segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Restauração de memórias... a Peugeot Turismo 3!


Não é tarefa fácil a tal restauração... alias, questiono a eficácia psicológica da empreitada restaurativa de um bem material. Acredito, na data de hoje, que isto é mera ilusão e alimento a inquieta alma do homem relacionado ao seu hobby ou trabalho. Tal grau de importância é relativo e individual, e por isto não acredito que as decisões sejam unânimes ou semelhantes em 100 autores de uma tarefa restaurativa. Reconstrutiva sim... esta justifica-se a cada trabalho que já executamos, mas restaurativa, no momento nasce o descontentamento. Mesmo que você dedique seu tempo de esforços para uma ressurgência da bicicleta, ela terá um efeito final diferente do que você realmente gostaria se seguires padrões estipulados por conceitos ou outros idealizadores. Um tio meu, grande amigo, disse para mim algo que jamais vou esquecer. Simples como uma frase tendenciosa da estrutura pessoal... "O peixe é meu e nele ponho o peso que eu quiser!" Ele se referia ao tamanho de um peixe pescado, e com a insistência de agregar meio quilo em um peixe com mais de 20 quilogramas, me parecia desnecessário. Para ele aquele meio quilo representava a confirmação de um peso, sua "precisão dimensional". Justamente baseada nesta precisão, reside uma articulação estutural que convence o ouvinte. Aqui nas restaurações e reconstruções da bicicleta, parece que tudo isto é um sistema de ligação para convencer as pessoas que é desta forma que deve ser feito... e antes de alguém ter esta certeza de caminho, peço que reconsidere. O que é certo? O vazio desta pergunta em tua mente, ou os ciclos de início e recomeço de reflexões trará uma resposta especial. Não me envolverei neste processo... você vai decidir e encontrar este caminho, apenas participei do surgimento das questões. Se fores procurar um caminho, que seja autêntico, pessoal e intransferível... como arte! 
Esta postagem marca mais uma etapa da história de uma Peugeot Turismo, cujo processo vai ser muito interessante a leitores e entusiastas. Por outro lado, me traz insatisfação uma tentativa de restauração. Sou um reconstrutor por natureza... reconstruir significa atribuir novos caracteres ao um projeto. Meu fracasso nesta jornada é invisível aos olhos de muitos, mas justamente por estas particularidades na forma de pensar. Uma vez retocado, jamais original outra vez, qual o valor desta diferença? Aos meus olhos, não existe restauração, pois ela leva consigo a história, a veracidade de suas características, e muitas vezes uma posição da ilusão que nasce em seu observador. Mesmo assim, rodamos pra frente, pois até mesmo fracasso é um exercício do crescimento.
Na imagem acima, eu e a Turismo 3 antes de ser desmontada para o processo "restaurativo".

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