Tenho feito várias considerações sobre este ofício do entusiasta, profissional da informação e respeitador do segmento da bicicleta. Embora este blog esteja entrando no quinto ano de existência e mais de 1300 postagens, com todo reconhecimento que ele possui em termos de visitação, interação com o público e colegas, também pelo grande esforço praticado, percebo que de nada adianta se o empresário brasileiro não considera adequadamente este empenho. Hoje pela manhã tomei uma decisão que considero ter duplo sentido... Não vou ir a feira da bicicleta em São Paulo, excelente organização, nomeada então de Brasil Cycle Fair 2013. Vou explicar... aqui não é lugar de rodeios e tapeações! O ofício de profissional da informação é bastante evidente para mim, embora outros milhares de profissionais não pensem desta forma. A informação deve chegar com clareza, sem distorções e/ou interesses políticos. Aqui sempre foi assim, e vai continuar sendo... E se reclamo de grana que deveria entrar por alguma porta, lembro que sem dinheiro não dá pra comprar passagem ou cobrir custos de deslocamento para cobertura dos eventos. Realmente, agora vou me esforçar menos no aspecto do valor... tiro do meu bolso, coloco na estrada da informação que realizo. Muita coisa apenas com intuito de divulgar, fazer-se presente, ajudar um segmento não grato! Não grato? Sim, não grato... O empresário brasileiro é não grato quando diz não para a mídia. É da mídia especializada que surge a crítica de valor, com conhecimento, e que gera vendas quando cria motivação no leitor. O custo para eu me fazer presente na feira em questão é relativamente baixo... alguma coisa tipo uns 400 reais para dois dias de acompanhamento, isto envolve passagens de aéreas de ida e retorno, uma hospedagem bastante modesta em SP e refeições. Quando um profissional começa a tirar o valor do bolso pq o segmento não cobre suas despesas, parece não fazer sentido nenhum a existência deste trabalho.
Um evento deste porte sem atenção especial de um crítico verdadeiro no segmento é como uma padaria sem padeiro! A circulação não acontece... deixa de ter valor, rende muito menos. E não é fácil, pq o que tem de profissional mais ou menos trabalhando em divulgação em todo segmento, isto é surpreendente.
A decisão... Não irei a feira este ano. Não vou apostar em algo que não aposta no meu trabalho. Vou ficar aqui, quietinho, divulgando as imagens da Interbike 2013. A Interbike 2013 é uma das maiores feiras mundiais do segmento da bicicleta, com aproximadamente 1200 expositores, de acordo com dados da organização do evento. Em relação a feira brasileira, significa um evento 1100% maior, com produtos em segmentos inexistentes no mercado brasileiro. E pq existe a diferença? A diferença existe pq as empresas não investem, não apostam no mercado. Não criam o mercado... não pressionam os governos por redução de impostos com argumentações que visam melhorias para o país. A argumentação é sempre em relação aos custos e dificuldades, mas elas jamais fazem campanha forte em favor da mobilidade urbana. Isto é que falta neste Brasil, acreditar de verdade... envolver-se no segmento de coração, pra conquistar uma vida socialmente viável! O lucro das empresas é uma consequência evidente da teoria... que na prática não passa de intenções desacreditadas. Pensam os empresários de forma individual, onde a melhoria para todos resulta em custo para eles mesmos, como indivíduos cidadãos. "Ninguém percebe que sem o "circo organizado" não ocorre espetáculo perfeito!"
Gostaria de deixar claro que um empresário que nega 50 ou 100 reais como apoio de mídia pode ter suas razões para não apostar, mas quando vejo uma loja gigantesca, com fluxo enorme de ciclistas clientes, e muitos destes são leitores assíduos deste blog, obviamente este empresário não entende o que é o mercado. Agradeço aos meus apoiadores, listados a esquerda desta página, pois eles viabilizaram tudo até este momento. Agradecimentos a Camptrail, a Adventure Bike Shop (Ipiranga), a DuduBike, Mantua Sport, a Prates e Pinto Advogados, a Revista Bicicleta, também a Sociedade Audax de Ciclismo e Federação Gaúcha de Ciclismo. Estas empresas estão sempre na minha lista de apoio, pois sei que se precisar, elas me ajudarão de alguma forma. Elas é que fazem este blog acontecer, continuar, ser uma realidade de informação de entretenimento da bicicleta. Dedico os muitos clicks a estas empresas, e lamento que este ano não seja viável estar na Brasil Cycle Fair 2013.
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