comum algumas marcas lançarem bikes speed de "guiadores retos" (guidão reto), e nem por isto são nomeadas de híbridas. Podemos concluir a questão de não existir a tal hibridização, a não ser pelo projetista... se ele usar alguma metodologia de ambas para obter uma bike que fique entre ambas. Se formos analisar, veremos que a bike de touring ou de commuted, ou seja lá como ela for chamada, e seja um projeto com possível aceitação de pneus de 700 x 40, saberemos que se trata de uma bike de projeto nascido apenas em cima de um conceito básico para bicicletas. Duas rodas, visando conforto, leveza, agilidade, etc... características específicas para uma bike de uso ágil e urbano. É um assunto que gera muita polêmica, e sempre vão aparecer grupos extremos para defender as versões. Vai ter gente que vai dizer que muda só as rodas, outro vai dizer que muda o centro de gravidade, outro a proporção de elevação da frente com a traseira, etc.
Já que a bicicleta que levantou a questão de hibrida é uma GT Transeo, fui direto ao site do fabricante para ver como ele denomina esta bicicleta.
Dentre os modelos que usam aros de medidas 700, existem 3 categorias para a GT bicycles: Road; Fitness/commuter; confort/cruiser.
A GT Transeo fica nesta categoria do meio, sendo uma bike commuter (viajante no sentido de bicicleta). Só que uma bike cruiser tem certa semelhança em conceito de palavra. Acho que agora entendo de onde vem estas confusões... seja lá quem criou ou divulgou uma bike "híbrida", acabou por fazer a maior confusão de todas. Enquanto eu fico mais confuso... ao estilo quanto mais estudo, menos sei, sigo pedalando e experimentando as minhas queridas bikes. As bikes do Andarilho...
ps: só não chame a minha Transeo de speed e nem de MTB! rsrssrsrs
Roberto Furtado

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Fotos da GT Transeo 2






O proprietário apareceu nas fotos desta vez... flagrado pelo companheiro de devaneio. Muita velocidade, fotos borradas, detalhe de foto da foto sendo tirada, coisa de quem não tem nada pra fazer! rsrssrsrs É, nós somos assim, quando não estamos trabalhando, estamos "devaneiando", sobre bicis, é claro! Feliz de nós que temos sobre o que falar, e escrever, bem como fotografar. Pq hoje em dia, até este tipo de hobby esta difícil de manter, não sobra tempo para nada.Tempos difíceis... sobre o aspecto do tempo.
Fotos: Raul Grossi
Texto: Roberto Furtado

Contagem regressiva do Desafio 130 km

Então pessoal... contagem regressiva para mais um desafio. Mais uma vez, a Sociedade Audax surpreende a todos com um grande número de inscritos. Todos os eventos, sejam desafios ou provas oficiais Audax, realizados pela Sociedade Audax, vem apresentando um grande número de interessados. O que tem mais valor neste grupo de interessados é a quantidade de ciclistas de alto nível. Bicicletas de qualidade, escolha de boas peças e acessórios... provas que denunciam a qualidade e experiência dos ciclistas. Acho que o evento tem tudo para ser mais um nesta história... história que deixará saudade, trará mais participantes para o futuro breve, e boas risadas. Aos participantes, não esqueçam das regras, nem da segurança, e tomem bastante água.
Boa sorte a todos, um abraço.

Roberto Furtado

Passeio Rota do Sol 05.12.2009

Desceremos a famosa Rota do Sol (RS-486) também conhecida como Transpolenta, cerca de 70 Km. Trata-se da descida da Serra do Pinto e estaremos a quase 1000m acima do nível do mar, onde uma série de túneis e viadutos recorta esse trajeto da Rota do Sol, descortinando paisagens incríveis.

Dia: 5/12/2008 (sábado)
Horário: 5:00h
Local de saída: Garagem e Posto Firenze, na Santana, 345
Desembarque: Tainhas (café da manhã não incluso)
Distância a pedalar: em torno de 70Km (só asfalto)
Destino: Curumim (litoral)
Valor: R$ 83,00
O que está incluso: transporte com acomodação para tua bike, água e frutas, excelente jantar no destino e banho em quarto de hotel.

Teremos veículo de apoio, parando em alguns pontos pré-determinados entre Tainhas e Curumim, a fim de suprir os bikers com água e frutas, bem como “recolher” o(s) colega(s) que por qualquer motivo desejarem ou precisarem interromper o pedal, embarcando sua bike.
Há a opção de banho de mar no destino, se as condições climáticas estiverem favoráveis, para quem desejar.

Esta ciclo-aventura está destinada a ciclistas de todos os níveis proporcionando assim oportunidade a todos.
Como de costume, ciclistas experientes estarão presentes e fornecerão o suporte necessário aos que precisarem de apoio.
Para melhor monitorar nossa viagem, haverá comunicação constante entre o primeiro e o último biker, através de rádios.

Não deixe sua reserva para última hora: vagas limitadas

Maiores detalhes, contate João Leite pelo 9942-6442 ou leite.jo@gmail.com

Texto: João leite

domingo, 22 de novembro de 2009

Fotos da GT Transeo 1







Aproveitando a trégua da chuva que tem caído em Porto Alegre, Raul e eu, fomos ao Parque Marinha do Brasil fazer umas fotos da minha nova aquisição. Como era de se esperar, troquei todas as peças ao meu gosto. A bike deve ser como ciclista deseja, então, seguindo meus conceitos de bike inteiramente rígida para um uso urbano até um eventual touring, escolhi a versão e apliquei as peças de minha preferência, visando obter uma relação com custo benefício que não ficasse exagerada. Afinal, é pra uso urbano sem restrições... usar XT ou XTR em uma bike para esta finalidade, seria um risco a segurança, e uma subutilização do conjunto de peças. Originalmente o modelo vem com peças altus, cubo de rosca e relação 21V. Na verdade uma Transeo de largada devido ao grupo,
pois todas elas tem mesmo "frame" diferenciando-se pelo garfo e pelo conjunto de peças. O garfo rígido me atrai mais neste tipo de bicicleta, especialmente este em Cr-Mo, e o grupo de peças mais simples possibilita o custo menor para aquisição e substituição das peças, uma vez que bicicletas GT são vendidas somente completas. Encontrar somente o quadro é sinônimo de duas opções... de um comerciante que adota a postura de desmontar bikes inteiras, ou de falsificação. Como não existem modelos falsos de bikes de menor índice de venda, justamente pela baixa procura. Portanto comprar somente o quadro de uma Transeo é certeza de menor investimento. Isto se o ciclista pretende montar ao seu gosto, é claro!
O resultado achei bastante interessante... pareceu ser uma bike muito confortável, dinâmica, e funcional. Não percebi nada grave em manobrabilidade em função das distância entre eixos pequena.
A maior parte das peças aplicadas foram de grupo Shimano Alívio, algumas exceções ao pedevela, e rodas. As rodas eu possuíra, com baixa km em casa, aproveitei. Fiz apenas 300-400 km com estas rodas, cubos Shimano RSX para 8 ou 9V, aros Alex rims, raios inox, pneus Kenda. O pedevela é um acera 2009, de coroas substituíveis... e troquei a coroa original por uma maior com 48 dentes, deixando a relação mais longa para descidas e estrada.
Agora é testar para ver se haverá possibilidade de um Audax, de um uso urbano frequente, etc
Fotos e texto: Roberto Furtado

sábado, 21 de novembro de 2009

Informação do SAMU


Recebi este por email, no entanto não tenho certeza de que seja realmente válido e legítimo, embora tudo faça parecer que sim. Acho muito importante e coerente a mensagem, especialmente a nós, ciclistas.Desta forma, segue a informação, não custa nada colocar o número para informação... pode reduzir a preocupação das pessoas de casa.
Um abraço
Roberto Furtado

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sobre bikes, entre mãe e filho!

Chega a tardinha, e pego a bike... rumo ao momento mais feliz do dia de céu limpo. De longe, minha mãe, dona Silvia espia. Sento na bike e sumo da vista da mãe coruja. Difícil entender... aos 33 anos, ela ainda se preocupa como se eu fosse criança. Me casei, me mudei, mas todos os dias vou a casa de meus pais. E mesmo assim, é comum ela ligar para saber onde estou, se já cheguei, a precisão da segurança em que me encontro. As vezes entendo, as vezes não. Por vezes ela pergunta se vou pedalar, e quando digo que sim, sempre diz para eu me cuidar, mesmo que seja algo que eu esteja acostumado a ouvir, e por isto ciente desta precaução. Moro longe da largada dos passeios, e é comum voltar para casa de meus pais para pegar o carro, e aí voltar para casa. Deixo a bike na residência deles, fico pensando que é até errado, pq não consigo fazê-los entender que o ninho esta vazio. Gosto do zelo, da atenção, dos agrados, mas sei da preocupação quando pego a bike. E injusto é para minha mãe, que também é motorista, e conhece a realidade do trânsito de Porto Alegre. A gente segue uma vida que não gosta, fazendo coisas que ama, mas o preço de ser o que sonhamos é alto. A cidade pulsa contra o ciclista, que não polui, que não mata, que vive e dá alegria e movimento a paisagens cinzas de uma cidade grande. Em casa, minha mãe preocupada cada vez que subo na magrela. Angustia temporária para mamãe, felicidade momentânea para mim... sobre bikes, entre mães e filhos, sentimentos opostos, inocentes sentimentos em função de uma presa vida urbana.

Roberto Furtado

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

GT Transeo


Felizmente para mim e para um outro biker, vendi outra bike que me permitiu realizar um novo investimento. Com isto, resolvi testar algo atual. Depois de muito refletir sobre a aquisição e montagem de uma bike "híbrida", ou melhor de uma bike com aro 700 com perfil touring e quase ciclocross, acabei optando por uma GT Transeo 5.0, e justifico. A GT Transeo 5.0, diferentemente dos demais modelos da linha Transeo, possui garfo rígido. Um grande receio que ainda tenho é a opção de encontrar uma suspensão especificamente para aro 700, e quando for o momento de substituir esta peça, ficaria me "descabelando" por não encontrar no medíocre mercado brasileiro. Uma bike de pneus 700 x 32 (34, 35, 38, 40, 42, idem!) de boa qualidade, ainda é uma raridade no Brasil. E peças específicas para ela também. Acredito que uma bike com garfo rígido tenha um papel mais interessante se tratando de uma bike com uso city, touring, mais específico para asfalto e eventual chão batido.
Tenho uma preferência por bikes de 24 V, e por isto optei por trocar praticamente todas as peças... colocando peças de nível melhor que as originais no modelo. Cambios, trocadores, freios, cubos, cassete, etc... tudo na versão preta da shimano, em geral alívio. A coroa maior do pedevela substituto era de 42 dentes, alterei para 48 dentes, desta forma ficando mais long a relação para estrada, sem perder a capacidade de subidas, com relação menor de 22 dentes, e intermediária com 32 dentes.O cassete por sua vez, também ficou interessante, com 11-32 dentes. Agora estou no aguardo da chegada de uma peça, e logo levarei no amigo Tchaka para alteração. Creio que nesta semana ainda, esteja pronta. Farei fotos e um teste, postarei aqui aqui no blog, afinal... bikes com este perfil ainda são uma raridade, e deixam muita curiosidade.
Roberto Furtado

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Caminhos Rurais 14.11.2009

Convido os bikers para mais uma visita-almoço a estabelecimento dos Caminhos Rurais de Porto Alegre. Desta vez o grupo visitará a Cabanha Figueira (www.cabanhafigueira.com.br), situado no Lami.
Quando: sábado, dia 14/11/09
Concentração: 8:00h (15 minutos de tolerância para a saída)
Local de saída: Posto na esq. da Ipiranga / Cristiano Fischer
Distância a percorrer: aproximadamente 25 Km (só de ida)
Tipo de terreno a percorrer: asfalto e chão batido
Roteiro: ida via Lomba do Pinheiro, volta via Edgar Pires de Castro
Valor do almoço: R$ 12,00 (não está inclusa a bebida) a ser pago no sítio

Atenção: preciso da confirmação dos interessados, pois o administrador do sítio precisa saber a quantidade de pessoas para providenciar na refeição. Favor confirmar presença até sexta-feira, por e-mail (leite.jo@gmail.com) ou 9942-6442.

Convite realizado pelo Joãozinho.

Roberto Furtado

Carta de biker sonhador... outro devaneio!


ps: clique em cima para aumentar!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ciclista com sinusite


Esta semana passada foi meio difícil... tive que ficar longe da bike, e o problema é que estou com sinusite. Tive bastante dor de cabeça, aquela tradicional pressão sobre o seios esquerdos da face. No feriadão de 02 de novembro, dormi em barraca por 3 dias, e acho que aquela umidade é que não fez bem, embora estivesse confortáveld entro da barraca. Difícil saber o que agravou, até pq na beira da praia, teve neblina o domingo inteiro. O resultado foi estar impossibilitado de pedalar... aguardando a melhora, e aceitar que uma mínima volta de bici seria irresponsabilidade. Estou tomando anti-biótico e anti-inflamatório. Hoje acordei melhor, com o olho um pouco inchado ainda. Aproveitando o tema, que sei ser comum entre ciclistas, devido a exposição ao vento, seguem algumas informações úteis sobre sinusite, e o link do site do Drº Drauzio Varella, médico que conquistou a simpatia do Brasil.

Sinusite é a inflamação das mucosas dos seios da face, região do crânio formada por cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos.
Os seios da face dão ressonância à voz, aquecem o ar inspirado e diminuem o peso do crânio, o que facilita sua sustentação. São revestidos por uma mucosa semelhante à do nariz, rica em glândulas produtoras de muco e coberta por cílios dotados de movimentos vibráteis que conduzem o material estranho retido no muco para a parte posterior do nariz com a finalidade de eliminá-lo.
O fluxo da secreção mucosa dos seios da face é permanente e imperceptível. Alterações anatômicas, que impedem a drenagem da secreção, e processos infecciosos ou alérgicos, que provocam inflamação das mucosas e facilitam a instalação de germes oportunistas, são fatores que predispõem à sinusite.
As sinusites podem ser divididas em agudas e crônicas.
Na sinusite aguda, costuma ocorrer dor de cabeça na área do seio da face mais comprometido (seio frontal, maxilar, etmoidal e esfenoidal). A dor pode ser forte, em pontada, pulsátil ou sensação de pressão ou peso na cabeça. Na grande maioria dos casos, surge obstrução nasal com presença de secreção amarela ou esverdeada, sanguinolenta, que dificulta a respiração. Febre, cansaço, coriza, tosse, dores musculares e perda de apetite costumam estar presentes.
Na sinusite crônica, os sintomas são os mesmos, porém variam muito de intensidade. A dor nos seios da face e a febre podem estar ausentes. A tosse costuma ser o sintoma preponderante. É geralmente noturna e aumenta de intensidade quando a pessoa se deita porque a secreção escorre pela parte posterior das fossas nasais e irrita as vias aéreas disparando o mecanismo de tosse. Acessos de tosse são particularmente freqüentes pela manhã, ao levantar, e diminuem de intensidade, chegando mesmo a desaparecer, no decorrer do dia.


Recomendações
O mais importante é diluir a secreção para que seja eliminada mais facilmente;
Na vigência de gripes, resfriados e processos alérgicos que facilitem o aparecimento de sinusite, beba bastante líquido (pelo menos 2 litros de água por dia) e goteje de duas a três gotas de solução salina nas narinas, muitas vezes por dia. A solução salina pode ser preparada em casa. Para cada litro d'água fervida, acrescente uma colher de chá (09 gramas) de açúcar e outra de sal. Espere esfriar antes de pingá-la no nariz;
Inalações com solução salina, soro fisiológico ou vapor de água quente ajudam a eliminar as secreções;
Evite o ar condicionado. Além de ressecar as mucosas e dificultar a drenagem de secreção, pode disseminar agentes infecciosos (especialmente fungos) que contaminam os seios da face;
Procure um médico se os sintomas persistirem. O tratamento inadequado da sinusite pode torná-la crônica.


Imagem: http://www.sinusitis.com/

Roberto Furtado

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Passeio da ACZS

Data: 08 de novembro de 2009
Hora: 10h30min
Local: Gasômetro
Inscrições: 1 livro ou 2kg de alimentos não perecível * Camisetas para os 100 primeiros inscritos

* Mais informações no site da ACZS Contamos com sua presença! Equipe ACZS

ACZS - Associação Ciclística Zona Sul

Fone 51 3024 7413

www.aczs.com.brwww.aczs.wordpress.com

Convite repassado... divulgação!

Roberto Furtado

Desafio 130 km

Então pessoal... surge um motivo forte para aqueles que querem fazer um passeio "hard" ou um "Audax light". O Desafio 130 km, que ocorrerá no dia 29 de Novembro, é mais uma oportunidade de pedalar entre amigos, com suporte, estratégia, sob um clima que promete ser quente. Com largada no DC Navegantes, PC1 (único) no restaurante das cucas n BR-116, haverão pontos de apoio, carros fiscais de prova circulando, como num Audax de verdade.
Para se inscrever... é só dar um pulinho no site da Sociedade Audax:

http://www.sociedade.audax.org.br/

Boa sorte a todos!

Roberto Furtado

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Antiga perfeita!

Mais uma clássica encontrada no bike forum. Curioso é que aqui não se valoriza este tipo de bike, e lá fora os malucos se matam para conseguir botar a mão numa relíquia destas, depois gastam 2 bicicletas novas em cima dela para recuperar. Veja detalhes como a cromeação do garfo, perfeita. Um pedevela antigo, campagnolo, bem como o restante do grupo. Imagina quanto voa esta magrela... e pensar que nesta época, tinhamos apenas caloi e monark 10 por aqui, e raramente apareciam coisas melhores, a preços salgadinhos, é claro!
Roberto Furtado

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Final de semana sem bike!

Bom, neste feriadão, dias 31 de Outubro, 1 e 2 de Novembro... não vai ter bike. Vou pescar, isto mesmo. Vou pescar, e ver a viabilidade de fazer um trajeto de viagem de bike. Vou de carro, mas gostaria de ir de bici. Vou para sondar a estrada, ver onde é possível parar, e fazer umas fotos.
Se aprovar, faço um passeio programado... terça feira, haverão fotos para postar aqui. Justifico minha ausência biker neste finde.
Um ótimo feriado a todos.

Roberto Furtado

Proposta de passeio da ACZS

A ACZS este ano vai inovar com o Passeio do Morro do Osso!!!Você que vai ficar ai no feriado e esta afim de um pedal mais radical, o Passeio Morro do Osso será de 25km com 420m de subida acumulada.O trajeto passará pelos mais belos morros de Porto Alegre, onde os ciclistas poderão desfrutar da linda paisagem da nossa cidade.O percurso terá grau de dificuldade de médio para mais.A saída acontece dia 01 de novembro às 9h na Wensceslau Escobar 1740, enfrente a Imobiliária Dimóvel.Logo faremos o abraço ao Morro do Osso e em seguida, iremos para o Morro Tapera (Juca Batista).As incrições devem ser feita no local mediante a entrega de 1kg de alimento não perecível. Os participantes concorrerão a brindes especiais da ACZS, da Federação Gaúcha de Ciclismo e Rádio Ipanema !! Contamos com sua presença! Dúvidas e/ou informações entrem em contato com a ACZS.

ACZS - Associação Ciclística Zona Sul

Fone 51 3024 7413

http://www.aczs.com.br/http://www.aczs.wordpress.com/

Origem da mensagem: convite recebido por email e repassado

Roberto Furtado

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sentimentos em todos os tempos - fora da proposta biker!

Antes de mais nada, peço desculpas... desculpas por postar este aqui, pq talvez ele não seja exatamente o foco do blog, pq talvez não corresponda com as espectativas dos seguidores, anônimos ou não. Explico isto pq o blog, como toda intenção particular e pessoal, sempre tendencia para o lado que o seu colaborador quer. Um pouco injusto, pq as vezes, fica o leitor a espera de algo específico como é este blog, e pode simplesmente chatear-se com o conteúdo diferente. Como acordei muito cedo hoje, e como não estou inspirado suficientemente para uma abordagem específica, resolvi copiar e colar um material que estava em um outro blog que tive, e que hoje não esta disponível a leitura. Neste "texto" citei o vento... aquele mesmo vento que toca o rosto do ciclista, que faz valorizar um Audax, uma superação, valorizar a vida! Após desculpas e esclarecimentos, espero que um pouco agrade. O espaço para comentários esta disponível, inclusive para críticas. Segue então... da série: "Ciclista também é sensível!" rsrsrsrsrsrsrs

Um abraço

Roberto Furtado

Sentimentos em todos os tempos

Tempo de amar, tempo de sorrir, de chorar, viver e morrer. Viver é morrer, conhecer e aceitar. A vida é a chance que o tempo sem graça fez pra ti ver feliz, pra simplesmente se alegrar ao observar. Somos explosão de sentimentos, do beijo dado a quem amamos, a último aperto de mão e enfraquecimento de lembranças daqueles que nunca mais "vimos". A vida é cor, mas a cor precisa do teu olhar para viver... viver é essencial a cor, pois ela existe para ser apreciada. O acaso nos fez para apreciá-la, pq não sei como precisar a ordem... qual intenção nasceu primeiro? Quando for tempo de chorar, chore, em tempo de sorrir, sorria... tudo necessário, importante como um ecossistema. Somos pedacinho de um e outro, amamos e sentimos por uns e outros, interagimos em reação a ações que pensamos inexistir. A vida é confusa, é sim, tão confusa quanto isto que escrevo, mas vida é um oceano de empolgação e de sentimentos. Saborear o colorido do verde de uma folha jovem contrastado com o céu de intenso azul, é como beijar, como apreciar o doce sabor de uma maça. Sinta o sabor, a cor, o vento... o vento é o fenômeno climático mais bonito que já senti. Vento é carícia sobre a pele do rosto. Carinho que a natureza criou pra afagar seus filhos...

Roberto Furtado

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fotógrafo e Ciclista!

Bisbilhotando o forum das clássicas, me deparei com esta imagem... fiquei em dúvida se este cara é biker, ou fotógrafo. Achei a foto muito expressiva, limpa e sugestiva. Um lugar, uma bike, uma máquina fotográfica, eternização do momento!
Foto: retirada sem indentificação do bike forums.

Roberto Furtado

Pra não perder o hábito... mais clássicas das décadas 60, 70, 80 e 90's




Resolvi retomar o estilo de postagens que ficaram para trás... ao estilo Cr-Mo, onde as bikes era fabricadas para durar mais que os próprios ciclistas. Bikes voadoras, bikes romanticas ao estilo das décadas de 60, 70, 80 e 90. E o que aconteceu com tanto capricho, tanta poesia em bikes? Esta é a pergunta que me faço todos os dias quando vejo o que vende na atualidade. Entendo certas idéias e projetos, certas vantagens, mas ainda não vi a qualidade estética vivenciadas pela juventude destas décadas citadas. Exceto pelo persistente artesão (frame builder), que ainda fabrica quadros a moda e estilo da época. Ao estilo da época é injusto, pq hoje contamos com mais tecnologia para fabricar e "moldar" o quadro. É possível fazer muito mais que no passado... inovações válidas como freio a disco, e outras boas adaptações a vantagens da atualidade.
Fotos: retiradas e sem identificação do bike forums
Roberto Furtado

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quando "acaba" uma bike!


As vezes percorro algumas lojas de Porto Alegre, procurando peças abandonadas e trocadas. É comum ver bikes antigas de ótima qualidade, abandonadas em lojas. Na era do alumínio o assédio dos fabricantes e lojistas convencem ciclistas que não são pacienciosos. A bike começa a fazer um barulho, o ciclista ignora... poe um oleozinho, e não verifica pq do ruído. Penso e entendo esta posição, pq é muito mais fácil comprar algo pronto, bonito, e leve, do que correr atrás de reforma e peças difíceis de encontrar. Volta e meia encontro mais uma para restauro, normalmente uma bike no "osso", faltando tudo. Começar do zero não é nada fácil, mas tem um sabor especial. Uma das minhas investidas é um trek 470, que já descrevi a história aqui no blog... hoje, ela esta pintada, e quase que totalmente montada. Faltando detalhes pequenos, como fita de guidão, maçanetas de freio, recuperação do avanço, e mais alguma coisinha que não lembro. Como tem sido difícil restaurar esta bici... as peças foram herdadas de outras bikes sucateadas, garimpo de internet, horas de estudo e análise. Um trabalho que esta próximo do fim, mas garante que o envolvimento ainda é de algumas boas horas. Quando penso nisto, me lembro que é muito mais fácil destruir do que construir ou consertar. Consertar, particularmente é pior que fazer pela primeira vez, pois aparecem "N" impecílios numa jornada reconstrutiva. Se vejo uma MTB acabada, até entendo se ela for uma bike de trilha... mas uma speed, para chegar no ponto de que tenho visto por aí, deve ser sido tratada como sucata esquecida na garagem, destas que se aproveita para pendurar gaiolas e outras "cacarias" em desuso, até que um dia joga-se fora. Já encontrei algumas coisas inacreditáveis por aí... Raleigh, TREK, GT, Giant, entre outras preciosidades abandonadas. O pó em algumas ocasiões, impedia de se ver a cor da bicicleta. Tipo uma bike cinza... ao estilo camurça sujo! O que acontece com estas pessoas? Pq abandonam suas queridas bikes? E estas econtradas aos restos em pequenas lojas? O que será que acontece? É a história de uma bike, que algum dia e em algum lugar, fez alguém feliz!

Fotos: sem identificação encontradas na rede

Texto: Roberto Furtado

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Audax 200 km - Parte 04

Gelson e eu... foto de Raul Grossi

Toda vez que começamos um Audax, pensamos que sabemos tudo, que tudo sairá como imaginamos, baseados nas provas anteriores. Um engano é o que pensamos sobre isto... toda vez é a vez de uma nova gama de acontecimentos, uma nova oportunidade de aprender. Comecei pedalando devagar, acompanhando os amigos Ewerton e Gelson, cúmplices de provas anteriores. Em experiência de prova me localizo exatamente entre os dois, e os observo para que a referência me dê os parâmetros de bem estar, desempenho e tudo que esta relacionado a uma prova. Logo após o 2º pedágio, acesso a charqueadas pela estrada estadual, nos separamos, e cada um fez seu ritmo. Nada de especial para nenhum de nós. Logo em seguida, resolvi apertar o ritmo para fazer umas fotos na ponte alta, aquela que fica antes de General Câmara. Durante este trajeto, passei por uma lombada eletrônica que curiosamente marcou 32 km/h, mesma velocidade que se mostrava no meu ciclocomputador. Para mim, um ritmo bastante alto, especialmente por portar pneus 26 x 1,95. Adiante, senti um pequeno peso na bike, e a bolsa de touring do bagageiro encostou na parte de trás da minha coxa esquerda. Me causou estranheza, e logo vi que a haste de "aluminio" que fixava o bagageiro ao quadro, havia se partido. Desci da bike e olhei para a pecinha maldita... percebi que a bolsa se apoiara no meu freio, freiando a bike, além de ficar meio ao estilo "já vou cair". Chamei-a de "#*@:(#!", soltei o cabo do vbrake traseiro, e sentei na beirada do acostamento... um pequeno barranco. Um lugar muito bonito, com banhado, e ao longe se via a ponte alta. Resolvi comer os sanduíches carinhosamente "fabricados" pela querida companheira. Uma bebida isotônica (não faço propaganda de graça) muito saborosa acompanhou o sanduíche. Fiquei ali pensando nas coisas, naquela natureza, e de como teria sido um dia aquela região. Meu avô nascera em Santo Amaro, por isto tenho a localidade como algo especial... quase espiritual, por assim dizer. O pessimismo foi amassado por um otimismo, e pensei que o bagageiro me faria falta, mas não me impediria de prosseguir e completar a prova. Me organizei, arrumei a bagunça, guardei a garrafa vazia e a embalagem do sanduíche na bolsa, e retomei a pedalada com o bagageiro dançando. Cheguei ao PC e retirei o bagageiro com bolsa e tudo (máquina fotográfica, ferramentas, todo material que levo para reparo, uns 4 kg ao total), e entreguei a esposa de um amigo. Recoloquei a placa na bike, pois estava presa ao bagageiro, carimbei meu passaporte e retomei a viagem. Fiz média alta neste trecho, queria recuperar um tempo perdido. Na última descida que antecedia a última subida... embalei sem pedalar, imóvel atingi 60 km horários, aproveitando ao máximo todo rendimento de minha bike reguladinha. Cheguei ao PC 2, comi uma massinha no pesque pague panorama. Bebi uma preta cola, enchi minha garrafinha de 500 ml, e toquei em frente. Na descida, senti que algo segurava a velocidade. O vento era forte para quem pedalava, e o peso nas pernas era evidente. Preocupei-me com a hidratação, pois agora tinha como levar apenas uma garrafa de 500 ml. No Ponto de apoio, fiz uma pequena pausa, e molhei bem a cabeça para baixar a temperatura do corpo. O sol era forte em alguns momentos, associado ao vento, secamos! A hidratação era muito importante, e eu tinha apenas a pequena garrafa de "merda". Confiante, mas com um pouco de sede, cheguei ao PC 3... onde tomei uma garrafa dágua, uma garrafa de suco, e percebi que não caberia mais uma gosta de líquido em meu estômago. Enchi a garrafa e parti do PC 3 em direção ao destino final... sem parar, mas com médias entre 20-22 km horários, contra o vento, passei por alguns colegas, pensando que eles teriam vantagens que eu não tinha, e por isto não poderia me dar o direito de parar. Passei pelo pedágio da BR-290 e acenei para alguns colegas, mantendo o ritmo e focado no meu objetivo. O trajeto entre este pedágio e o viaduto elevado da BR-116 pareciam eternos... as vezes sentia dor nos braços, mas acredito que fosse por causa da tensão em que me encontrava. As pernas fracas... clamando por energia, não faziam mais do que 18-20 km por hora. Quando atingi a BR-116 logo me surgiu mais uma esperança... não tinha como não conseguir. Tomei o último gole dágua que havia na garrafa, e aproveitei o pico de alegria para ser motivado. Neste momento, o vento pareceu ajudar, pois eu havia mudado de direção. Com o vento soprando fraco, pedalei suave com velocidade acima de 23 km por hora. Na subida lenta sobre a ponte, uma espectativa boa na descida. Pouco a pouco eu me aproximava da ponte do Guaíba. Na ponte, uma pequena subida antecede... e eu senti fraqueza. Não consegui subir a lomba, e parei praticamente no topo. Não conseguia mais pedalar, faltou energia... senti-me tonto, e me segurei na proteção de ferro que havia no acostamento da ponte. Parei um minuto, e senti que passara a tontura, e que as pernas aguentariam mais alguns metros. Fiquei atento ao movimento dos veículos sobre a ponte, e desci a lomba, fiz os retornos e cheguei ao DC navegantes onde havia a recepção, posto de controle final e "COMIDA e BEBIDA". Meus pais, irmã, esposa, e os amigos Raul e Ewerton, me aguardavam. Olhei para minha esposa e disse: "preciso de um salgado e uma preta cola!"Este foi o Audax mais difícil que já fiz, nem mesmo o Audax 300 me deixou tão a beira do fracasso.O resumo da história é uma lição, devemos redobrar a atenção sobre os problemas que podem surgir, pois estes destroem nosso emocional, nossa estrutura. Na falta de algo, uma cascata de acontecimentos se apresenta, e é preciso ser muito mais equilibrado emocionalmente, do que forte fisicamente. Agradeço de coração a família e aos amigos pelo apoio e crença, e aos colegas de prova pela motivação por ali estarem. Em especial a organização e aos voluntários, por esta prova bem estruturada, e dedicação gratuita. Um abraço e até a próxima (sim, haverá uma próxima!).

Roberto Furtado

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Audax 200 km - Parte 03

Alguns colegas que chegaram a noite...

Alguns colegas que chegaram a tarde...

Uma prova de 200 km, embora tenha parecido simbólica para alguns... para a maioria é um desafio e tanto, especialmente pela presença de forte vento contra na segunda metade da prova. Muitos deixaram de completar a prova justamente pela presença do vento, outros levaram em média uma ou duas horas mais para finalizar. Teve também quem nem bola deu para o vento... possivelmente homens de aço, talvez! Em toda prova se apresentam os destaques, cada um com sua surpresa e especialidade. Fatos inusitados comprovados por extremos, sejam quais forem as referências destes. Faço exemplo do primeiro, que completou a prova com tempo médio de 7 horas, e para a conclusão de prova de quem chegou no limite máximo de tempo. Não importa quem chegou primeiro, não aqui no Audax... No Audax importa quem consegue chegar, pois consegue superar o desafio, consegue superar suas próprias dificuldades. Parabenizo a todos, principalmente aqueles que faziam sua primeira prova. Dentre os 200 km, estes foram os piores que já presenciei, em prova ou assistidos.
As fotos representam os extremos... premiação dos que chegaram para a premiação da tarde, e de colegas que chegaram a noite. Todos vencedores!
Roberto Furtado

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Audax 200 km - Parte 02




Na continuidade do Audax 200 km, pertecente a série 2010, seguem mais umas imagens realizadas pelo amigo Raul Grossi. A fotos foram gentilmente cedidas. Gostei muito, mas muito mesmo da segunda foto, na ordem de cima para baixo. A segunda foto não possibilita a identificação de nenhum dos ciclistas, mas é uma "resenha" do evento. Acho que é a foto que melhor descreve um audax, nesta coleção de fotos realizadas no evento do dia 18 de outrubro de 2009. Praticamente não fiz fotos de estrada, pois estava participando da prova... levava uma máquina compacta para alguns registros, mas tive um problema com o bagageiro, descreverei adiante.
Roberto Furtado

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Audax 200 km - Parte 01

Antes da largada

Inciada a vistoria das bikes

Entrega dos kits

Briefing realizado no sábado

Neste último domingo, 18 de outubro de 2009, ocorreu uma das provas mais bonitas que vi. O Audax 200 km com validade para 2010, que antecipa uma série inteira. Um Audax com mais de 180 ciclistas, de diversas cidades, inclusive de outros Estados brasileiros. O evento não começa no dia de sua realização... o Audax é uma prova que começa no dia em que é lançada sua data oficial. Os ciclistas mais ansiosos mal esperam o início do período de inscrição e logo vão confirmando sua presença. A Sociedade Audax, através da organizadora Sirlei Ninki, mostrou muitos motivos para acreditarmos que os próximos eventos da série 2010 sejam tão enriquecidos como este em questão. Durante o briefing (instruções) realizado no dia anterior, muitos ciclistas se reuniam e conversavam, comprovando a "vibe" que há em um momento entre um grupo de amigos que se encontram para falar do que amam... de bikes e experiências de superação. Sim, saibam que este evento realmente teve início no dia anterior, com entrega de kits, conversas, jantar, e tudo mais que envolveu o Audax desta data. Haviam muitas espectativas, muitas alegrias para vivermos. A organização esta parabenizada com louvor. Os voluntários, idem! Não vou citar nomes, pq tenho medo de esquecer alguém, cometendo uma injustiça. Quem esteve lá, viu quem eram estes colegas! Pessoas que trabalharam gratuitamente para levantar um esporte, uma modalidade que oportuniza algo tão pessoal, como a própria superação. Organização muito disponível, atenciosa e generosa, uma vez que escuta seus ciclistas! Isto é uma raridade, acreditem...
As fotos feitas por mim, encaminharei todas a organização e a mesma saberá como disponibilizar a todos. O amigo Raul Grossi também cedeu alguma foto para mim, e estou passando estas juntamente com as minhas. Aproveitem bem as fotos como recordação, pq fotografia é eternização de um momento. Neste blog seguem algumas imagens, apenas para que aqueles que não puderam estar presentes, possam saber o que se passou por aqui.

Roberto Furtado