Sentado no degrau de uma escada, aproveitando a sombra das árvores, estava fazendo uma pausa para tudo que a vida urbana exige. Em frente a flores, e em silêncio, observava uma borboleta, inseto que admiro por suas qualidades e estranheza de vida. Penso sempre, toda vez que vejo uma mariposa ou borboleta, que este animal que classificamos como inseto e o vemos como inferior, nas tantas qualidades e aprimoramentos de sua genética. Aprimoramentos que talvez jamais possamos copiar ou entender. O homem tenta copiar pássaros e outros animais, aplica todo conhecimento e tecnologia que possui em construções que saem do solo como vespas de aço, alumínio e plástico, fazendo barulho, arriscando a vida de milhares em favor do desenvolvimento, e condenando uma infinidade de insetos que por azar cruzarem seu caminho. Isto é a poesia que o homem acha que faz, se maravilha com tecnologia, mas nunca a usa para defender a natureza. E em tempos de defender a biologia, estamos, pq não fazer. Não há como fazer cifras defendendo o meio? Creio que sim, que seja possível. Tudo será uma questão de convencer o consumidor que de alguma forma isto é necessário. Durante meus pensamentos que muitos chamariam de tolos e despropositados, a borboleta em sua rotina voadora, parecendo ter pressa, tentava pousar nas folhas de uma pequena bergamoteira. Achei estranho, pq não pensei que elas gostassem deste tipo de árvore. Havia um pouco de vento, mas insistentemente a borboleta pousava, era retirada da posição desejada, tornava a voar, e continuou daquela forma por alguns minutos. Em dado momento, refleti sobre a física daquele pequeno animal, onde o vento cortava seu caminho, que era usado para poupar energia. Notavelmente ela parava de bater as asas por longos e coletivos segundos. Como já fui estudante de engenharia mecânica, e por isto tendo alguma noção de física, fiquei imaginando o vento sendo redirecionado sobre suas asas, de forma a transformar aquela energia gratuita em força ascendente. Pasmo em minhas próprias considerações, fui novamente surpreendido quando definitivamente a borboleta aterrisou sobre uma das folhas. Naquele instante, fixou-se e em seguida começou a depositar seus ovos. Um atrás do outro, em pequeno espaçamento de tempo e movimentos que compreendi serem necessários para expulsar ovos de seu interior. A cada minuto de obervação ficava mais maravilhado, e conclui que aquele pequeno animal, capaz de voar como não podemos, teria naquele momento depositado “sementes” que produziriam mais de 30 novas aeronaves naturais. Em toda sua inocência, a superação de “N” dificuldades e a vontade de vencer. A vida do pequeno ser vivo, para garantir a chegada de outras tantas, necessárias para manter o equilíbrio entre polinizar e transferir a matéria de um lugar para o outro. Os fragmentos de vida espalhados por ela, disseminavam vida e esperança de futuro... e o aproveitamento que ela tem da vida, entre ser ovo, lagarta e aeronave perfeita, provavelmente não dure mais que 30 dias. Esta é a mágica da vida, na forma de química e física, perfeitas, que o homem jamais atingirá em suas boas ou más intenções.
Este texto é verídico, nada foi fantasia! Dedico ele as pessoas da minha vida, dentre elas a família, amigos, colegas... usem a reflexão para serem pessoas sempre melhores.
A química e a física estão em todos os animais e vegetais, na verdade em tudo que é vivo. Não há vida sem C-H-O-N, tampouco sem gravidade!
Acreditem em si próprios, mas acreditem também em nosso planeta. Estamos aqui por algum motivo que não entendemos ainda...
Roberto Furtado
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