O homem em sua trajetória, seja qual for, sempre tenta colocar um objetivo de vida. Traçar metas, e desafiar estes limites pertencentes ao desafio. A vida é complicada mesmo, e parte disto se deve ao fato de que nosso tempo de vida é curto, vivemos em média 60-90 anos, não mais que isto. E sabemos que após os 75 anos a coisa tende a piorar para certas tarefas. Não é comum ver ciclistas com 90 anos, embora já tenha visto algo próximo disto. Alguns homens acreditam que esta jornada de objetivos é a luta pelo patrimônio, algo que acumularão durante esta estrada, e que deixarão para os filhos... assim imagino pensarem quando trabalham incessantemente. Com a internet, as idéias e ideais se espelharam com o vento, e justamente por causa desta dissipação de pensamentos em letras ou sons que a gente fica a pensar se as escolhas foram corretas. Quanto mais pensamos, mais dúvidas temos, e a estrada se torna alvo de indecisão. Devemos pegar a direita ou o caminho da esquerda? Não é fácil escolher, e lá na frente, talvez teremos dinheiro, ou talvez histórias para contar a alguém, talvez netos. Aos 34 anos penso muito nisto, e como perdi meu tempo em qualificação, mesmos nas opções onde não concluí ou valorizei. O conhecimento é algo que se enraiza na mente daqueles que criticam, avaliam, deduzem, mas o título tem valor imediato, oferecendo a decisão da atividade em que será colocada este homem, independente de realmente poder ou não este para a função. A vida dos homens é feita de acumular cristais... os quais ele coloca no bolso, e pensa que é muito feliz por ter estes. Quanto mais penso nestes pequenos cristais da vida, penso ainda mais quando ele poderá usar parte dests cristais para promover algo que relamente valoriza, afinal de contas... carros ficam velhos, eletrônicos desatualizam, e outros objetos simplesmente deixam ter ter utilidade. O mais estranho é que todo mundo sabe disto, mas ninguém muda, quase ninguém. Ficamos todos presos no sistema que exige que fiquemos vinculados a rotina diária de trabalhar, dormir, e acordar no dia seguinte para a mesma "opção". Pq se não nos preocupamos com a aquisição de eletrônicos, e carros luxosos, acabamos por pensar que envelheceremos um dia, e desta forma precisaremos novamente dos cristais para comprar conforto e saúde. O problema é que a vida que possibilita sustento, conforto e saúde na velhice, ou luxo no presente, é a mesma que tira a saúde de tantos. Tantos como eu, como você, que acabam em rotinas indesejáveis, e que aumentam o colesterol, cansaço, e demais sensações opressoras do bem estar. A vida poderia ser mais simples, mais curta, mais feliz... acho que anos mal vividos, não compensam em longevidade. Talvez, ser cicloturista desse menos conforto, mas talvez não consumisse tanto com nosso corpo e mente... ainda viajaríamos tanto e barato, que talvez não fizesse sentido algum ganhar rios de cristais, apenas para contar. Talvez, talvez, talvez... mar de perguntas, um pequeno córrego de respostas. Deixa ir... deixa vir, deixar rolar. Não pense muito, não conte cifras, viva um personagem cicloturista.
Se é devaneio, talvez... mas é verdadeiro.
Texto: Roberto Furtado
Foto: Eliseo Muciu
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