quinta-feira, 16 de maio de 2013

Restauração de uma Caloi 10


 O começo de qualquer projeto reconstrutivo começa com muitas intenções e termina aonde é possível! Nem sempre é viável prosseguir em um projeto destes, pois o custo é alto no garimpo de peças usadas ou novas. Com 30 anos, aproximadamente, estas peças podem custar cifras elevadas se comparadas com atuais componentes. Isto acontece devido a raridade de peças em condições de restauração. Muitas peças não servem para serem aplicadas em um projeto deste nível. 
As dificuldades não estão limitadas ao estado das peças e ao custo das mesmas. Muitas vezes, não se encontra um tal passador, parafuso, etc. Acho que deu pra perceber isto no projeto do Charles Ceccagno, realizado na Adventure Bike Shop.
Alguns componentes foram recuperados, outros encontrados novos na internet. O selim foi emprestado por um amigo de Charles. Tenho certeza de que Fabio Lazzarotto fez mais que emprestar um selim. 
Nesta caminhada ninguém vai absolutamente sozinho, segue rumo no apoio de amigos, e de especialistas do mundo da bicicleta, tal como o Daniel da Adventure, conhecido no mundo da bike por apelido de Garça. Garça diz que recebeu as peças e as espalhou no balcão. Muitas estavam desmontadas, vieram da cromeação completamente separadas de seus conjuntos. Foi um quebra cabeças!" resume o mecânico que executou a montagem completa do projeto de Charles. 
Os pedais tem uma história interessante... foram encontrados novos na internet. Chegando aqui, tratava-se de dois pedais esquerdos. Garça precisou garimpar um pedal igual para ser o doador do eixo pedal. Assim se obteve um pedal para cada lado, já que pedais de bicicleta tem roscas invertidas, apenas para informação do público leigo.  
As peças em alumínio foram desmontadas e polidas. Notável pelos freios Dia Compe, com brilho espetacular. 
O projeto de Charles era baseado completamente em propósito reconstrutivo tipo restaurativo. Usou-se apenas peças originais da época no quesito fidelidade da original Caloi 10. Contudo, alguns itens como as pedaleiras e a fita de couro das mesmas, são modernas, com aparência vintage. Na época, este modelo de bicicleta não possuía estas acessórios. Não compromete o resultado do projeto, mesmo pq estes acessórios podem ser retirados. 
Dos adesivos, aos aros e pneus... difícil de um bom crítico apontar um problema no projeto. Para sua informação, estes pneus, novos, porém antigos, são da Pirelli, modelo Jet Caju, de aro 27. Exatamente como eram usados neste período, com raros períodos e lotes de fabricação, onde a Caloi optou por modelos diferentes. Alguns eram de banda âmbar, outros completamente pretos. Disto me lembro, embora fosse criança naquele tempo.  
Os aros, ainda carregam a marca Caloi em um adesivo. Em baixo relevo esta a impressão no alumínio... o fornecedor de aros para a Caloi. Para quem desconhece a questão, verdadeiramente a Caloi fabricava apenas o quadro (frame), garfo, e guidão. Não tenho certeza de que a Caloi fabricava o guidão (tipo speed), mas ao que consta, sim. Este foi um dos projetos mais belos que tive o prazer de acompanhar. Mesmo que tenha observado do ponto de montagem em diante, já fico feliz em ter visto. 
Se trata de um projeto muito raro... em raríssimas oportunidades se viu tamanha fidelidade, tamanho empenho, tanto bom gosto e sabedoria nas decisões. Isto, reforça que projetos assim são feitos com um idealizador e talvez uma meia dúzia de conselheiros. Obviamente, todos muito bem inseridos no mundo da bicicleta. Assim nasce mais uma guerreira do passado!
Fica aqui eternizada esta proeza da restauração. Deixo os agradecimentos ao Charles, aos rapazes da Adventure Bike Shop da loja Ipiranga.

9 comentários:

  1. Simplesmente espetacular o serviço de restauração e essa cor amarela é sinônimo de velocidade!

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  2. Bem legal esta restauração.
    Espero que o Charles tenha a oportunidade de desfilar com esta jóia na Toscana, como era seu plano, de levar ela para L'Eroica.
    Abraço. Aires.

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  3. Bem legal esta restauração.
    Espero que o Charles tenha a oportunidade de desfilar com esta jóia na Toscana, como era seu plano, de levar ela para L'Eroica.
    Abraço. Aires.

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  4. Preciso ver de perto esta Caloi 10. Igual a minha primeira Bike. Comprei em 1977 na loja J.H.Santos (que não existe mais) em 10 parcelas. Ná época tinha 16 anos e fiz meu primeiro "Audax" indo e voltando até Caxias do Sul. Feito não imáginável para os dias da época.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. -Também tive uma amarelinha dessas, porém ano 1983, essa sua é um pouco mais antigas se o grafismo for o original, e agora estou restaurando uma Sprint ano 1981, fazendo o upgrade para a C10,trocando as peças de aço para alumínio, estava na dúvida entre o dourado e o amarelo da minha antiga c10, mas vendo a sua me decidi pelo amarelo!Obrigado e parabéns, está linda!

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  7. -Também tive uma amarelinha dessas, porém ano 1983, essa sua é um pouco mais antigas se o grafismo for o original, e agora estou restaurando uma Sprint ano 1981, fazendo o upgrade para a C10,trocando as peças de aço para alumínio, estava na dúvida entre o dourado e o amarelo da minha antiga c10, mas vendo a sua me decidi pelo amarelo!Obrigado e parabéns, está linda!

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  8. Muito bonita essa C10. Pelo jeito é de 1977. Por favor, alguém poderia me
    dizer a marca dos aros da caloi 10-77? São Ukairim, Araya ou Caloi? A marca fica estampada em baixo relevo e no texto não está especificado a marca. Alguém poderia me ajudar?

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  9. Parabéns, para quem elaborou esta restauração! Absolutamente perfeita, o melhor trabalho que já vi com Caloi 10!

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Seu comentário será aprovado em breve. Obrigado. Andarilho