Algumas coisas na vida não tem explicação.
Não encontro respostas para muitas perguntas que tenho. Acho que isto é normal
aos perguntadores. Há motivo e consequência, causa e imprudência em quase tudo
que ocorre neste mundo. O que não existe é resposta para explicar...
A condição de profissional de
fotojornalismo especializado da bicicleta me traz grandes e favorecidos pontos
de observação. Tento ser imparcial em tudo, mas obviamente coloco minhas
impressões, assim é o colunista, assim é o blogueiro, assim é o redator que
transcreve as situações vividas e observadas. Me sinto sentado no topo de um
edifício, como uma ave de rapina a espreita da presa. A presa é o meu assunto
fotográfico. Fato que me levou a paixão pela fotografia, quando descobri a arma
da paz. Infelizmente, até mesmo na fotografia existe corrupção e interesses.
Onde o homem coloca sua mão, faz então sua nova tragédia, bastando ambicionar
um algo mais sem possuir sensibilidade.
Tenho visto um mundo novo a se formar na
bicicleta... ela se transforma, esta me levando junto, e mais algumas pessoas.
Não são pessoas que competem comigo, são clientes, amigos, outros profissionais
do meio bicicleta. O mercado esta crescendo, a mídia circundando, e as
transformações são visíveis. Algumas destas pessoas eram totalmente puras
quando as conheci... eram simplesmente focadas na bicicleta pelos motivos que
ela representava. Uma vez que assediada pelo poder ou vislumbrando dinheiro por
meio desta incrível máquina de alegria, tais pessoas se transformaram. Até eu
me transformei, quase um hipócrita, pq hoje, há semanas que praticamente não
pedalo. A mero exemplo desta, que andei se tanto, uns 8 km. Verdade que estou
tão envolvido com o trabalho, inclusive de bicicletas, que acabo perdendo o
tempo necessário para pegar a bike e ir... Estamos esquecendo o real
motivo de pedalar, que é a bicicleta gratuita. A bicicleta que arranca uma
alegria especial, em uma oportunidade qualquer, mesmo de ir até a padaria ou
banco. Hoje fui ao banco... e é bom usar as pernas de um jeito diferente para
fazer tarefas do cotidiano.
O que vejo são pessoas que tinham um
brilho especial junto da bicicleta, alguns até amigos, agora viraram
concorrentes... estão foscos! Estão entre comércios, equipes, grupos de
ciclismo, promotores de eventos, oficinas, e até nas ruas pela cidade... todos
na contra mão, plantando sentimentos que não são saudáveis. Tenho visto isto
sim... e lamento. Quando se perde a pureza pela bicicleta, ela se perde em
cifras e mesquinhez.
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