Tinha uma porção de semanas, como dizia meu avô, que a Peugeot Turismo 3 do pai da minha esposa estava na sala encostada na parede. Com sobras de materiais, meu sogro, grande artesão nas horas vagas, dedicou-se para construir este suporte de parede para prender a bicicleta. O modelo foi tirado da internet, fabricado em angelim. Aqui em casa as coisas tem este aspecto da madeira, meio da simplicidade, meio rústico, mas que gostamos muito. Na face superior do suporte, coloquei uma bicicletinha miniatura que ganhei dos tios Tê e Zé, e a pequena câmera fotográfica no tripe foi presente da esposa. Os estilos se moldam ao nosso desejo. Ou quem sabe se somos lapidados com o tempo durante a estrada da construção de nós mesmos? Bem, eu não tenho certeza do que se forma primeiro, mas eu gosto exatamente assim como aconteceu. E eu gosto de saber que esta bicicleta eu salvei da corrosão, trouxe de volta lembranças e reflexões sobre a infância da minha esposa e da minha cunhada, quando elas passeavam junto do pai quando crianças. Diziam que uma ia sobre o top tube, a outra no bagageiro pela beira da praia. Fico imaginando um homem, duas filhas pequenas, a bicicleta e um caniço na beira de praia. Isto é uma poesia do tempo, algo que sempre se perde, pois histórias, a não ser que sejam contadas ou escritas, apagam-se nos tempos. Então, hoje comemoramos um dia... o dia em que perpetuamos a história. A bicicleta, bem, ela vai ficar aí onde é possível ver. Por este período ela vai gerar perguntas aos amigos que nos visitarem, tal como: "mas o que é esta bicicleta pendurada?" Prontamente vou dizer da maneira que eu quiser... Isto é restauração de memórias de família!
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