A bicicleta no trânsito de muitos países é respeitada. Nos países de primeiro mundo é vista como saudável opção de deslocamento, e também recebe valorização esportiva. Em alguns países em desenvolvimento é vista como opção econômica de transporte, exclusiva das classes menos favorecidas, economicamente falando. Em qualquer das circunstâncias, encaixa-se como opção não poluente, de forma indiscutível. No Brasil existe uma mágica forma de se ver as coisas, de forma egoísta, e geralmente partindo de motoristas... o ciclista é visto como um marginal! Sim, é assim que se sente um ciclista que pedala de acordo com o código nacional de trânsito. Por vezes escutei de motoristas... "vai pra calçada!", e me dei por feliz pq não esteve acompanhado de um adjetivo como "vagabundo", "maloqueiro", e outras formas não gentis de se chamar outro ser humano. Também já escutei: "sai com esta merda daí!" Uma vez até fiquei revoltado, pq o "malfeitor" estava dirigindo um VW gol antigo, no estado de renda a moda ferrugem. Vindo de proprietário de carro velho, percebi que não importa qual seja a classe social, o ciclista correto, seja rico ou pobre, será sempre maloqueiro, bicha, veado, filho da mãe e qualquer outro. Como se qualquer um destes adjetivos, cabíveis de verdade ou justiça, justificassem a ignorância vinda por parte de um condutor de veículo movido a explosão, poluente malfeitor.
Não sou extremista, tenho carro... preciso do carro para certas situações, especialmente de trabalho. O que incomoda é a facilidade que o motorista tem de agredir verbalmente um outro ser humano que se desloca de forma coerente e desprendida... o ciclista não é preguiçoso, mas o motorista, geralmente sim! A bicicleta e seu condutor sofrem ameaças, desrespeitos e estímulos ao abandono das ruas... mas ciclista é valente e insistente, tanto quanto sua amiga bicicleta... vítimas da ignorância, especialmente brasileira.
Roberto Furtado
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