terça-feira, 8 de julho de 2014

Teste - na avaliação de pedais Wellgo K20427


Um assunto bastante esquecido pelos veículos de comunicação, pouco comentado em listas de discussões. Muitos pensariam que não há muito para falar sobre os pedais e que eles podem ser classificados apenas como tradicionais ou clipless. 
Alguns ciclistas usam apenas tradicionais, enquanto outros não abrem mão dos calçados específicos para pedais de encaixe. Escolhas são escolhas, cada ciclista vai ter uma em decorrência de uso e experiências. As vezes o ciclista é da mobilidade urbana, precisa estar no trabalho com um calçado que não seja tão esportivo e tão pouco confortável para caminhar. Quem utiliza sapatilhas e calçados especiais para clipagem reconhece que o solado geralmente é muito duro para passar horas de pé, ou caminhando de lá para cá. Em muitos casos, sapatilhas em piso frio de interior acabam se comportando de forma pouco estável. Nos casos especiais, podemos lembrar que algumas sapatilhas possuem um desenho que permite o taco encostar diretamente no chão. O taco geralmente é de aço ou de plástico, dependendo do modelo e da finalidade, ambos são extremamente escorregadios nos pisos de pedra polida, sem falar no desconforto pela rigidez do solado. 
Refletindo sobre isto e aproveitando um novo projeto de reconstrução de bicicletas, apostamos em uma opção que não fosse de clipless. Ninguém fala sobre pedais comuns, falam apenas em pedais caros, então criamos esta oportunidade. Procuramos em algumas lojas e confesso que não foi fácil encontrar muitas opções de pedais simples e de qualidade. Comum é encontrar pedais rudimentares, cuja a face de contato do eixo geralmente não apresenta a borda de estabilidade de aperto que aparece ao fim da rosca. Esta base, embora muitos insistam em dizer que é desnecessária, têm dupla finalidade. Para quem não consegue compreender de que parte do pedal estamos a falar, detalhamos. O eixo do pedal é como um parafuso, possui rosca. Esta rosca, ao chegar no final, encontra uma face perpendicular a linha do eixo do pedal. Esta face, nos pedais simples, geralmente é alterada em decorrência de um aproveitamento de materiais e metodologia de fabricação. Nos pedais de melhor qualidade, esta finalização de rosca se apresenta com a aparência de uma arruela fusionada ao eixo. Uma das finalidades deste sistema é garantir o aperto e aumentar a estabilidade do eixo sobre o pedevela (pé-de-vela). A outra vantagem deste conceito de terminação é proteger o pedevela de apertos e retiradas do pedal. Podes ver que nos pedevelas onde foram aplicados pedais simples, ocorreu a remoção do material mais macio (alumínio), que não chega a prejudicar a longevidade do material, mas deixa-o com uma aparência ruim no local, depreciando o estado do mesmo.
Muitos ciclistas não estão ligados nestas questões, mas nós escrevemos para todos os públicos, então abordamos as questões que podem interessar do mais detalhista e, também aos que se interessam por alguma "firula" sobre pedais, se assim quiserem chamar os menos preocupados com detalhes. 
Este será um teste de uso recente e de uso prolongado, pois nós acreditamos nesta proposta. Pensamos que o leitor mereça esta opção de informação, não podemos ficar restritos a uma situação de teste de curto prazo pq não condiz com a realidade de quem usa no cotidiano.  
O pedal em questão é de uma marca tradicional. Já na década de 90 havia bons pedais da marca Wellgo, e em geral, até mesmo os modelos com corpo de plástico apresentavam uma qualidade mínima. Embora os pedais de plástico remetam ao pensamento de que são ineficientes e nada duráveis, encana-se o consumidor que pensar assim. Pedais de corpo de plástico possuem também sua finalidade, além de possuírem custo reduzido. Os pedais plástico podem ser vistos como interessantes quando alguém ainda inexperiente atingir o meio da canela com os pedais. Quem nunca fez isto? Bom, a diferença entre um pedal de metal e um pedal de plástico se apresentará neste momento como em raras oportunidades. O pedal de plástico, quando toca o chão em uma curva, geralmente desliza. Dificilmente o pedal de plástico tranca como os pedais de metal. Para quem esta se acostumando com a bicicleta, ou iniciando no ciclismo, isto faz uma diferença entre cair ou se manter sobre a bicicleta. 

Marca: Wellgo
Modelo: K20427
Estrutura: corpo de alumínio, aro externo de alumínio; sinalizadores cateye.
Sistema: eixo de aço cr-mo, vedação para poeira e água (tapa pó em borracha), extremidade distal (da fixação) fechada com tampa metálica de rosca. 

Crítica: O aro externo, cuja estrutura tem finalidade formar apoio para os calçados, no modelo em questão é formado por duas peças. Geralmente, este aro externo é composto por peça única. Aqui, ele se apresenta com a interrupção que não use os dos lados (traseiro e dianteiro dos pedais). Esta diferença pode sugerir uma menor robustez nestas estruturas, pois sabe-se que uma única peça unida por 4 parafusos tende a ter maior resistência do que peças presas com apenas dois, mesmo que se pareça a mesma peça apenas dividida. Os esforços atribuídos ao conjunto são distribuídos em peças unificadas. Imagine se um dos parafusos cair (algo extremamente raro)... um peça presa por dois parafusos, ao perder um, ficará apenas com um e, certamente ocorrerá prejuízo na pedalada até que o ciclista encontre um ponto de manutenção. 
O pedal apresenta grandes qualidades pelas características físicas. Ele pode não ser o modelo escolhido para muitos, mas possui qualidade estrutural, um desenho bonito e aprimorado, facilidade de manutenção, sinalizadores em ambos os lados e, baixo peso. O corpo de alumínio polido sugere uma preocupação do fabricante em destacar a qualidade, de outra forma, poderia ter menor acabamento e ser pintado na cor preta, que esconde detalhes como rebarbas de fundição. 

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