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Foto: Roberto Furtado / Bikes do Andarilho.com |
Se tratando mais uma vez de bicicletas, a questão fundamental ao pedalar é o conjunto de componentes de uma bike. E alguns dos componentes são menos expressivos ou mais significativos em termos de qualidade na função exercida. Os freios são componentes que não recebem atenção de muitos ciclistas. Como é comum encontrar um ciclista com sapatas de freio gastas, ou de má qualidade, sem esquecer que na maioria dos casos... o conjunto de freios não é boa qualidade. Diversas vezes, conversando com colegas e amigos relacionados ao mundo da magrela, me deparo com discussões variadas quanto a preferência e/ou eficiência de cada opção de sistema existente. Não acho que o freio a disco seja impróprio ao cicloturismo, pq em tese ele é o único que pode continuar rodando mesmo com uma roda empenada, sem oferecer problemas ao biker. Enquanto freios tradicionais como cantilever, v-brake ou outros modelos pertencentes a variados conceitos atribuidos em bikes road (speed), necessitam soltar o cabo ou até desengatar o acionamento para que seja possível continuar rodando. Conceitos e conceitos, onde se chega com tantas discussões? Afinal, a necessidade de cada é tão diferente, que nem mesmo as tantas opções preenchem as lacunas da necessidade. Sempre aparece algum tipo de bike e de aplicação que ao período de uso, concordamos que algum detalhe poderia ser mudado. Ou isto, ou somos tão exigentes quando o assunto é bicicleta, que chegamos aos bordos da loucura ciclística. Não é tanto faz... um disco hidráulico pode ser a opção com maior desempenho, também a opção de maior valor agregado, e ainda a opção mais sem recursos de manutenção se estivermos longe de tudo. Imagine o biker passando pela Cordinheira dos Andes, após um tombo que teria por azar, condenado o conduite hidráulico, e continuar descendo grandes ladeiras na confiança de um único freio. Talvez não seja tanto problema quanto imagino, mas acho muito menos provável que um cantilever seja danificado em uma queda. Outro dia vi um disco de freio em uma bike cujo pneu era de medida 700 x 23. Puxa, fiquei quieto, comparando que era tipo usar um freio de trator em um fusca. Talvez a justificativa para aquilo tenha sido apenas para poder acomodar as rodas 700 em um quadro original de MTB... mas pneu 700 x 23? Que é isto? Imagina colocar uma suspa com 160 mm de curso em uma speed... é mais ou menos por aí, ao meu ver.
Coerência no uso e na montagem das bikes, isto sim leva a algum lugar... leva a bikes harmônicas, bikes confortáveis, freios silenciosos e precisos. Fissurado por bikes da década de 90, cavalos de aço, vi o cantilever em boa eficiência para o uso urbano. Não precisava mais do que aquilo, mas o despreparo das oficinas para ajustar o cantilever acabava por rebaixando-o em capacidade. Ao fim da década de 90 o cantilever estava afogado, substituindo este por vbrakes, que funcionam muito bem. Os vbrakes são muito fáceis de regular, são bonitos, eficientes, mas limitados de igual forma ao empenamento das rodas. Buracos sempre haverão, e empenamentos de rodas são resultado disto. Para todo lado e opção que nos inclinarmos, veremos vantagens e desvantagens. Acho o disco pesado para muitos dos casos de bicicletas de estrada... mas também já vi que é a única opção para alguns ciclistas é colocar discos, já que algumas destas bikes foram projetadas para aros de 26 polegadas, e os mesmos aplicam rodados de medida 700 ou 29. Para estes casos não há remédio, entretanto poderiam evitar o exemplo que citei anteriormente do pneu extremamente fino.
No fim, acho que importa mesmo é ter um ótimo conjunto de freio, seja ele de cantilever, vbrake ou discos... ou ainda estas opções que andam aparecendo recentemente no catálogo da shimano, coisas que ainda não conseguir ver, mas que geram muita curiosidade e simpatia.
Revise sempre seus freios... mantenha estes em dia para evitar surpresas.
Roberto Furtado
Boa tarde amigo, tudo bem?
ResponderExcluirGostei muito do post! Realmente qualidade do equipamento está muito acima do que o freio ser disco, v-brake ou cantilever. Lembro quando fui pedalar com um colega que estava com uma Giant com 14 anos de uso (isso foi em 2006). A bike aparentava a idade no quadro já sem brilho, mas quando fui dar uma volta o freio ainda cantilever com boas sapatas e conduites shimano realmente me surpreenderam. Era de longe muito melhor que os meus V-Brakes. Agora a minha dúvida ainda não consegui tirar... uma bike de uso urbano, o que você diz entre um par de freios v-brake (altus ou deore) em relação à discos de marcas genéricas por exemplo Winzip? E se compararmos os mesmos V-brake com Discos mecânicos da shimano? Quero saber da eficiência, e se o disco mecânico requer muita manutenção. Abraços
Bom dia Carlos!
ResponderExcluirAcredito que para cada necessidade exista uma material correto... acho complicado dar uso a um vbrake e um disco de forma igual. Na verdade eles tem suas vantagens e desvantagens justamente para serem aplicadas nas condições corretas. Discos genéricos não me atraem mais, exceto os de boa qualidade, como avid, tektro, etc. O último winzip que vi, deixou a desejar. Não recomendo. Se o cicloturismo tiver estrada de chão batido, e possibilidade de barro, vai de disco mecânico. Um abraço. Roberto
Eu uso discos, porém para ciclo-turismo eu usaria vbrake por ter maior potência de frenagem... outra coisa que o pessoal esquece se o aro comprometer o disco continua andando a freando porém se o disco der empeno como já aconteceu comigo duas vezes, primeira onde um amigo bateu em mim em uma descida e outra vez uma descida muito ingreme o disco também empenou em uma queda e nesse caso é fim de viagem sem nem pensar... conduites de disco não se rompem... mas esse lance do disco acontece.
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