segunda-feira, 30 de junho de 2014

Campeonato Gaúcho de Ciclismo - 6ª etapa de 2014

Autódromo Internacional de Tarumã, 2014.
Uma prova dura, regada a chuva! Quando diminuía, era o vento que aumentava. A prova teve condições piores nas categorias que correram por último, tal como Elite. As primeiras categorias como estreante, feminino e MTB foram agraciadas com um "cantinho" de sol. Teve um momento que foi preciso tirar o casaco... e depois não tinha como ficar sem ele! Foi um dia de abafamento e frio, em tempos diferentes de um único dia. 
A prova foi muito tranquilo, sem necessidade de ligar a ambulância, não foram reportados tombos a organização. 
A grande observação do dia... garotos estão voando na elite! Pode ser notada também forte presença do Santa Ciclismo em todas as categorias.  Muitos jovens desta equipe marcaram presença e sugeriram um futuro brilhante. Vejamos como acontece para frente... 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Uma Raleigh MT200 e questões da tecnologia






 Reciclar... Este deve ser um dos assuntos mais falados na atualidade, pois acho justo, necessário e muito divertido. O que nós podemos fazer para reaproveitar ou promover a continuidade dos objetos que temos ao alcance? Bom, acredito que manter e conservar estes equipamentos de gerações anteriores é uma ótima alternativa para cultivar esta cultura old school. Neste caso, o estado da pintura do frame estava tão boa que poucos acreditariam que a bicicleta tem uns 19-20 anos. E quando colocamos peças modernas e novas, garantimos o uso desta guerreira por mais 10 anos, tranquilamente. Este modelo possuía originalmente peças de nível shimano altus, mas na remontagem optamos por colocar um alívio como câmbio traseiro e trocadores, pois isto daria um prestígio pouco maior para ela... e merecido seria.
A opção de 24 velocidades esta um pouco além do que se imaginava para uma bicicleta de passeio na época, mas na atualidade cai muito bem. A marca Raleigh é conhecida por qualidade. Muitos admiradores da marca se mantem fiéis a ela, mas é certo que este fama é algo que veio de um passado distante, quando os frames de aço e/ou cr-mo invadiram o mercado europeu, proveniente do Reino Unido (Frank Bowder,1887), mas posteriormente firmou-se no americano, onde é sediada até hoje. Se observa estas belezas citadas como Raleigh USA, mas originalmente eram inglesas existentes somente versões inglesas. O emblema ainda é o mesmo, tornou-se marca registrada e é reconhecido a distância por aqueles entusiastas. Durante os anos 90, foram atribuídos a linha de fabricação modelos de conceito passeio urbano e MTBs.
Originalmente, a MT200 possuia freios tipo cantilever, mas na oportunidade de transformar a bike em uma eficiente proposta modernizada, substituímos os freios originais por vbrakes novos, modelo altus, da shimano. Esta ação permitiu uma "compatibilidade" eficiente com o aro das novas rodas. E verdade seja dita, os freios atuais são mais eficientes, facilmente ajustados e praticamente a prova de dor de cabeça. Até mesmo a remoção das rodas em caso de pneus furados se torna uma tarefa fácil. Blocagens eficientes da shimano com o fácil desconectar dos vbrakes agiliza a operação. Em 5-8 minutos o pneu esta consertado e recolocado. É fato... alguns ciclistas estão tão eficientes na manutenção de pneus que isto se percebe em grupos de passeios ou mesmo nas ruas de uma cidade grande. 
Um grande diferencial deste modelo... algo que considero realmente incomum no passado e ainda mais na atualidade é a junção de Cr-Mo com alumínio. Depois de todos estes anos envolvido com pesquisa e garimpo de bicicleta, não havia visto pessoalmente. Até então, escutei falar, mas não acreditei. Não é fácil compreender pq um fabricante faria isto, mas possivelmente a melhor resposta seja divida em duas. Na justificativa de um fabricante para um público consumidor, imagino que a resposta seja de que utilizando top e down tube em alumínio obtinha-se uma redução de peso. Certo... pode ser que seja esta a argumentação. Contudo, na década de 90 especulava-se o uso de alumínio como uma vantagem de material tecnológico como resposta a tudo. Na verdade, os grandes fabricantes, frente a uma nova avalanche de fabricantes de frames de cr-mo e aço de boa qualidade, perceberam que era preciso evoluir para "despistar" o mercado dos aproveitadores que agora queimavam preço no mercado. Esta corrida tecnológica marca uma geração e removia alguns iniciantes do mercado ao passo que todos os grandes possuiam frames de carbono e alumínio em suas linhas de produção. Até mesmo o titânio foi utilizado para derrubar os fabricantes em início de carreira. Então esta união entre Cr-Mo e alumínio da Raleigh MT200 certamente era um trunfo tecnológico com intenções de sobressair-se em relação as demais marcas. Mesmo possuindo um grupo simples, como o Shimano Altus, ela reunião características fortes da qualidade. Tal observação é verdadeira que componentes não relacionados a relação de marchas e freios, como mesa, canote e aros, foram aplicados com uma qualidade de nível bastante alto. Foram utilizadas peças de grife para aquela época, com mesa e canote de cr-mo (extremamente pesados), também aros da marcam Weinmann. O garfo da bicicleta também é dr Cr-Mo, como grande parte da estrutura principal, demonstrando robustez de um tempo onde as bicicletas não tinham prazo de validade. Não que a atualidade não possua qualidade... não é isto, mas os frames de hoje são projetados com finalidades de outro conceitos. Os frames atuais têm perfil competitivo, tecnológico, de baixo peso, as vezes comportamentos específicos a torção e flexão. É o futuro desejado para o automóvel aplicado em grande parte das bicicletas atuais. Nunca se viu tanta tecnologia da indústria como ocorre nas bicicletas. 
Uma importante crítica, algo que tenho feito sempre que possível, é quanto a qualidade dos componentes atuais. A Shimano e outras grandes marcas tem demonstrado um capricho de alto nível, como soluções inteligentes que posso indicar como democráticas, pois estão pouco a pouco ficando ao alcance de todos. Exemplo disto é o cubo de conceito centerlock, que permite ser aplicado em modelos de vbrake ou disco, sem prejuízo em um das duas escolhas. Produzir um sistema que possa ser instalado em ambos os modelos permite sua popularização, pois antes quando eram produzidos 60.000 peças para vbrake e 20.000 peças para disco, agora fabrica-se a quantidade que supri o mercado de ambas as opções e bolsos. Isto favoreceu a popularização do freio a disco que num futuro próximo, acredito, atingirá a totalidade das bicicletas. Entendo isto pq o custo de produção se reduz, e então aumenta-se a procura, e mais ainda se reduz o custo... e pela eficiência do disco, especialmente por preservar os aros do desgaste das frenagens, pode ser um novo caminho para sustentável opção da manutenção em bicicletas. Isto, o tempo escreverá, não desta forma, talvez, mas como novos conceitos que ainda vão surgir. 

Final de semana de velocidade em Tarumã... velocidade da bicicleta!

Neste final de semana, dia 29 de junho, acontece no autódromo internacional de Tarumã a 6ª etapa do super campeonato gaúcho de ciclismo. Estima-se a presença de grande público espectador para um show das rodas raiadas. Devido a proximidade da capital é esperado um grande número de inscritos. Atletas de cidades distantes como Vacaria e Rio Grande são forte promessa para esquentar o campeonato em mais uma etapa. O Bikes do Andarilho vai estar presente para cobrir o evento. Os interessados podem acessar o site da FGC para obter informações detalhadas sobre premiação e regulamento. Quem é forte comparece lá para mostrar o potencial! Grande oportunidade! Os dias de glória para um ciclista!

terça-feira, 24 de junho de 2014

Sense mini - Apresentação 1ª Parte









 Preparamos um material para demonstrar um teste prático sobre a bicicleta elétrica mais compacta do mercado (dobrável),  modelo denominado de "Mini", da marca Sense. Fizemos algumas imagens que consideramos indispensáveis para realização das abordagens, portanto dividimos a pauta em duas postagens para fins de melhor aproveitamento. A Sense Mini surpreende em alguns aspectos. Pontos positivos não faltam no modelo, mas sabemos que este é apenas um começo para a história de bicicletas com motor elétrico e sistema "assistido". A bicicleta não se transforma em uma motocicleta elétrica quando o ciclista não pedala ou não quer pedalar. Para o motor funcionar é preciso estar pedalando, ou seja, o motor funciona como um sistema que auxilia o ciclista. Esta é exatamente a proposta que vemos como ideal! Isto pq a bicicleta favorece aqueles que tem limitação por problemas de saúde, ou por dias cansativos. Ninguém esta livre de ter dias com excesso de trabalho e o sistema auxilia o biker a voltar para casa, reduzindo o esforço em subidas e trajetos longos. A bicicleta tem uma autonomia de 20-30 km. O tempo média de recarga é de 6 horas. Influencia diretamente na autonomia a potência de auxílio que o ciclista vai escolher, que vai de 1 ao 5 em um indicador junto da manopla esquerda. É possível operar a bicicleta de forma totalmente manual em caso de esgotamento de energia. Isto é uma segurança muito bem elaborada, pois no asfalto a bicicleta tem excelente desempenho no conceito de mobilidade urbana. Isto, pode ser reforçado pelo cubo de marchas internas da Shimano, modelo Nexus Inter 3, que já apresentamos aqui no Bikes do Andarilho e tem excelente qualidade. 

O motor elétrico de 250 watts é extremamente silencioso, mostrando todo potencial que leva o ciclista ao conforto. Pedalar assim é muito mais confortável. A bateria  é responsável por grande parte do peso deste modelo, possivelmente a metade do peso esta no sistema elétrico, incluindo motor, bateria e dispositivos de acionamento e segurança. A bicicleta é bastante pesada, mas como o sistema é muito bem desenvolvido, não se percebe peso de arrasto ou dificuldades na condução ou pedalada. Mesmo com o motor desligado, não parece que a bicicleta pesa tudo isto. O baixo centro de gravidade da bicicleta é um ponto favorável ao equilíbrio. Em modelos de roda 26", não é raro ouvir queixas sobre este aspecto do equilíbrio, pois a bateria geralmente é instalada acima da roda traseira. No modelo Mini da Sense, cujo o aro é de medida 20", não se percebe nenhum problema com relação ao equilíbrio. Este é um ponto muito favorável ao modelo da Sense. O conjunto da bicicleta demonstra boa escolha na montagem do projeto. Componentes de qualidade são de grande importância para o resultado final, e isto, a Sense possui. Paralamas  plásticos que não promovem ruído, motor silencioso, boa manobrabilidade apontam para um público satisfeito em grande número. Esta é uma boa aposta da marca, acreditamos que será um grande sucesso. 
Agradecimentos ao comércio de bicicletas Dudu Bike, representada por Everson Ribas. Agradecimentos também ao biker e mecânico de bicicletas Rodrigo pela paciência por ser modelo e testador do projeto. Parceiros assim viabilizam uma escolha muito mais consciente do consumidor, pois possivelmente... algumas das dúvidas que tínhamos pudemos compartilhar já com as respostas ao público de interesse. Se trata de um grande projeto, agora resta saber se ela vai colar no mercado. Como proposta de qualidade, ela atende, resta saber se o Brasil esta preparado para este conceito, pois no exterior, não resta nenhuma dúvida, elas invadiram os mercados. 
Para ver a bicicleta ou até mesmo testar a bicicleta, fale com o Daniel Freitas da Dudu bike.

Produção, texto e fotos: Roberto Furtado / Bikes do Andarilho.com
Biker do teste: Rodrigo Guimarães
Modelo testado: Sense Mini
Loja colaboradora: Dudu Bike

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Relatório de exposição e atuação Bikes do Andarilho


Bom dia! 
De tempos em tempos realizo algum demonstrativo para os leitores. Isto serve têm finalidades distintas... sendo uma delas de importância comercial, outras para efeitos de sanar a curiosidade de leitores e apoiadores. No final do ano passado e início deste ano, o Bikes do Andarilho comemorou 500.000 acessos. Os números não aumentaram, definitivamente, apenas se mantiveram. Atribui-se a isto a preferência de uma parte do público pelas redes sociais. Pensando nisto, no ano passado nós montamos a página do Bikes do Andarilho no Facebook, bem como do Diário do Andarilho. 
Os assuntos mais lidos neste espaço foram relacionados por semelhança e relação de dependência. Podemos destacar e demonstrar da seguinte maneira, apontamos na seguinte ordem de visualização (maior para menor):

1) reconstrução + assuntos técnicos do material old school = 28%
2) cicloturismo, passeios, viagens e provas tipo Audax = 20%
3) apresentação comentada de bicicletas do mercado = 19%
4)  questões sociais + mobilidade urbana= 15%
5) eventos incomuns (DHU, bricks, diferenciados, etc) = 9%
6) competições de DH, XC, XCM = 6%
7) demais competições da bicicleta = 3%

*visitação mensal média de Bikes do Andarilho.com = 16.8 mil
*visitação mensal média de Face Bikes do Andarilho = 19.1 mil

Não foi muito fácil escolher ou classificar as áreas de interesse do leitor, pois haveria muito mais categorias se fossemos abordar todos os assuntos como únicos. No entanto, foi possível agrupar "áreas" por relação e proximidade, tal como competições de mtb, onde mesmo que sejam completamente diferentes o DH e o XC, ainda se tratam de um "mesmo" berço e semelhante público. Acredita-se que o sucesso deste canal esteja na diversidade de assuntos, onde assuntos de conhecimento muito específico sejam abordados aqui, tal como assuntos da tecnologia e propriedade dos materiais. Estes assuntos tornaram-se muito procurados e lidos aqui no Bikes do Andarilho, possivelmente pela carência destes assuntos no mercado. Não queremos que o leitor de um grupo específico sinta menor importância em um assunto ou outro devido as estatísticas deste blog. Se faz o melhor possível para divulgar tudo sobre bicicleta para reunir o público diferenciado e interessado da bicicleta. Estamos presentes, sempre que possível, em todos os eventos, muitas vezes com ausência total de apoio financeiro.
Nós temos um papel importante no mundo da bicicleta... que é da transparência, da abordagem crítica séria e não tendenciosa. Nós mostramos a verdade, nós fazemos informação de forma divertida, dita informal! Nós fazemos jornalismo específico da bicicleta. Quando falo no plural estou estendendo esta atividade aos colegas e parceiros que construíram esta caminhada, seja divulgando, colaborando, criando espaço para estes momentos de redação e fotografia. Estes parceiros, sem ordem de importância ou prioridade, são responsáveis também por este crescimento. Crescimento de exposição positiva da bicicleta para a sociedade, como veículo ou como meio de entretenimento. 
Agradecimentos as lojas Dudu Bike e Adventure Bike Shop, a Sociedade Audax de Ciclismo, POA Bikers, Revista Bicicleta, Kamikaze Bikes, e aos colegas Carlos W. Horn (Tchaka) e Nícolas Kaprzak.

Campeonato Gaúcho de Downhill 5ª etapa

 O campeonato gaúcho de downhill aconteceu dentro da maior normalidade, em clima festivo e fraternal. Os pilotos contaram com dia excepcional, de céu azul e um "certo" calor após as 11 horas da manhã. As grandes atenções estavam para a laje, tradicional trecho de nível técnico elevado que derruba até mesmo os experientes. A laje é uma pedra exposta, sempre muito úmida, verte água e cria muito barro nos arredores. Em decorrência da água que escorre e umedece a terra, se formam sulcos profundos por onde os ciclistas planejam com cuidado a descida. Estivemos lá hoje e percebemos que o barro era grande neste pedaço de chão, teve biker aterrissando de peito, de cabeça, de lado, etc. Nas duas primeiras imagens, que podem ser ampliadas clicando em cima, é possível observar o excedente de barro saltando para todos os lados. Foi um dia para os fortes... 
Quem voou forte no qualify no sábado, garantiu uma estimativa de oficial promissora. Alguns pilotos atribuiram a dificuldade das descidas em decorrência de dias anteriores chuvosos, muito embora esta realidade de água escorrendo em alguns trechos fosse praticamente uma constante. 
Como havia outro compromisso de trabalho relevante na data, por parte deste que vos escreve, acabei fotografando apenas o primeiro período do dia. Mesmo assim temos 500 fotos para apreciação.
O desligamento da instituição FGC e o Bikes do Andarilho não prejudica as relações entre as mesmas, pelo contrário, demonstra uma independência de ambas. O esporte cresce, algumas mudanças acontecem, melhorias são sempre visadas para toda estrada. 
Todo lote de imagens esta a venda para os ciclistas e envolvidos nas mesmas. O valor unitário das imagens é de 10 reais, conforme tabela detalhada. Para situações onde o lote for superior a 10 unidades, mesmo que as imagens pertençam a ciclistas diferentes (valor não comercial), o valor unitário cai para 5 reais. As imagens devem ser copiadas e o serial das mesmas anotados. Tudo deve ser encaminhado para betofurtado@gmail.com para que possamos separar e encaminhas dados bancários e desta forma concretizar a venda das mesmas. As imagens para fins de divulgação comercial podem ser adquiridas através de bancos de imagens sugeridos e informados por email. Podem também solicitar imagens através do mesmo email, observando a finalidade e o valor final específico para este serviço. 

Fotos e texto: Roberto Furtado / Bikes do Andarilho.com



Kamikaze e sua oficina móvel, forte estrutura para atender o público!

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O que mata o esporte?

foto: Roberto Furtado
Muitas vezes vejo pessoas questionando a falta de iniciativa da mídia, de profissionais e de organizadores. Hoje é seu dia para obter a resposta quanto esta questão. De quem é a culpa ou responsabilidade pela falta de divulgação e de incentivo ao esporte? Bem, acredito que esta resposta seja bem mais complexa do que um texto de duas ou três páginas, mas o tempo que eu gastaria para colocar as minhas impressões para expressar isto não vira saldo em minha conta bancária. Então vou ser breve e vc terá que se contentar com esta resposta superficial. 
Hoje, descrevo uma história da bicicleta que pode ser observada desde 2008, quando comecei o Bikes do Andarilho. Naquele tempo, as empresas não ajudavam pq diziam que o trabalho ainda era jovem e não oferecia exposição suficiente. Hoje, elas dizem que não podem pagar por este serviço... em parte é verdade, outra é mentira. As empresas sabem que este trabalho que reflete diretamente na motivação do consumidor continuará existindo pela determinação de quem trabalha neste segmento, independente do valor existir. Quem faz isto... faz pq é apaixonado pelo ofício e pelo esporte. Se eu for muito simplista em uma resposta, vou dizer que o que mata o esporte é a falta de valor que a mídia recebe das empresas... também os elevados tributos impostos pelo governo sobre a bicicleta. Em resumo, vale mais a pena divulgar e trabalhar com automóveis ou motocicletas do que com bicicletas. Bicicleta é vista como brinquedo neste país, diferente de como é visto o futebol. Não importa se o mercado esta absorvendo bicicletas de 15-40 mil reais, pouco importa se os fabricantes de bicicleta popular estão vendendo mais bicicletas do que nunca se imaginou. O que importa é que eles tem um motivo para dizer não a mídia. Isto, o consumidor deve saber... e onde reflete a falta de investimento neste segmento? Reflete em competições de baixa qualidade de estrutura e operacional, reflete na ausência de matérias e profissionais de qualidade... todos se cansam deste mercado medíocre, partem para mercados ricos em investimento como o do futebol, dos automóveis, bebidas alcoólicas, etc
Você sabe como se mata o esporte? Se mata o esporte quando vc não dá valor para ele... e o valor que ninguém dá se gera da maneira mais interessante, que é matando os profissionais no cansaço. Eu vou seguir fazendo... mas advirto, fotografar e cobrir eventos esportivos, ditas competições, já não é minha prioridade.  

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Na mobilidade e no exercício do trabalho... repórter ciclista!


Sempre me dedico as reflexões a todo momento, pois elas me levam ao futuro que pretendo chegar. Hoje, enquanto dirigia para ir ao centro, pois iria fotografar o caminho do gol, me deparei com um engarrafamento de proporções catastróficas. Avenidas Cavalhada, Nonoai, Teresópolis entupidas por condutores desesperados por chegar ao destino. Bom conhecedor de Porto Alegre, e isto sou graças a um antigo trabalho que já exerci, de entregador, escolhi ruas vazias por entre os bairros e fui me espreitando... até que cheguei na Orfanatrofio e consegui alcançar a casa dos meus pais em Teresópolis para abandonar o carro e virar o que realmente sou... um ciclista! Me organizei e me transformei no repórter fotográfico ciclista, me desloquei com grande facilidade até a Borges de Medeiros onde encontrei um público alegre que se deslocava aos poucos em direção ao Beira Rio. Conduzi meu destino na velha GT Corrado para o viaduto dos Açorianos. Onde encontrei o palhaço sobre uma grande bicicleta. Fantástica bicicleta gigante que deve gerar segurança para o ciclista e insegurança para os automóveis... talvez, não tenho certeza! 
A bicicleta me permitiu um trabalho ágil, onde eu certamente levava vantagem a todo instante... encontrei colegas jornalistas no trajeto, que certamente perceberam a vantagem em que eu me encontrava pela minha escolha de vida. A bicicleta é sabedoria... ela é ágil! Sobre ela, correndo, consigo uns 20-30 km/h, a pé... dificilmente uns 15 km/h. E nem considera o desgaste, pois fiz uns 16 km e estou inteiro! 
A torcida laranja, laranja mecânica é alegre, amigável, exemplar... como pode um país com restrição de "chão" ter tanta qualidade na formação de seus cidadãos em relação ao Brasil? Vos digo... "O Brasil tá com nada!" Na copa, certo de que não leva a taça... já a Holanda, não sei não. Acho que eles tem potencial... se for no campo também, justo! Porque é evidente que na formação dos seus cidadãos, já deram baile no Brasil. Que eventos como este sirvam para nos enriquecer, afinal, aprender, mesmo que envergonhados como nos sentimos devido ao que oferecemos aos turistas, ainda é um grande trunfo do saber. 
De bicicleta fui e voltei... trabalhei com dignidade, será que não podemos mudar isto com mais qualidade?
Me orgulho muito do que acabei me transformando... sou um repórter ciclista, um tipo raro, nem por isto melhor ou pior, apenas com uma característica muito própria. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Eu vejo bicicletas o tempo todo... sexto sentido!

Granja Armadilhas, 2014. Crédito: Eduardo Aigner (Alemão)
Foi durante o filme que fez muito sucesso que o ator Haley Joel Osment pronunciou a frase que acabou eternizada na história do cinema: "I see dead people!"
Na história o garoto do tem um "sexto sentido" que o persegue... não que ele queira, pelo contrário, não quer, mas ele vê gente morta o tempo todo. O filme é assustador, mas muito interessante. Não é o filme que me interessa nesta oportunidade, mas sim a frase que gostei muito muito adaptando para bicicletas. Outro dia, alguém me perguntou sobre o que eu fazia com bicicletas? Eu disse... trabalho com a informação da bicicleta, sou repórter. Então veio a brincadeira sobre adaptação no diálogo famoso.

Personagem 01: - "Eu vejo bicicletas!"
Personagem 02: - "Com que frequência?"
Personagem 01: - "O tempo todo..."

De fato... brincamos muito, nós profissionais da mídia da bicicleta. Acho que é a receita de uma vida feliz, fazer o que se gosta! Cansei de algumas coisas, mas não cansei da bicicleta... certo de que não cansarei dela. Ela fara parte da minha vida, mesmo que seja tão intensa e presente na história. Se sou o protagonista de minha própria história, e isto é um fato, então devo seguir estes instintos para ver onde chegarei. Certamente a resposta é "a mim mesmo!"
Eu espero que esta minha caminhada, publicada, ajude algumas pessoas também... afinal, Bikes do Andarilho é um blog... é feito para existir um canal informal das pessoas que se realizam com a bicicleta. Se fosse para ter um perfil de jornal, seria um jornal! Bom... roda pra frente!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Bicicleta e casa velha...


Nunca tinha pensado nisto... minha mãe mora nesta casa há tempos, morei aí também por longa data. Contudo, nunca me passou pela cabeça cruzar o estilo da residência com bicicletas antigas. Agora, tá feito... mostrei um pouco de velharia residencial e ciclística, algo que gosto muito. Combina bem com fotografia.
Que ela não me veja falando em velharia, afinal, esta exatamente do jeito que ela queria. 
Esta Caloi Poti LX cruzou meu caminho por acaso. Aceitei... ela me parece robusta como as Caloi Barraforte, porém em versão feminina. O cubo traseiro é um Favorite, tipo contrapedal. Tudo funciona perfeitamente exceto pelos pedais, que precisei trocar. Falta para ela ser completa, um bagageiro e um cestinho. Já vi que é fácil de encontrar... mas não estou nem um pouco pilhado para colocar nas lista de projetos, embora eu tivesse algumas sugestões para ela. O que não tenho no momento é verba para tocar a diante mais um projeto... uma coisa de cada vez! A foto ficou... tá aí, bonita, estilosa. 

Flagrante do Andarilho... padrão FIFA 2014 em Porto Alegre!

Ontem fui a Borges de Medeiros, via fechada para trânsito de pedestres. Gostei muito desta decisão... acho que as ruas, ao menos as vezes, devem ser das pessoas que estão a pé. Estranha e curiosa forma de praticarmos um direito cidadão e natural. Caminhar faz parte do homem... caminhei de lá para cá e vice-versa por umas 3 vezes. Vi pessoas tomadas por uma energia muito boa, que não é responsabilidade da FIFA, tampouco do futebol. É um clima de festa e de harmonia, simpatia contagiante. Rostos coloridos, bandeiras, policiamento eficiente que garantiu a segurança de quem estava lá. Caminhei tranquilamente com a máquina fotográfica em punho, sem medo. Vi pessoas simples e endinheiradas circulando juntas no mesmo espaço... linda Borges de Medeiros, de paralelepípedos gastos pelo trânsito de automóveis. Estupenda visão de um meio da rua em direção ao horizonte urbano. 
A copa do mundo... deixa eu dizer uma coisa sobre a copa. A tal copa tem dois lados! Sem ordem definida estes podem ser apontados de duas maneiras. Excelente oportunidade para as pessoas refletirem sobre as nações juntas de forma alegre, onde locais são disponibilizados para todos. Por outro lado, ocorre muito jogo de interesse. Se salientam as políticas e caráter de gestores, também envolvidos. Não sejamos hipócritas, mas alimentamos este sistema que gira muito dinheiro para alguns, favorece outros com salários fixos por 4 anos, que em grande maioria, não os merecem! Esta curioso sobre a placa da foto... sobre a calçada alguém fez piadinha séria. Padrão FIFA de conservação das ruas, responsabilidade da calçada! A calçada é responsabilidade do proprietário... sim, do proprietário, mas a fiscalização é da prefeitura. Este é apenas um pequeno caso que pode ser citado com um de uma centena de milhares que aparecem nas ruas de Porto Alegre. Se os grandes problemas não são resolvidos em tempo necessário... veja avenida Teresópolis junto do Patronato ou a rua que passa por trás do antigo estádio do Grêmio. Assim é Porto Alegre, vista pelos visitantes... é nosso presente para o legado! O legado de mostrar o que fomos na Copa do Mundo. Resta a dúvida sobre pq e se deveria ter acontecido um evento destes no Brasil. Acho que deveria sim... mas faltou gestão. Nas urnas estaria, supostamente, a resposta para o futuro, mas acredito que não exista candidato disponível para solucionar tais problemas. Quem poderia fazer isto, evidentemente não quis se sujar... 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A bicicleta em movimento... e osso do ofício!

STX RC 28.6mm; foto: Roberto Furtado
O mundo se transforma rapidamente... ao piscar de olhos ele se apresenta de outras maneiras. Assim é a vida de todos e tudo... as culturas se adaptam, a bicicleta não é diferente. Quando comecei minha jornada na mídia da bicicleta, não sabia exatamente como ia desenhar este caminho. O que eu menos sabia, era saber! Comecei minha relação com a bicicleta de forma inocente, como muitos daqui. Eu andei pela primeira vez na bicicleta com a idade que não recordo, depois veio a primeira bicicleta sem rodinhas, na decáda de 80 eu voava na pracinha, na década de 90 eu voava nas ruas no que seriam poderíamos chamar de as primeiras mtb e depois em speeds. Eu olhava atentamente o contorno das peças campagnolo e shimano 105 que comprava com esforço da família, pq eu realmente adorava aquilo. Eu nem imaginava onde eu estaria, tampouco queria saber. Eu não sabia... eu nem sabia o que era saber! O vento leva tudo e todos para muitos lugares antes do fim da estrada. Eu acho formidável a história das pessoas, também das construções, das peças de bicicleta, dos animais e de tudo que passa de mão em mão se enriquecendo de palavras e pensamentos. Eu descobri o que era ser jornalista sozinho... ninguém me pegou pela mão para dizer, ninguém facilitou as coisas, ninguém me disse como eu acharia minha forma de compor fotografia. Composição fotográfica, saber desenhar, amar e viver são situações que vc sabe ou não sabe. Equivocado é aquele que promete ensinar a vida para uma pedra. Nós somos o que podemos ser... seremos aos poucos, talvez mais lentamente, mas seremos! As peças de bicicleta são peças que ganham movimento pelo homem, elas carregam história em três dimensões. A peça da fotografia é uma realidade, vc esta vendo. Casualmente, fiz a foto de uma peça nova com quase 20 anos, pq achei incrível que ela tenha sido preservada pelo acaso até o momento. É osso do seu ofício impedido, talvez estagnado de um direito funcional. Assim como pessoas, objetos, ferramentas e fotografias, todas são peças importantes de um sistema, como bicicletas em movimento descrevendo histórias. Não há o que fazer, apenas apreciar o momento... vai acontecer, presta um pouco de atenção, tudo esta em movimento, minimamente. Poesia é algo grudado em páginas, mas é algo estático somente a quem não têm a liberdade da compreensão. Um texto começou sem uma linha... as linhas surgiram, deram movimento, como agora... olha as reticências, para onde vão? Não sei, depende de ti de agora em diante...

A Copa que não pedi pra Deus...

Ontem, o Brasil abriu os jogos da Copa do Mundo de Futebol junto da Croácia. O que vi na televisão poderia ter sido um evento mágico, se não fosse pelo entorno que "afugenta" a felicidade de um país. O Brasil é uma máquina que anda na inércia própria... ele é como um meteoro que tem seu próprio deslocamento devido ao grande volume. Os gestores podem apenas programar a limpeza do caminho, talvez aproveitar-se de situações por onde ele passará. Não há candidato a gestor neste Brasil capaz de conduzir este grande meteoro produtor de grãos, exportador de produções cultivadas em terra rica e de desigualdades. Não sou mais um comunista enrustido que gostaria de ver a distribuição perfeita sobre a mesa, até pq não existe desenvolvimento sustentável em um país quando alguém não pode tirar proveito. Contudo, aqui não se tira proveito, aqui se esbalda em suco de laranja enquanto as pessoas passam sede. Na televisão, vi uma rua de Manaus onde os moradores gastaram o que tinham e o que não tinham para enfeitar com bandeirolas a rua em questão. Foram 62 mil reais arrecadados para produzir uma sujeira sem tamanho enquanto a desigualdade é pregada e condenada por todos, por onde quer que se vá. Na hora de comprar um carro... o melhor que o dinheiro do bolso alcançar, mesmo sabendo que em 4 anos ele valerá menos da metade do valor, independente de estar com baixa km e bem cuidado. É um país de hipócritas... é o que somos! Ontem vi um jogo torcendo para um time oposto, não porque não sou brasileiro, mas pq o oponente gasta muito menos para ter um time do mesmo nível de diversão. Os croatas sorriram da mesma forma... e eles não tinha um jogador trapalhão para fazer gol contra! Aliás, eu não fazia aquele gol contra. Eu não vi gol bonito que justificasse os milhões que eles ganham... como assim milhões para jogar futebol? Eles são mais importantes que engenheiros, médicos, jornalistas? Se for pela breve carreira, então dá pelo menos para aumentar um pouco o salário de todo brasileiro... não para que fiquem ricos, mas para que não passem fome, sede, medo! Enquanto nós, profissionais de verdade, pensadores, nos tornamos moeda de troca sem qualquer valor, jogadores do futebol brasileiro são tratados como heróis. Para fazer gol contra, papelão, tal da marmelada... ao Hino, uma mentira contada por todos! 

"Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte
Em teu seio, ó Liberdade
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada
marmelada
Salve! Salve!"

Fiquemos assim... com uma esperança de taça tão passageira que não apaga um minuto dos problemas que vivemos por aqui. Um partido que disse que ia fazer e acontecer quando assumisse o poder.  Só o que vi até hoje foi aumento de exploração, aumento de alienação, mentiras, mas é pura ilusão de um autor... pegue sua bandeira verde e amarela e erga para os jogadores milionários, pois nada vai mudar. Eu sigo como alguns gostam de dizer... sou um idealista, sou na verdade... um sonhador! Não não prestamos atenção nem mesmo em nossos hinos, somos uns hipócritas! Como seremos exemplo para alguém? Que exemplo seremos paras próximas gerações? E por favor, não me confunda com um arruaceiro, pq eu escrevo e defendo os meus interesses com palavras. Eu não jogarei uma pedra...

"Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

De modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo"

Bom final de semana pra todos nós e graças a Deus, hoje é sexta-feira... 

terça-feira, 10 de junho de 2014

Os quadros de aço e o mercado


O momento e as questões da bicicleta de aço
Um novo perfil de consumidores e uma nova questão. A verdade é que corrosão foi considerado um problema do passado, utilizado para lançar o alumínio como material tecnológico. Evidente que se tratava de uma questão de interesse na condução dos mercados nacional e internacional. Há tempos, quando este que vos escreve era chamado de louco por vendedores e lojistas pq dizia que o Cr-Mo regressaria das cinzas para cobrar sua parte insuperável, os aços eram pouco a pouco esquecidos, ficando com destaque das bicicletas de pior qualidade existentes no mercado. As bicicletas de aço vendidas em supermercados e fabricadas por empresas que não possuíam atributos tecnológicos para agregar valor ao material, eram duplamente prejudicadas. Primeiramente, as bicicletas em questão utilizavam o pior aço encontrado no mercado, seguido de um péssimo tratamento contra corrosão. Em segundo lugar, e não menos importante como problema, tais bicicletas não possuíam um mínimo de alinhamento, algumas faziam duas marcas de pneu ao rodar na areia. Não é brincadeira um fabricante fazer uma versão "carangueijo" de duas rodas... apenas uma referência ao animal que anda para os lados! Isto é uma piada de mau gosto, como é também a conduta de um fabricante que quer apenas faturar despejando algo que tem destino certo... o lixo! Ninguém cativa o gosto por andar de bicicleta se desfrutar de uma "porcaria". É fato...
E o que surge primeiro como problema? Bicicleta desalinhada não é fabricada com aço de qualidade pq perde facilmente o interesse do proprietário? Um conjunto de fatores... meu avô chamava isto de "investir coisa boa em coisa ruim"! Referia-se a gastar tempo e dinheiro para projetos sem qualidade!
Quando uma nova tendência surgiu, esta dos adoradores de bicicletas antigas... um vintage, old school, dos perseguidores de quadros antigos, relembrou-se a questão da corrosão. Corrosão não é doença terminal... até pode ser, mas para isto, imagine um descaso total do proprietário com este projeto. Canotes, mesas e movimentos centrais grudados? Certamente que houve uma grande desatenção por longo período para que isto se tornasse uma realidade. Bons mecânicos engraxam bem o movimento central... uma vez engraxado, mesmo em periódicas lavagens não se consegue remover o lubrificante protetor. Canote e mesa... da mesma forma! Só o abandono e descaso permite a ocorrência deste "grudamento", onde oxidações de uma pesa se fusionam com oxidações da peça que se encontra em contato. Nada justifica um problema desta natureza... nem mesmo a oxidação de tubos internos de frames de aço. Uma vez desmontados, graxa por dentro dos tubos que se tem acesso... o calor do sol e a trepidação faz o restante. Confesso que não entendo quando vejo frames destruídos por corrosão. 

Corrosão no aço Cr-Mo
É um pouco complicado explicar as diferenças dos materiais sem que as pessoas entendam de química e física, e dos próprios materiais. Um fato importante para abordar é a diferença na corrosão de um aço de menor e maior qualidade... existe uma diferença. O aço tradicional sofre corrosão de forma muito mais intensa do que os aços de qualidade. Tais ligas especiais possuem justamente esta finalidade, dentre outras. A relação de material removido por oxidação é diretamente ligada a condução elétrica deste material, diretamente ligada a redução. Alternativas são utilizadas para minimizar estes efeitos. O próprio Cr-Mo, independente de tipo (são várias as combinações de elementos no aço), se apresenta com uma corrosão com "desenho ou textura" diferente. Quem conhece materiais, mesmo que não saiba de qual elemento é fabricado, ao observar a corrosão já compreende mais ou menos o tipo de aço utilizado no projeto. 
A bicicletas de Cr-Mo da época de ouro da bicicleta...elas são centenas de milhares nas ruas, modestas, minimalistas! Tubos delgados, se parecem modelos... são delgadas e charmosas com soldas finas e fortes. Elas são uma obra de arte que venceram o tempo... vejo-as nas ruas rodando como cavalos de guerra após 15-25 anos, algumas, impecáveis! Outras apresentam amassamentos, consertos por fadiga, repintura... se compreende devido ao uso. Afinal, quantos são os carros de 25 anos que vemos nas ruas ainda? 5%? Acho que menos... 
É um assunto infinito, técnico, social e fabuloso... as bicicletas de aço! Elas nunca mais cairão de moda... foi um erro da sociedade, uma jogada do mercado! Haverá espaço para elas pela eternidade. Os lojistas e distribuidores que se atualizem, pois estão "marcando touca!" Ou somos loucos em ver tantas nas ruas, valorizadas em negócios cada vez mais elevados em valor de "usados", ou realmente sua demanda superou sua disponibilidade. Acordemos... 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Calçada para bicicleta... como?


Apenas um cidadão que não anda de bicicleta e que não conhece o CTB para exclamar: "Cara, vai pra calçada!" 
Já escutei destas acho que pelo menos umas 10 vezes... são motoristas de ônibus, taxistas, motoristas novos ou velhos, mulheres ou homens. Não há perfil na estatística para explicar pq um motorista manda um ciclista para calçada... não passa de ignorância especial de um motorista incoerente e despreparado. Em outros tempos, mandava eles voltarem para o colégio, mas depois da última experiência infeliz no início do ano passado, desisti. Aquela vez, vinha eu, voltando "devagarito", tranquilão de um passeio noturno quando um monza (pensa num carro acabado que não podia mais rodar nas ruas) quase me derrubou da bike. Reclamei... O motorista me mandou pra calçada, pq eu estava no lugar errado. Disse que ele estava errado, que não conhecia o CTB e chamei de ignorante e assassino. Na mesma hora ele desceu do carro com uma faca. Deu a volta no carro, ergui a bicicleta acima da cabeça com a coroa virada para ele. Eu falei gritando... vem! Se tu vier, vou atirar esta bicicleta na tua cara. A mulher do motorista... diga-se de passagem uma baita duma chinela, gritava xingamentos para mim e dizia para ele deixar de lado. Naquele dia... o cara arrepiou e evitou tomar um pau, se eu tirasse a faca dele não ia deixar barato. Embora o desfecho da circunstância passada tenha me sido favorável, jamais repetirei este gesto. Tenho até vergonha... e penso quanto me arrisquei. Devia ter ficado quietinho, ou na hora da ameaça ter saído correndo como bom covarde, pois é isto que os sobreviventes se tornam: vencedores ou covardes! Em qualquer das opções, ainda vejo um desgaste emocional que não pretendo mais assumir. Hoje, ao grito do motorista me mandando para calçada... ignorei, fiz que não era comigo. Agora, vai estourar no próximo, infelizmente, mas eu desisti de algumas coisas. Não deixarei de andar, ando mesmo pela calçada quando vejo que a situação é ruim na via. Melhor ser um infrator covarde na calçada do que um cadáver dentro da lei sobre a via. Enquanto a gestão não for favorável ao ciclista, que ele se adapte, sobreviva, pois podemos ter a esperança de um dia circular como cidadãos respeitados. Triste reconhecer isto...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Chris Cycles reconstruída para cidade!





Esta semana falamos do sucesso e teste urbano do Shimano Nexus, então agora vou aproveitar e apresentar a bicicleta que recebeu o conjunto. Pra ser franco eu nem conhecia esta bicicleta, mas quando me deparei com ela vi que se tratava de uma bicicleta de boa qualidade e uma ótima opção para nosso teste urbano. Originalmente, deveria ser uma boa MTB simples dos anos 90, possivelmente 92-94. Contudo, nosso projeto passou pela frente dela como parte do destino. O grande atributo? Estamos falando de uma bicicleta de aço, talvez Cr-Mo com adjetivos interessantes. Primeiramente não dá pra esquecer a espessura do quadro na região dos eixos de roda. É um material resistente, praticamente indeformável. Possui também esperas para bagageiro e guidão, algo que não dispenso como itens necessários a uma boa bicicleta de mobilidade. Por fim, talvez de maior relevância que as questões anteriores, o sistema de fixação de roda traseira é horizontal! Com sistema horizontal, como nas bicicletas italianas tipo road, qualquer sistema pode ser usado, inclusive o Nexus sem uso de tensionadores. O resultado é este aí... uma bicicleta de baixíssimo custo, algo em terno de 700 reais, e de muita qualidade. O Nexus inter 3 com sistema de freio contrapedal custou 350 reais. Nesta proposta de valor o comerciante nos deu nota fiscal, como manda o figurino! As demais peças foram herdadas de outros projetos, reaproveitamentos, ou compramos para finalizar o projeto. De aquisição que não deu pra aproveitar ou que não se tinha em estoque, foram os dois conjuntos de raios inox, aro dianteiro, e corrente. O kit Nexus que compramos, não tinha pedevela, mas usamos um retirado de uma Viking X, fixa que fizemos teste também. O custo total foi de uns 1000 reais, mas conseguimos abater o valor das peças que não utilizamos. Quem encara o caminho da reconstrução precisa fazer isto... aproveitar peças não utilizadas em projetos que servirão perfeitamente. 
As impressões sobre a bicicleta foram ótimas... conforto facilmente encontrado em bicicletas de aço e de Cr-Mo, confiabilidade e segurança. As trocas de marchas são excelentes, assim foi também o quesito monobrabilidade nas ruas de Porto Alegre. 

terça-feira, 3 de junho de 2014

Nexus... aprovado em teste de mobilidade!


Nós temos feito alguns trabalhos envolvendo o sistema de marchas internas não é a toa. Estou muito inclinada a falar a respeito... e decidi falar justamente o que penso sobre este sistema. A opção de relação de marchas com sistema protegido de poeira e com outras vantagens aparentes é um grande fator que vai levar este projeto a ser percentual importante na economia da bicicleta. Este é o sistema do futuro, concebido ainda em um passado bastante distante e fora do seu tempo. É quase como dizer que os alienígenas cederam a tecnologia aos terráqueos, tal como se indica no filme homens de preto MIB "Men in Black". Em meio a brincadeiras podemos dizer que este é um sistema de alta tecnologia, considerando a grande simplicidade do sistema de 3 velocidades, mas sem esquecer que os tops da shimano e de outras grandes marcas representam-se por 11 ou 14 marchas. É extraordinário pensar que ocorrem sistemas com tantas opções, pois em tais bicicletas é possível utilizar justamente todas as marchas, quando em MTBs de 30 velocidades ocorre a não compatibilidade de relações por corrente cruzada. Isto é muita pano pra manga e não tem muitas mídias capazes de falar nisto. Por isto estamos estudando uma pauta que não é segredo... nós vamos fazer um material muito legal sobre estes projetos, e será para a versão impressa da Revista Bicicleta. 
Voltando ao Nexus, podemos dizer que ele é totalmente viável na atualidade de grandes centros. Tanto é que esta sendo utilizado nas bikes de locação em todas as cidades de grande porte do Brasil. No exterior, como nas cidades de países bem desenvolvidos economicamente e culturalmente falando, as bikes de locação possuem sistema de 5, 7 ou até 8 velocidades. Enquanto no Brasil... aparece esta versão de 3 velocidades como única opção ao usuário de bicicleta. Já é um grande passo, mas queremos mais! 
A bicicleta do teste foi uma old school desconhecida no Brasil... frame aço, suporte para bagageiro, algo muito evidente quanto a qualidade do projeto em relação a simplicidade e o que se conhece por simplicidade no mercado atual. Não dá pra deixar de falar a respeito... as bicicletas de supermercado são verdadeiros lixos, vendidos por valores irrisórios que se tornam elevados devido a precariedade de projeto e construção. Então, este foi mais um motivo para termos escolhido um frame extremamente simples... para provar que mesmo a simplicidade pode ter qualidade. 
Para utilização nas ruas de Porto Alegre, a bicicleta com Nexus Inter 3 (de versão com freio tipo contra pedal - torpedo), apresentou-se eficiente, completa, leve e fácil de operar. Praticamente, o ciclista preocupa-se apenas com o universo ao seu entorno. Nada de estalos, nada de ruídos desagradáveis, trocas precisas, frenagens eficientes, conforto! O Bikes do Andarilho avalia que o sistema é realmente perfeito em sua relação custo benefício. Fizemos lombas, descidas íngremes, uso em todo lugar de meio urbano... aprovado com excelência o Nexus inter 3. 

Google Glass... camera action?


Bom, vi tempos atrás o lançamento de um óculos com câmera integrada, mas na data achei muito tecnológico e com restrições para ser comparado a câmeras de ação. O pai de minha esposa comentou comigo a respeito do google glass, que poderia ser uma alternativa, e então resolvi pesquisar a respeito. Como este projeto é um produto de 1500 dólares na presente data, fica complicado comprar uma peça destas para testar. Então colhi alguns videos no youtube para demonstrar e realizar as comparações. Não aprovei o projeto pela qualidade das imagens, as quais ficam aquém de qualquer câmera de ação da atualidade. Acho que para alguns propósitos, o google glass se sai muito bem, mas para os esportes de ação, deixa a desejar muito. Primeiro pela baixa qualidade, segundo por ser utilizado em única posição de visão (o sistema é feito para ser usado como um óculos), em terceiro pelo valor. Dá pra comprar 3,5 gopro black edition, 6 ou 7 câmeras da sony action (hdr-as15), etc. Acho que em dado momento, em uma composição de cenas de trabalhos audiovisuais, onde o autor deseja explorar este lado da visão específica de um personagem, torna-se essencial. Por outro lado, será difícil usar um sistema destes se a intenção for equiparar as imagens até mesmo com câmeras de ação. Em resumo... não chegou lá ainda para meu grau de exigência, mas sei que muitas pessoas vão curtir em função da especificidade do produto. Sem dúvidas é um grande projeto, mas não para nós... 

domingo, 1 de junho de 2014

A espiga... corte, redução ou aumento. 1ª parte


 Um colega biker nos escreveu perguntando sobre o velho tópico de aumentar a espiga, então resolvi fazer uma nova postagem com os esclarecimentos que ele solicitou. Quem for procurar aqui no Bikes do Andarilho vai achar algumas postagens referentes a esta operação. Fiz de novo, pq na próxima postagem vou mostrar a espiga em questão devidamente soldada. Eu peço para o interessado não fazer isto em casa... mesmo que se ache um grande soldador "da solda elétrica"! Nossa maior preocupação deve ser com a segurança.
Bom, se ficou claro não faça isto em casa... vamos ao desenvolvimento do projeto. Observe que na primeira foto da postagem a espiga já aparece cortada e com um tubo por dentro. Existem ferramentas próprias para cortar tubos de forma perpendicular com quase exatidão. Fica muito bom... e na verdade é o mesmo princípio da ferramenta de corte de espiga. Quando vc compra uma suspensão ou garfo rígido separadamente do quadro é comum que a espiga seja extremamente longa. A espiga é encontrada em outras literaturas com nome de steering tube. Algumas pessoas pessoas chamam de crown, porém isto é incorreto, pois este seria o nome da fração logo abaixo da caixa de direção, que une as "canelas". É relevante que o leitor observe o nome correto para efeitos de bom entendimento do que precisa pedir a um profissional. Já vi ciclistas perguntando em lojas sobre como aumenta o "cano" da direção. Cano é pra rede de água... aqui é o assunto é tubo, e quando o mesmo pertencer a bicicleta, possui também um nome específico... seat tube, chain stay, steering tube. Este último é o nosso objetivo. Bom, volta-se ao assunto. Em finalidades esportivas, competitivas, este excesso de espiga é um problema, e não uma vantagem. A espiga vem comprida do fabricante justamente para que o usuário possa escolher o tamanho desejado.  Normalmente, pilotos gostam de utilizar espiga bem baixa, onde o espaçador é representante único e em muitos casos de apenas 5mm. Cada um sabe a altura de conforto sobre a bicicleta, mas estas ações devem ser bem pensadas. Se tratando de suspas de boa qualidade, geralmente possuem steering de alumínio. Se a intenção for rever o processo, com finalidade de recuperar o conforto ou a reutilização da suspensão em outra bicicleta com frente maior, então troque de suspensão. A operação de aumento de espiga é para "passeios" e com exclusividade para tubos de aço. Aventurar-se sobre emendas é um ato arriscado quando houver prejuízo de estabilização entre as faces que devem ser unidas. A única forma segura de realizar a união entre dois tubos é esta das imagens e que descrevo agora, em tópicos.

1) Corte (para steering novo muito comprido)
- Quando a espiga for comprida e for desejado o corte, basta levar em uma boa oficina de bicicletas para realização deste procedimento. Isto é extremamente seguro. Quando a intenção for realizar rosca novamente, para caixa de direção com rosca, existe também uma ferramenta para realizar o passo de rosca na medida correta. Observe que este procedimento de gerar rosca, não se aplica em casos de aumento de espiga, primeiro porque a bucha interna para o reparo será limitadora na inserção interna da mesa; e segundo porque a sugestão para aumento indicada fica muito melhor para sistema ahead set, cuja mesa de guidão prende-se por fora da espiga. 

2) Corte (para aumento de steering)
- Esta é uma operação para pensar... Vc deseja aumenta o steering em 6 cm para fins de maior conforto. Bom, então vamos planejar. Para algumas pessoas que se aventuraram em descrever este procedimento, sejam técnicos da indústria metal-mecânica, entusiastas da oficina ou engenheiros, existem apenas duas alternativas na escolha. Sendo a primeira na realização do aumento imediatamente acima do local original, inserindo um bucha (tubo de aço) e adicionando o novo aumento logo acima. Este procedimento não me agrada muito... explico o motivo. Se vc realizar o aumento da espiga logo acima da caixa de direção, deve observar que o esforço de alavanca sobre o guidão é direto sobre a emenda. Então a sugestão é que a bucha seja maior, também que o soldador seja muito bom, e que considere um espaço mínimo para instalação da "aranha" (star nut) do sistema ahead set. O star nut é esta peça que entra para dentro da espiga e desloca-se em um único sentido permitindo a remoção de folga na caixa de direção; Sobre este aumento de espiga, prefiro esta segunda opção que vou descrever agora, pois acho-a muito mais segura, embora seja um pouquinho mais trabalhosa. A emenda ficará entre as caixas de direção superior e inferior. Os esforços são mais controlados neste caso, e além do mais existe mais "espaço" para trabalhar no tubo.  O autor da ação de aumento da espiga pode optar por utilizar uma bucha de emenda muito maior. Por exemplo... se a distância entre as caixas superior e inferior for de 13 cm, o autor cortará e espiga justamente no meio deste caminho, ou pouco acima. Em uma sugestão, deixa-se a espiga original com 7 cm. Explicarei logo mais pq deve ser observado este corte do meio para cima, não perca o foco da questão de corte. O novo tubo que será unido a velha e original espiga, e que se mantem presa ao garfo, deve ter a medida cortada + a diferença desejada. Ou seja, se vc cortou a espiga 6 cm abaixo da caixa de direção superior, mede-se o comprimento da peça que foi removida, adiciona-se a medida mais aqueles 6 cm que vc desejava para aumentar a elevação e o conforto. Se a medida total original da espiga era de 18 cm (13 + 5), sendo que o desejo era de que fosse de 24 cm, então a nova peça do enxerto deverá ter 6 cm extras, que corresponde a um tubo cortado com 17 cm.

Vamos detalhar para ficar mais claro: 

Espiga original = 18 cm
Espiga desejada = 24 cm

Antes do corte, com 18 cm; calculou remoção de 11 cm para emenda ficar pouco acima do meio das caixas; Sobrou apenas 7 cm de espiga no garfo; a peça que foi removida para descarte ficou em 11 cm; nova peça terá os 11 cm descartados + 6 cm para efeito de aumento; espiga restante no garfo têm 7 cm + novo pedaço com 17, somatório de 24 cm. 

obs gerais: se o possível autor da operação prática não compreender o descrito aqui, algo que vc também vai explicar com suas próprias medidas de projeto, procure outro realizador, pois ele pode até ser um técnico de qualidade, mas desconhece muitas vezes ciências próprias da questão bicicleta. Isto é algo que vc deve deixar claro. Estas considerações são próprias deste blog, partem do conhecimento deste autor que fez a graduação em engenharia mecânica até o 6º semestre e, é técnico automotivo pelo SENAI. Próximo passo... questões relativas a bucha, soldagem, medidas de parede dos tubos, qualidade dos aços, etc.

Texto e fotos: Roberto Furtado