Quando a gente se envolve demais em algo, começa a refletir e os porquês aparecem um atrás do outro. É como estar redescobrindo a vida. A vida é assim! Aprende-se algo, depois se questiona situações banais do cotidiano, como tarefas da rotina. Até que o momento de indagação oportuniza um encontro com a bicicleta. No assunto bicicleta, sustentabilidade, e todo tipo de pauta relacionada, percebemos que os limites de cada vantagem e desvantagem começam a determinar o padrão em que nos encaixaremos. Neste momento determinamos como queremos viver. Podemos mudar de vida, mas se esta nova opção possuir evidências que nos deixam descontentes, logo passaremos a ver a idéia como uma solução não satisfatória. E deste ponto em diante, mudaremos. É a vivência do experimentar, vamos até um ponto, e descobrimos que devemos retornar, ou seguir adiante. Tenho visto alguns ciclistas, de todas as idades, mudando de hábito de vida. Homens de negócios, trocaram seus carros por carros mais simples e por bicicletas... fugindo assim das consequências da vida anterior. A vida custa menos, e se precisa ganhar menos... a vida fica mais fácil! No lugar de dez horas de trabalho diário, estão agora duas horas menos a cada dia. Com isto, novamente os dados são lançados, e novos acontecimentos surgem, completamente diferentes. Alguns seguem os instintos, outros buscam sugestão do meio. Em tempos modernos, e com o avançar da idade, os homens se perguntam sobre a vida. Alguns mudam, outros não... alguns apenas esperam pelo fim. E não estamos falando de pessoas sem capacidade intelectual, estamos falando de homens de negócios, bem sucedidos financeiramente! Ontem, quando chegava a um cruzamento, vi um cliente que mudou radicalmente de vida. Já com seus 55 anos, aproximadamente, trocou o carro que se me lembro bem custava bem mais que 5 carros populares, por uma bicicleta. A bicicleta conheço bem, deve ter custado uns 2000 reais, boa qualidade, grupo mediano da shimano, suspensão simples. Muito menos que muitas das bikes que vemos em Audax e nos passeios. E ali fiquei a me perguntar sobre o que passa na cabeça de um vivente destes, para mudar radicalmente de vida. Mesmo tendo dinheiro, o cidadão acabou trocando o luxo pela simplicidade... O que ele ganhou com isto? Talvez seja como o amigo Raul tenha me dito: "menos é mais!" Justificando que a simplicidade traz diversas sensações de paz, de serenidade. Talvez alguns homens se tornem meninos novamente, e descubram que se trata de um processo cíclico... o homem começa na bike, e termina na bike. Talvez não seja nada disto, mas as tendências demonstram que devemos nos perguntar se estamos no caminho certo. As ruas estão entupidas de carros, a poluição é nítida no cotidiano, as pessoas estão morrendo de problemas banais, homens tiram a vida de outros homens para tomar um carro... o que fazer em tempos onde um celular vale mais que a vida alheia? Talvez a simplicidade seja a resposta de tudo. Sobre homens e meninos, bicicletas divertem a ambos!
Roberto Furtado
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