quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A reconstrução de uma TREK 370 - 2ª parte












fotografias: Roberto Furtado

           Bom, por partes... e tentando ser breve. A TREK 370 foi remontada com peças de garimpo. Dentre as peças originais faltaram o freios, que também são da shimano, porém de outro grupo de época. O Pedevela também não é fiel ao usado na época, embora seja um shimano Exage. O pedevela original da TREK 370 é um Exage EX de coroas com 53 e 42 dentes, bcd 130. Aqui, apliquei um de bcd 110, tal como o que vinha em algumas raras bicicletas road desta época. Se vc procurar aqui sobre a TREK 470, vai encontrar referências de um pedevela shimano RSX de bcd 110, com três coroas, sendo elas 48, 36 e 26 dentes. Aqui, na falta do original, optei por seguir mais ou menos a mesma configuração. Então os trocadores, cubos, câmbios e maçanetas de freio são shimano exage idênticos ao da época. 
Os aros foram outra dificuldade... era lâminas de alumínio, cor de alumínio, simples. Consegui estas, de 36 furos, para casar com os cubos exage. Os aros são muito parecidos com os originais, porém mais largos. Desta forma, ficou semelhante e evidente que mais forte! O grande trunfo da TREK 370 em relação as demais road bikes da época é que ela possuia um espaço maior para passar o pneu. Isto permite que o ciclista opte por pneus de medidas maiores, tais como este 700 x 28C, mas é possível ir até 700 x 32 com muita segurança. Algum pneu 700 x 34 deve entrar também se o perfil for mais estreito. Eu tentei aplicar pneus 700 x 35C e não tive sucesso, pois quando devidamente cheios, raspavam no quadro. Alguns pneus tem um formato diferente e com isto encaixam nos frames, enquanto ocorre também um pneu de mesma medida não entrar em um mesmo quadro. Cada fabricante trabalha com uma linha de projeto, e mesmo que as medidas sejam as mesmas, não ocorrem a perfeita substituição. Contudo isto deve acontecer somente quando uma bicicleta receber pneus com medidas maiores que as originais, pois o fabricante já calcula a margem de espaçamento que garante esta alteração por peças de outras marcas. Faço uma observação para quem for tentar aumentar o tamanho dos pneus... não esqueça que bicicletas com pneus maiores do que foram projetadas, podem encostar o pneu no frame quando fizeres a curva deitada.
           Confesso que não me preocupei nem um pouco com a questão de limpeza e polimento do frame, apenas deixando original como recebi de um amigo que é mecânico da loja Dudu Bike. As road bikes da época podem ter valor e aplicação diferente de acordo com o usuário. Eu queria ver esta bicicleta o mais próximo possível de sua realidade. O lugar dela não é nas pistas, embora seja uma filha de Éolos. Ela esta em casa nas ruas, vias urbanas de uma cidade que respira mobilidade... ela venta no asfalto, corre nas ruas esburacadas com seus pneus maiores que as bikes de pista. Estou usando ela de forma modesta para saborear este momento, pelo qual esperei mais de 20 anos para lembrar. Agora, sinto um cheiro nas ruas... algo como se o tempo tivesse voltado. Evidente que são minhas lembranças...

obs: Os pedais são de mtb pq estes que tenho em minha sapatilha da shimano, mas de forma alguma considere tais pedais como algo original ou próximo. A TREK 370 vinha com pedais de pedaleira.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A foto mais pedida... com o Pica Pau!

Foto e arte: Roberto Furtado
Esta foi a foto mais pedida do ano... Obrigado aos amigos e colegas da bicicleta por um dia de trabalho tão divertido! Meu abraço sincero! Quanto mais "ando", mais amigos encontro! 
Grande abraço

A reconstrução de uma TREK 370 - 1ª parte

TREK 370, 1996, grupo Shimano Exage. Fotos: Roberto Furtado

      Pensei muito nesta bicicleta... muito mesmo! Primeiro pq acho ela realmente um brilho especial entre as road bikes da década de 90, e depois pq ela pertenceu aos meus sonhos de ciclista na década em questão. A Trek 370 era a pé de boi da marca no Brasil... com suas 14 velocidades, trocadores de down tube, pedais com pedaleiras de aço e correia de nylon. Tudo muito simples... 1000% melhor que as caloi 12 super italy que a concorrente nacional oferecia. No entanto, a TREK era muito mais cara... mas possuía atributos. A Caloi vinha com cubo de rosca, a TREK 370 era possuidora de cubos exage... aqueles, ou melhores, estes cubos lendários que ilustrarão a próxima postagem da bicicleta. Os cubos exage eram uma lenda entre os cubos... a shimano deve ter produzidos eles para se destacar frente a todos os demais concorrentes e, conseguiu! 
É complicado falar de passado quando o assunto é uma grande marca, mas eu tenho quase certeza de que os cubos exage não possuem concorrentes superiores no presente, mesmo da própria marca. Contudo, não vou ficar novamente falando disto...
    Quando consegui por as mãos nesta, que pra mim é uma lendária bicicleta, não me contive de alegria. Visitava uma revenda TREK na cidade de Porto Alegre e namorava esta com todas as minhas intenções de casamento, mas evidentemente, naquele tempo eu não possuía a grana para comprar. E também já possuía um belo lote de peças shimano 105 da época, ao qual comprava aos poucos, em cada oportunidade que recebia o dinheirinho. Então, tentei encomendar a TREK somente quadro... mas o vendedor, sugeriu que optasse pelo TREK 470. E era igualmente belo, porém mais caro. Por um problema na logística ou sei lá o que... chegou em minhas mãos um quadro de TREK 2000, alumínio EASTON. Na época isto me empolgou, mas com o tempo me frustrou... eu queria mesmo era uma TREK 370 ou 470. Com o passar do tempo, passaram nas minhas mãos duas TREK 470, sendo uma delas a obra de arte que tivemos aqui
O intuito das aquisições do Bikes do Andarilho é procurar, reconstruir ou avaliar e passar ao próximo processo avaliativo. Então, nada é tão durável... elas retornam ao sistema da bicicleta, e aqui fica a vaga para a próxima. É a vida... neste caso, das rodas raiadas. Então, roda pra frente... e aguarda a segunda postagem! 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Serra e Mar com a Ekonova... as imagens!






Bom, não vai ser preciso dizer que o passeio foi bonito, pq as imagens falam por si. O que posso abordar são questões que as imagens não conseguem dar exatidão. A Ekonova conseguiu fazer o que considero muito difícil... lidar com pessoas é uma loteria, mas a este grupo é muito especial. Vi que este grupo foi com tudo na proposta da felicidade e, tudo foi somente diversão. Não teve queda, não teve um senão qualquer! A maioria deles já se conhecia e a interação foi perfeita. Trabalho com isto há tempos e, confesso que é difícil ver um grupo tão homogêneo, pra não dizer perfeito!
A trip aconteceu no estado de Santa Catarina, fazendo "base" em Gravatal, na cidade das termas. De lá, percorremos, em dois grupos, estradas rurais, trilhas e sítios. Havia dois guias, um para caminhada, outro para pedalada. Um ônibus, dois grupos, boas trilhas, boas comidas, cenários lindos! Todo mundo se divertiu... muitas risadas e brincadeiras. E sinto muito se pareço exagerar, mas foi tudo exatamente assim... muito bom!
As imagens estão sendo disponibilizadas em formato maior, em três lotes... dia um, dia dois e dia três. E depois farei mais um álbum geral no formato web, para fins de permanente exposição. Os álbuns em alta ficarão disponíveis temporariamente, por no máximo 20 dias. É para os participantes pegarem suas recordações e aproveitarem... depois precisarei apagar pq não há espaço para tanto material de passeio em formato de impressão. Os links estarão habilitados na medida em que os álbuns forem finalizados. 





Todas as imagens aqui disponibilizadas são da Ekonova e Bikes do Andarilho, autor Roberto Furtado. Agradeço a Ekonova pela oportunidade especial, também a Revista Bicicleta, e aos participantes pela recepção de amizade. A matéria para esta pauta sairá na edição 49, mês de fevereiro, na Revista Bicicleta. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Gopro Hero 3 White edition... apresentação e considerações!

gopro.com
            No ano passado testei a câmera de ação HDR-AS15. Era o modelo da Sony, a resposta da marca para competir com a Gopro. A Gopro é... sem dúvidas a câmera mais comprada e utilizada pelos esportistas e aventureiros. Notável a qualidade para o fim... A Sony e a Gopro estão apresentando, ao meu ver, grandes adjetivos uma sobre a outra, fato que me impede escolher uma como melhor que a outra. Contudo, posso destacar as diferenças e qualidades delas... e afirmo que em qualquer dos casos, o proprietário estará bem atendido. A Sony tem qualidade de imagem, levemente melhor, cores mais vivas e menor custo. Por outro lado, a Gopro tem suportes mais abundantes no mercado... sejam originais ou do paralelo. E aliás, recomendo apenas os originais, pq todos que vi até agora eram de grande qualidade. Um suporte do paralelo não me agradou muito no acabamento e, tive receio que a qualidade não se justificasse a longo prazo. Suporte é algo que deve ficar preso e seguro... se cair o brinquedinho no chão, sabe lá o que pode acontecer. O preço da Gopro Hero 3 White Edition esta girando em 980 e 1200 reais. Contra os 800 reais, aproximados, da sucessora AS15, modelo HDR-AS20, da Sony. A versão anterior, AS15, da Sony, não possuía acesso as funções quando a cam estava dentro do case dágua. Necessitando abrir se vc quisesse passar de video para foto. Na Gopro este problema não existe, e na AS20 a Sony já resolveu o "problema". Posso garantir que ambas são muito boas e funcionais, sendo que se o problema não for o valor, a Gopro ganha em recursos de fixação e praticidade. A Sony não tem qualquer ajuste de angulação no suporte que acompanha a câmera na versão da embalagem original. A Gopro leva vantagem neste quesito! Quem puder, nem fica em versões simples como Gopro Hero 3, e vai logo para Hero 4, pois há recursos interessantes como gravação de video em modos com mais frames por segundo, mesmo em 1920 x 1080 px, ou mesmo a opção 4K. As imagens fotográficas melhoram muito em modelos superiores, sempre! Neste caso não seria diferente e, até mesmo o ruído diminui em condições de baixa luminosidade. O fato é que uma Hero 4 custa 2500 reais... se fores utilizar algum recurso para reduzir a qualidade, me parece mais interessante comprar duas Hero 3, mesmo que white edition. Seria uma boa forma de ter uma segunda opção de ângulo de gravação, simultânea para uma edição mais aprimorada. Não esqueça que em videos de esportes (ex: no youtube), não faz tanta diferença ter qualidade de imagem como no cinema. Se o video é bom... mesmo a baixa qualidade prende o espectador e garante a diversão. É sempre aquela questão de fazer com o que se têm, ou então procurar fazer do jeito que precisa... e aí entra o orçamento. Orçamento que deve melhorar, pois a Gopro vai ser fabricada no Brasil em 2015, tornando-se mais competitiva em relação as opções de outros fabricantes. Não posso esquecer de salientar que câmeras de ação funcionam bem em condições de muita luz... e em grande parte dos casos, os videos promocionais são realizados sobre água ou neve, meios que potencializam o efeito da luz ambiente. 
Farei testes com a Gopro Hero 3 White Edition e informarei ao amigo leitor... fique ligado! ;)

As especificações do modelo da Gopro vc encontra em: Gopro Brasil Hero 3 White Edition

Agradecimentos a Bike Village por disponibilizar a unidade do teste. 

O Bikes do Andarilho e a rede social

     A utilização da rede social transformou o sistema de divulgação do Bikes do Andarilho. Em outros tempos, nós tínhamos uma visitação elevada no neste endereço. De 2010 para cá, não aumentamos a visitação na progressão que antes ocorria, mas com a criação da page no Facebook, passamos a ter a visitação diária em uma única postagem. Aqui, na publicação ao lado, temos mais de 1000 pessoas alcançadas em mais ou menos 3 horas de publicação. Temos tido, na rede social, mais de duas ou quatro vezes por semana a visitação do mês inteiro no Bikes do Andarilho. Vejo isto como uma revolução em favor da bicicleta... nossa informação vai mais longe, mais rápido, para mais pessoas. Agora se isto, a longa prazo se manterá, não sei... mas que por hora é útil, sim, muito! 
Espero ainda, que a visitação aqui não apenas se mantenha, mas cresça, pois fazemos tudo para a bicicleta. Seja pela Revista, pelo blog, pelo FB, nas pistas e trilhas, passeios, etc. Das ruas as trilhas, nos vemos por aí! ;)

Pedal Serra e Mar em Santa Catarina... com a EKONOVA!

Foto: Roberto Furtado. 2014.
A Ekonova, neste final de semana, nos dias 16, 17 e 18 de Janeiro, promove o turismo para ciclistas na serra e no litoral de Santa Catarina. Nos vemos no embarque... e para que estiver curioso, aguarde a coleção de fotos, pois esta parceria da Ekonova com o Bikes do Andarilho sempre dá boas histórias! Abaixo, segue cronograma disponível no convite do evento, no facebook. 

1°Dia – Nova Petrópolis - Pedra do Índio

Embarque em Nova Petrópolis as 3:00 de sexta dia 16 de janeiro, posteriormente 3:45 em Ivoti, 4:15 em Novo Hamburgo seguindo para BR101 até a parada para café da manhã (por conta de cada Um) em Sombrio SC com chegada prevista em São Martinho para as 10:00 horas. Chegando em Termas do Gravatal daremos início ao primeiro dia do Pedal, dia com menor quilometragem, embora uma boa elevação acumulada.
O pedal seguirá em direção a Pedra do índio, a história da pedra do índio, remonta o cenário dos anos 40, onde, segundo o povo, ainda se encontravam pela região, os índios shokleng. Onde foi avistado pela última vez um descendente vivo desta tribo. Por este motivo o nome da formação rochosa. Do alto da pedra vimos a formação dos paredões da Serra do Rio do Rastro e da Serra do Corvo Branco. Passaremos também para conhecer o Mirante Tataiwarê local onde se tem uma vista privilegiada da cidade e a Gruta Nossa Senhora da Saúde, destino de muitos adeptos do turismo religioso.

RESUMO DO DIA : 19 km com 780 mt de elevação acumulada, iremos conhecer a Pedra do Índio, Mirante Tataiwarê e a Gruta Nossa Senhora da Saúde. Almoço colonial na Pousada do Tio Juca. Após o almoço seguiremos para o hotel para descanso, e utilização da piscina, para no segundo dia aumentar a quilometragem do pedal. A noite jantar no Hotel.


2°Dia – Gravatal - Vargem do Cedro

Logo após o café da Manhã seguiremos com o segundo dia de Pedal, já descansados da viagem sairemos do hotel subindo uma das mais belas montanhas de Termas do Gravatal, passaremos por vales até chegar a Armazém, São Martinho chegando para nosso almoço em Vargem do Cedro. Teremos paradas em cachoeiras para refrescar já que a região é muito quente nesta época. 
Vargem do Cedro, é famosa por centralizar boa parte dos atrativos da cidade. A 10 quilômetros do Centro, o local sedia a Igreja Matriz São Sebastião, cujo altar foi construído a mão por um catequista, e a primeira casa comercial da região, a Geschäfthaus Feuser, construída em 1910 e ainda em funcionamento, vendendo artesanato, mel, bolachas, licores e geleias. É lá que também está a famosa fábrica de bolachas artesanais Fluss Haus, que serve café colonial. A primeira parada é no Salto do Rio Capivara, uma cascata que é possível ver da estrada. Seu acesso fica junto ao restaurante de mesmo nome.
Vargem do Cedro reforça a fama do município de ser a capital nacional das vocações. Só de lá já saíram cerca de 40 padres. A seis quilômetros dali está a localidade de São Luís, a minúscula comunidade virou santa porque, há 81 anos, foi lá que aconteceu a violenta morte de Albertina Berkenbrock. A menina, que ficou mundialmente famosa após ser beatificada pelo Papa, foi assassinada aos 12 anos ao se defender de um estupro. Trajeto de rara beleza e histórias de fé e vocação.

RESUMO DO DIA : 53 km com 1460 m de elevação acumulada, parada para banho de cachoeira no Rio Capivari e almoço na Fluss Hauss (café colonial) www.flusshaus.com.br e retorno para Termas do Gravatal onde fica o hotel em ônibus. A noite jantar no Hotel.


3°Dia – Gravatal - Imaruí

No último dia de pedal sairemos de Termas do Gravatal em direção a pescaria brava, boa pare do percurso é feito margeando a Lagoa de santo Antônio dos Anjos, A Lagoa de Santo Antônio fica localizada entre os município de Laguna, Pescaria Brava e Imaruí no estado de Santa Catarina no Brasil. Recebe as águas do Rio Tubarão e deságua no Oceano Atlântico. É parte de um complexo lagunar que engloba outras duas lagoas: Imaruí e Mirim (também abrangendo Imbituba, sendo o maior corpo lacustre de Santa Catarina. Chegando a Imaruí teremos tempo para conhecer esta bela cidade quase esquecida e pouco conhecida para quem não é da região.

RESUMO DO DIA : 62 km com 1260 m de elevação acumulada, retorno previsto 14:00 horas.

Fotojornalismo especializado... a mídia da bicicleta!

Estado de Nevada, EUA, 2014. 

     O foco na bicicleta esta crescendo gradativamente... é nítido o interesse das mídias não especializadas pelo assunto bicicleta. Há também o surgimento de muitos "profissionais" e de "mídias" especializadas nos últimos três anos. Geralmente, o surgimento esta de olho no mercado que se monta aos poucos, ainda muito tímido e fraco no Brasil. Contudo, será que as mídias, especializadas ou não, ou mesmo estes profissionais, estão preparados para isto? A pergunta fica rolando... vc sabe avaliar tudo que esta acontecendo? Ou, vc que quer começar ou que já começou, sabe mesmo o que esta fazendo? Existe necessidade de respeitar direitos autorais? Sabe escolher fotografias para descrever uma pauta. O profissional conhece o assunto? Entende de composição fotográfica? Compreende como desenvolver um texto para atingir o público? Estas são questões que o leitor, cliente ou mesmo o interessado no mercado deve realizar para saber o que precisa. O mais importante... seja colega, seja ético, seja querido por todos, pq aquele que trata seus colegas como concorrentes, acaba sendo um solitário. Antes de ser um trabalho, o universo profissional da bicicleta é uma "roda de amigos"! Pense...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Um olhar de "Gentileza gera gentileza" por Flavio Oliveira Filho

           Existiu um tempo, e não faz tanto assim, pois eu estive lá, onde tudo era muito diferente do hoje que vivemos. Existiu um tempo onde as diferenças não eram abismais e o convívio, por maiores as diferenças, era não só possível, mas humano, no verdadeiro sentido da palavra. O mendigo andarilho batia na porta da minha casa e recebia uma refeição com um sorriso, em prato de louça e talheres, que ele devolvia e agradecia. As coisas não eram como hoje, onde o medo impera, onde o "salvar a própria pele" se tornou mandamento e o umbigo passou a ser o centro do mundo. O convívio, independente das classes, era pacífico. Cresci vendo minha família ajudar os que necessitavam mais do que nós. Quando tinha 12 anos, minha mãe adotou uma menina que vivia nos arrabaldes de Uruguaiana, filha de pai alcoólatra e de "mãe da vida"; na casa dela, um cortiço de chão batido e sem banheiro, se comia com as mãos. Lembro perfeitamente do dia em que minha mãe, católica fervorosa, resolveu batizá-la e me "convocou" para ser padrinho. Ela tinha 10 anos! Como negar o pedido de minha mãe? Me fui à Catedral e e lembro de tudo até hoje, inclusive da roupa que eu estava. Trouxemos a minha afilhada  para Porto Alegre, que viveu conosco por muitos anos, e hoje, 35 anos depois, é casada, tem filhos e é feliz. Nas minhas infinitas reflexões a respeito de tudo desta vida, fico me perguntando o que seria sido dela se não fosse esta pequena intervenção no triste destino que se apresentava em sua vida. E é nestes detalhes que me prendo! No quanto uma mão amiga, um coração bondoso, um exemplo de vida, influi para todo o sempre nas nossas vidas. "De apanhado", me lembrei deste que acabo de narrar. Graças a Deus, tenho muitos, tantos outros, que poderia passar a madrugada aqui, contando um por um. Mas não é o caso! Até porque sei, dificilmente seriam lidos, visto o mundo imediato, descartável, volátil, passageiro e recheado de novos assuntos, tão mais interessantes do que o que narro aqui. Meu querido amigo Roberto Furtado pediu que eu escrevesse a respeito do assunto e prometi minha manifestação. Até porque, também aprendi nesta vida a corresponder àquilo que me é solicitado. Na verdade, penso que a necessidade de ter que lembrar as pessoas que, por exemplo, "Gentileza gera gentileza", é um atestado da nossa incompetência enquanto humanos, já que isto era pra estar incrustado em nosso DNA, como qualidade irrefutável de todos nós, humanos defeituosos e tortos por natureza, mas que, na minha modesta e humilde opinião, deveríamos saber que nossos braços são mais longos do que enxergamos, e que nossos corações suportam muito mais do que supomos. Tenho muitos amigos, Graças a Deus, verdadeiros, e que se manifestam todos os dias, á sua maneira, nesta lida árdua que se tornou o viver. Cultivo um por um, não importando de onde saiam, seja de um contâiner de lixo, às sete da manhã, quando me dirijo ao trabalho, seja de um colega de trabalho, o porteiro do prédio, o engraxate da praça, o Guarda Municipal, enfim, as pessoas que, de uma forma ou de outra, fazem parte da minha vida, não importando de onde venham e o quanto tenham.  O que vale é o sorriso, o cumprimento, a saudação, que muitas vezes é o melhor que tem em seus dias. Junto destes, os "já conquistados", como a família, berço de tudo o que somos e fator determinante das nossas atitudes  e postura perante tudo o que está aí. Somos todos passageiros da mesma viagem e seria muito mais inteligente se soubéssemos entender que a vida é uma grande aventura a ser vivida, onde a poesia da interpretação de cada momento depende só de nós. 

                                                                                                                                Flavio Oliveira Filho

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Cuidado na remoção dos pedais...

Foto: Roberto Furtado

Foto: Roberto Furtado
    Já fiz isto tantas vezes, e fui advertido disto no SENAI e na oficina da PUCRS, onde cursei disciplinas específicas da segurança. Contudo, a gente subestima as operações que não são tão frequentes e acaba cometendo erros. 
 Ontem, antes de entregar a GT Corrado, pois vendi a mesma a um amigo, decidi trocar os pedais da bike por peças novas. Desta forma, entregaria um material prontinho para o uso do amigo. Peguei uma chave de boca pequena para remover o pedal... e este foi um de meus erros. A chave curta desfavorece a operação em duas importantes questões. Primeiro pq chave curta significa maior força e instabilidade desta aplicada. Depois, a chave curta mantem a mão e o braço muito próximos da coroa do pedevela. O pedal estava apertado, precisei aplicar mais força para afrouxar. Quando ele soltou, permitiu uma trajetória da minha máo que foi em direção a coroa com certa velocidade. Velocidade e/ou força atribuídas ao corpo humano em direção a peças ásperas ou cortantes, acaba mal... isto é uma coisa pra gente levar como aprendizado ou lembrete. A grande questão é que se fosse outra posição e maior força, talvez o pulso estivesse na trajetória e o dano poderia ser mais expressivo. Felizmente, nada de especial... a operação ainda pode ser concluída e não houve grande dano. No entanto, cabe lembrar e observar, desta forma, outros acidentes podem ser evitados. Imagina algo assim na estrada do cicloturismo, ou antes de uma competição, ou mesmo, antes de um trabalho. Mãos e olhos, para um fotógrafo são vitais... fato também para outras atividades, como dentistas e outras tantas profissões. 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

As coisas de ciclista... aquele momento!

Fotografia Roberto Furtado, 2014.
   Começar texto com depois... coisa esquisita, mas enfim, aqui é blog! E o blog é isto... é informalidade. Depois que um ciclista chega em casa depois de um pedal de natureza qualquer... vai tirando tudo dos bolsos e já se "gruda" num copo dágua. No meu caso, caneca dágua. A caneca que o Nícolas fez pra mim virou minha companheira... vai junto pra pescaria, trabalho no computador, trabalho de estrada. 
Cheguei em casa e tirei tudo dos bolsos... faltou apenas câmara reserva, canivete de ferramentas e as espátulas para conserto do pneu. Fica tudo por cima da mesa, a esposa reclama... diz: "Guarda tuas coisinhas, amor!"
Fica ali, por cima... dinheiro, telefone, identidade, gopro e mochila de hidratação. Estas duas últimas, estou testando. Coisa boa, foto do crime... diversão de pedalar. Chega em casa com preguiça, larga tudo em cima da mesa. Esposa reclama... mesmo assim, muito bom chegar em casa e ver quem a gente ama! É aquele momento... que tudo vale a pena!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sobre a feira do livro...

"Corredores" da feira do livro, 2014. Foto: Roberto Furtado

Nowtopia em meio a outras promoções da Tomo, 2014. Foto Roberto Furtado.

Nowtopia. Foto: Roberto Furtado
    A feira do livro acabou faz um tempinho, mas a gente (eu e a Revista Bicicleta) estivemos lá pra conferir o que se passava de bom. Vimos bicicletários e outras ações que favoreciam e ligavam a bike ao universo da leitura. 
Uma importante ação é a presença da Tomo, editora que publicou o livro de Chris Carlsson no Brasil. O Nowtopia é um conjunto de ideias e questões sobre a bicicleta, ações que estão dando certo em muitos lugares do mundo, em especial na cidade de São Francisco, nos EUA. São Francisco é a cidade onde reside Carlsson. 
   Em Setembro estivemos em São Francisco e percebemos que realmente faz sentido uma porção de ações que Carlsson aborda. A cidade respira bicicletas... e nós esperamos que Porto Alegre e outras cidades do Brasil sigam estes exemplos. No que depender da comunidade ciclística, isto já poderia ser a realidade, mas o brasileiro num todo precisa compreender as ações e importâncias da bicicleta. A presença da Tomo com a publicação do Nowtopia foi publicada também na versão impressa da Revista Bicicleta. 
Esta iniciativa, da Editora, esta de parabéns. É a presença forte da Bicicleta junto de uma importante feira da cultura. 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Na RST-101... ciclistas rumo ao Uruguai!

Foto: Roberto Furtado
Na direção do meu automóvel uno... seguia pela RST101 direto para Bujuru quando me deparei com dois cicloturistas rumando ao sul. Parei o carro logo que passei deles, escolhi o trecho para valorizar. Peguei a máquina fotográfica, fiel escudeira... e fiz alguns cliques. Era quase uma poesia... eles vinham. Um rapaz e uma moça, lindos, perfeitos, no ritmo ideal. Aproveitavam, evidentemente, tudo que por eles passava. A RST 101, ex-estrada do inferno é linda nesta época do ano. Menos quente que muita estrada, ainda muito quente para quem desafia a distância. Eles vinham se aproximando e eu fotografando... quando passaram por mim, perguntei: "Para onde vcs estão indo?" 
O ciclista respondeu... "amigo, vamos ao Uruguai!" 
Entrei no carro, abri a janela,  felicitei e desejei uma boa estrada. E senti um pedacinho daquela energia de quem ambiciona o horizonte. Eles foram em direção ao infinito, pois iriam muito além de mim. Eles foram adiante... eu, parei logo ali e me fui a praia. Meu destino era pescaria, o deles a estrada distante. Nestas horas percebo que fotografia é muito mais do que recordação, fotografia é poesia! Há em todo momento, para cada situação, uma poesia para ser "cantada". Esta, de forma silenciosa sobre os pneus da bicicleta, registrada pela máquina mais inquieta da bicicleta. Esta registradora do Bikes do Andarilho, já se perdeu no tempo, na contagem, nos km, nos saltos e nas histórias. Ela conta poesias algumas vezes, mas a bola da vez é do casal de ciclistas que foram ao Uruguai. 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Expo Bici foi um sucesso... Veja matéria na Revista Bicicleta edição de Dezembro de 2014

Revista Bicicleta, edição de Dezembro de 2014.

A terceira edição da Expo Bici foi um sucesso! Quem foi concordou plenamente com o que todos afirmavam... e a matéria não poderia faltar. Agradecemos a todos que colaboraram para a realização do evento e da pauta, em especial a Aventura Bikes, de Canoas; Gaúcha Bike, de Porto Alegre; Revista Bicicleta; e POA Bikers pelo evento organizado e acolhedor. Esperamos que 2015 conte com mais oportunidades como esta. O Bikes do Andarilho entra no oitavo ano de pedalada graças ao apoio de empresas sérias e colaborativas como estas. Somos incansáveis, somos bicicleta! Prestigie acessando o site das bike shops:



quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

A caminho da bicicleta ideal... 2015 é o marco temporal da nova bicicleta!

Centro de Porto Alegre, RS, 2014.
    A primeira postagem do ano... é de responsabilidade. Então que ela seja de valor, pois este é o papel verdadeiro do crítico da bicicleta. 
    Chegamos em 2015... muito depois da tal odisseia no espaço! É momento de colocar em prática todas as ações que julgamos por ideal. Bons comportamentos nos espaços divididos com semelhantes. Não estamos sozinhos... se vivemos em sociedade, não estamos sozinhos! Os espaços podem e devem ser compartilhados com qualidade. Cada pessoa tem o seu lugar, assim como cada veículo... e nem estamos a julgar se os espaços são justos, pq não são! Contudo, desejamos que os espaços oferecidos para cada opção da mobilidade sejam utilizados com sabedoria e decência. Ciclovia não é para pedestres, calçadas não são para ciclistas, mas se necessário, ambas opções podem ser utilizadas oferecendo a prioridade a opção que pertence. 
A vida não é para ser perdida... se há um valor neste sistema que chamamos de sociedade, tal é das vidas humanas individualmente. Cada vida é uma história, um fragmento pertencente a algo... nada deve ser destruído, perdido, desfragmentado. A estrutura possui um equilíbrio sutil, fácil de respeitar, mas todo mundo se comporta de forma a banalizar a vida. Então, que 2015 seja o ano em que a bicicleta comprovará para todos que estamos em um novo tempo, marco temporal. Que sejamos sensatos, respeitosos, exemplares... nos tornaremos, em 2015, um bom exemplo para o futuro. Espera-se que as ciclovias sejam respeitadas, assim como as calçadas, mas acima de tudo, que as pessoas sejam respeitadas.