Recebi um email do amigo Tchaka, que por sua vez recebeu de outro colega. Achei interessante, e por isto gostaria de saber o nome do Autor e se realmente são dados verdadeiros. Como não fiquei sabendo, até o presente momento, segue sem assinatura o texto, mas fica em aberto e na espera deste, bem como a certeza dos dados. Algo com este conteúdo deve ter seu merecido crédito. A bicicleta é realmente rápida, não sabemos bem quanto, mas quando se trata de problemas de deslocamento dentro das grandes cidades, sabe-se que é uma possibilidade cada vez mais real. De fato que ao passo humano anda-se mais rapidamente que de carro, imagine de bike... hoje, proibida de circular em certos locais, muito mal vista por ignorantes e preguiçosos brasileiros. Digo brasileiros pq no exterior a visão já é outra... mas tudo bem, o coração limpo do ciclista agradece, enquanto os preguiçosos hipócritas morrem as toneladas com doenças provenientes do sedentarismo (cuidado ao interpretar). Como ajudar alguém que não se ajuda? Como aceitar que alguém que não se ajuda, nos prejudique, como? Fica aqui meu parecer e protesto sobre esta questão de trânsito e agilidade dentro dos grandes centros, e uma pontinha sobre a vida mais saudável que todos teriam se a bike fosse até estimulada no uso. Vida longa ao povo ciclista!
Roberto Furtado
A dita mensagem:
A Imobilidade de São Paulo atinge o céu. Será o limite?Participantes do Desafio Intermodal 2009 momentos antes da largadaN.I. – Aqui tem uma foto com todo mundo!Participantes do Desafio Intermodal 2009 momentos antes da largada São Paulorecebeu pelo 4º ano o Desafio Intermodal, um evento inteligente edescontraído organizado pela sociedade civil, em sua maioria cicloativistas,com o propósito principal de divulgar o Dia Mundial Sem Carro em 22 deSetembro, e nos levar a refletir sobre qual é a forma mais eficiente de selocomover. A princípio parece uma corrida maluca para medir o tempo dedeslocamento que um cidadão obtém de ponto A ao ponto B utilizando váriosmodais de mobilidade disponíveis na cidade, mas vamos olhar mais de perto.Nossa população está em 11.037.593 de habitantes, temos bairros reduzindosua quantidade de moradores, a maioria na região central, mas temos bairrosaumentando seus habitantes, a maioria na periferia, com regiões crescendoaté 100.000 habitantes em período de 8 anos, temos várias cidades crescendodentro da nossa cidade, mas os equipamentos sociais e a infra-estruturanecessária para atender esta demanda não cresce no mesmo ritmo, temosdeficiência de vagas em creche, escolas, saneamento, esgoto, cultura. Asdemandas nunca param.Nossa frota de automóveis chegou a 6.558.463 veículos, carros demais nasruas, e logo teremos que comprovar a existência de vagas para guardar oveículo para poder comprá-lo. Nosso sistema de estacionamento em viaspúblicas está caminhando para extinção, abrindo vias e faixas para fluir ofluxo estagnado, logo teremos um boom de estacionamentos verticais,subterrâneos, e mecanismos inteligentes de controle de estacionamentos paraZona Azul, carros com chip, mais e mais restrições para sua circulação,inclusive logo chegaremos no pedágio urbano, o espaço na cidade tem umlimite e é uma tendência natural e obrigatória para grandes cidades.Nosso sistema de transporte coletivo é insuficiente,os investimentos sãolentos, projetos são adiados, com execuções mal feitas, temos erros deplanejamento, e sempre sofre com a falta de prioridade. Temos 15.000 ônibusmas não temos investimentos a altura da necessidade em corredores, e quempega ônibus sabe que de anos para cá o número de assentos foi reduzido.Temos 61 km de metrô que cresce apenas 1 km ao ano. Temos 240 km de trem comcrescimento praticamente estático.Temos a prorrogação do PITU – PlanoIntegrado de Transportes Urbanos para 2025. Temos a falta de execução de umPlano Municipal de Mobilidade e Transporte. Temos um plano cicloviáriorestrito apenas ao lazer, e não ao transporte. O transporte coletivo privadotem restrições incabíveis. O resultado é que quase 4 milhões de pessoas sedeslocam a pé todos os dias, pois o transporte público não comporta mais.Nossa frota de helicópteros está um pouco acima de 560 unidades, já temos umcongestionamento aéreo, heliportos clandestinos, inclusive temos até bairroscom mais heliportos que pontos de ônibus, já passou da hora de regularmosesta atividade para que não piore ainda mais.Voltemos para o Desafio Intermodal.18 participantes partiram do mesmo local no Brooklim, no mesmo horário, em18 modais diferentes de transporte, rumo ao mesmo destino, o viaduto do Chá.Segue o tempo de deslocamento total que os participantes registraramutilizando os modais abaixo:
CHEGADA MODAL TEMPO EM MINUTOS
1º CICLISTA EM BIKE SEM MARCHA 22,33
2º MOTOCICLISTA COMUM 25
3º CICLISTA PROFISSIONAL 25,3
4º HELICÓPTERO 33,5
5º CICLISTA EXPERIENTE POR VIAS RÁPIDAS 37
6º CICLISTA EXPERIENTE POR VIASLOCAIS 38,2
7º MOTOCICLISTA PROFISSIONAL 42,28
8º CICLISTA INICIANTE PORVIAS LOCAIS 66
9º PEDESTRE CORRENDO 66,3
10º CICLISTA COM BIKE DOBRÁVEL + ÔNIBUS 68
11º ÔNIBUS 71,2
12º CARRO 82
13º TREM +METRÔ 84
14º TREM +ÔNIBUS 89
15º PEDESTRE CAMINHANDO 92
16º TREM+ORCA+METRÔ 99
17º CADEIRANTE + TREM + ÔNIBUS 108
18º ÔNIBUS + METRO 109
O fato da bicicleta se mostrar o meio de transporte mais eficiente nodeslocamento urbano dentro do nosso cenário, como mostram os resultados doDesafio Intermodal no anos anteriores, realizando um mesmo trajeto e emmenos tempo que outros modais como carro, moto, e ônibus , já deveria deixara administração desta cidade de cabelo em pé, pela lógica isso não deveriaacontecer, isso é sinônimo de que tem coisa errada na forma como amobilidade de pessoas e o transporte público é tratado, temos que rever aspolíticas, os investimentos, as prioridades, por si só isso é um tapa nacara da cidade mostrando que ela não está indo no caminho devido, estamosdeixando de fazer alguma coisa. Bicicleta realizar o mesmo percurso que umcarro, moto e ônibus e fazer em menos tempo é mais do que suficiente paracolocar todo mundo na mesa e discutir onde estamos errando, pois a cidadeestá parando, estamos jogando pelos escapamentos investimentos, tempo e avida desta cidade.Olhei os resultados do 4º Desafio Intermodal e fiquei alguns segundos sempalavras, a imobilidade chegou ao céu, e me pergunto se neste caso o céu é olimite. A coisa está tão feia aqui embaixo, que a bicicleta ir do mesmoponto A ao mesmo ponto B que um helicóptero e chegar com quase 11 minutos devantagem, me deixou com medo .Isso não é prova da eficiência do modal porbicicleta, é prova da ineficiência da administração pública no quesito deinvestimentos no sistema público de transporte, e pelo que vejo vaicontinuar investindo e planejando mal, nosso modelo de mobilidade foi jogadoao chão, ele não funciona, não serve a cidade, vamos repensar, vamosacordar, priorizar o transporte individual está sendo caro para todos, e nãome venha dizer que estão expandindo o metrô que isto não me convence, 1bilhão no metrô até 2012 é equivalente a 1 quilometro por ano de expansão,VLP na zona leste é fazer o sistema nascer saturado, não criar corredores deônibus é um erro até ambiental, e quanto mais tempo passar mais difícilficará, pois a cidade cresceu nos últimos 10 anos quase 120 mil pessoas porano.Outro resultado deste desafio que corrobora com a minha analise sobre afalência da nossa mobilidade é constatar que um pedestre correndo na viaconsegue ser mais veloz em nosso transito que ônibus e carro, e que umapessoa caminhando consegue ser mais eficiente em seu deslocamento na hora dorush que alguém utilizando a combinação de trem, ponte orca e metrô, ousimplesmente ônibus e metrô.Eu vou dormir com este pesadelo, nossa cidade com a mobilidade comprometidaaté em nosso espaço aéreo.
Autor desconhecido
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