segunda-feira, 31 de maio de 2010

Os Estrangeiros

Escrever sobre os Estrangeiros não é fácil... mas é fácil descrever a proeza que eles vem realizando. Os amigos Thais Brandão e Ale Luchese, conheci aqui em Porto Alegre. Ela conheci durante um curso de fotografia, depois fizemos um curso de Photoshop juntos, juntamente com a também brilhante fotógrafa Luciane Persch. Os três colegas fotógrafos, nos tornamos amigos, mantivemos contato, e aprendemos muito uns com os outros. O jornalista Ale conheci através de Thais, e muito gostei de sua forma de descrever os assuntos. Sempre digo a ele que sou seu fã, sendo brincalhão, mas verdadeiro. A sua forma de expressar é clara! Vejo nos "Os Estrangeiros" uma forma de libertação para minha mente, de me libertar das convenções ofertadas pelo mundão, dos parâmetros atravessados e rigorosos de uma sociedade que todos os dias se mostra falida em sentimentos. Thais e Ale saíram em uma jornada que descrevo como espiritual, mas que pode ser encarada como enriquecimento profissional, diante a maneira com que eles vem deixando suas pegadas ao longo do caminho. Eu podia ver eles sempre, aqui em Porto Alegre, cidade que gera pessoas exatamente com este perfil, mas que se popularizam dentre tantos semelhantes. Se há uma qualidade que os difere diante tantos, esta é a coragem. Rumar sem destino, apenas com o intuito de aprender, crescer, isto é a maior prova de que estão preparados em relação aos demais. No tempo de cada um, cada um sabe o que necessita para viver, para ser mais... e estes são Estrangeiros no exterior. Em algum lugar, e qualquer lugar, amigos que desbravam novos horizontes. Espero que eles sejam felizes integralmente nesta nova forma de viver a vida, e que seus leitores acompanhem estas aventuras.
Parabenizo estes pela iniciativa, pela coragem, e me encho de orgulho de conhecer pessoas assim.
Roberto Furtado

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Audax 300 km SA - 12 de Junho

Vi que a Ninki fez um post sobre a prova que ocorre no próximo dia 12. Depois de minha tentativa frustrada para o 300 km dos voluntários, até cogitei em fazer esta prova, mas como tenho trabalhado muito, inclusive em alguns eventos que ocorreram a noite, não tive mais como pedalar. E a falta deste pedal não me inspira a confiança necessária. Acho que estive despreparado fisicamente, e de fisicamente me abalei emocionalmente, como já conversado com alguns amigos. Fora a primeira prova que abandonei e a revanche seria dia 12 de junho. Se por um lado deixo de pedalar, por outro estarei entre amigos, viabilizando o sonho destes. Alguns farão os 300 km pela primeira vez, outros já são marinheiros aposentados, muito experientes. Uma prova de 300 km, que tem um número estimado de participantes acima de 70, só pode ser um grande evento ciclístico.Fotografar estes será um prazer... por isto afirmo que os vejo na manhã.
Quase esqueci de comentar, o PC 150 km tem um ótimo café... recomendo para esquentar e recompor as energias.
Roberto Furtado

Cada bicho com a sua mania!

Depois de minha última aquisição, a GT outpost do post anterior, tive uma conversa com a esposa. Me considero uma pessoa de sorte, pois ela compreende perfeitamente esta estranha mania de ter bicicletas... Estranha pq a maioria das pessoas tem as vezes 1 ou 2 bikes, e eu passo lotado por estes números. Tenho nesta data 5 bicicletas montadas, todas GT, e mais uma Gt Idrive que esta aguardando um novo proprietário. Tenho também uma GT LTS inteiramente de Cr-Mo que aguarda montagem, comprada do amigo Raphael do RJ. Pode parecer estranho, mas as únicas que penso em me desfazer são de aluminio, da geração atual (ambas 2009). Qualquer um que possui alguma sanidade mental deve pensar que isto só pode ser loucura, desperdício de dinheiro, falta do que fazer, etc. Não me incomodo, especialmente com os comentários do tipo: "O cara só fica com as bikes velhas!" Não me incomodo, mas corrijo... velho é um dodge polara cacaria, ao tipo resto mortal do que foi um dia. As GT da década de 90 de minha propriedade, com todo respeito, são melhores qualquer bicicleta nacional atual, melhores que a maioria das bikes novas das grandes marcas. Inclusive, bike "antiga" tem espírito. Já viveram tantas alegrias junto aos donos, em grandes descidas, que talvez sejam como o pinóquio, acabou por ganhar vida própria. Quem sabe? Da GT Corrado que veio de MG, comprada do amigo Fumaça do forum Pedal, não duvido pq as vezes escuto ela dizendo: "Gira roda, depois desta subida tem uma baita descida!" Bom, e a quem duvida portar, não tenho muito o que falar, pq a descrença não é um boa virtude em bikers. Talvez, o conselho seja o de possuir uma semelhante, se sorte tiver de encontrar e sorte de ter uma família que compreenda. Também não posso deixar de ressaltar que sou um homem de poucos hábitos, vivo de forma simples... não fumo, não bebo alcool, não me preocupo com coisas que tem custo elevado... tudo isto permite que a gente tenha as bikes que deseja. Por fim, agradeço aos amigos mensionados no post, por viabilizar o sonho de reviver os anos 90.
Roberto Furtado

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Nova velha Bike... Gt Outpost 1996!



Dias atrás recebi do ciclista e amigo Carlos Polesello, algumas fotos e configuração de uma GT Outpost 1996. Ele teria comprado mais uma bicicleta, e no momento com 3 bikes resolveu desfazer-se de uma delas por espaço. A bike a vender seria a GT das fotos acima. Copiei o mail a outros amigos, mas fiquei louco pela bicicleta. Juntamente com a amiga Ninki, tenho em mente um projeto que deve sair do papel brevemente, mas que ainda fazemos algum segredo. E ao meu ver esta bicicleta é perfeita para o projeto. Prossui as fixações para bagageiro, e é de tamanho 20", que por experiência na corrado se encaixa perfeitamente nas medidas que procurava. Com pintura em ótimo estado, fiquei balançado... fiz proposta para ele e fechamos. Então com isto me tornei o novo proprietário desta velha de guerra que é a outpost, com fixações para alforges dianteiros e traseiros, quadro de Cr-Mo, e muitos anos pela frente.
Compartilho com os amigos esta alegria de mais esta aquisição GT, da série: "Eu só gosto de bike de Cr-Mo!", sendo até um pouco injusto com as bikes de "aluminum", e com os novos tempos. Lembro que opções existem, mas bikes de Cr-Mo, bom, estas... já nem tanto.

Fotos: Carlos Polesello
Texto: Roberto Furtado

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Projeto single speed - Bacini single em fase de montagem!






Na continuidade dos projetos, seguem as fotos da bacini single speed em fase de montagem. Foi devidamente pintada de preto. Recebeu um canote novo, na medida que chamo de "sem vergonha" em 26.0 mm, e caixa de direção std aheadset. O garfo não pertencia a ela, mas ficou bom. Com espiga mais longa que o original, permitiu o uso da caixa STD e possivelmente mesa aheadset bastando aplicar a buchinha que é para esta finalidade. Também coloquei um pedevela shimano de única coroa, com aparência meio prejudicada, mas a idéia do single speed compreende algo desta forma, assim como as fixed bikes. As fotos fiz em RAW, e precisei logicamente reduzir e transformar em um formato mais simples. para disponibilizar, o endereço do software usado esta no canto inferior das imagens, versão free encontrada com facilidade no google. Funciona direitinho e é bem rapidinha, além de simples. Recomendo. Comentei para que os curiosos no endereço soubessem o que é sem entrar no endereço, se não quiserem.
No projeto ainda faltam as rodas e os freios, ajém de alguma peças. Não pensei bem nisto ainda, mas logo mais devo resolver. Na medida em que o $$$ for possível.
Roberto Furtado

Biker com bastante trabalho... e a bicicleta?

Todo dia penso nesta vida urbana, e o impacto dela na minha realidade. A gente sabe que o dindin vem somente com o trabalho, e o trabalho é essencial a todos... inclusive para nós bikers. O biker é um indivíduo capaz de viver com muito pouco, na ausência de carro e outros luxos, o biker não precisaria passar por apertos financeiros. Teve uma época a exatos dois anos atrás em que fiquei sem carro por alguns dias... acho que 3 semanas, e meu trabalho exigia o uso deste, como na atualidade. Precisamente o carro é mais necessário hoje, pois na data que cito, consegui me virar bem somente com a bicicleta... ao contrário de hoje que torna tudo impossível. Estou começando a ter bastante trabalho em fotografia, e carregar o material na bike seria impossível. Então penso nisto e digo que tudo muda numa fração de segundos, e as vezes a gente vive uma condição que até imagina não ser ideal, mas a resposta é simples. Você pode ir de bicicleta? Ao meu ver, se a resposta for sim, então é você um sortudo. Pq na maioria das vezes, realmente, não existe um esquilibrio entre o desejo, a perfeição e o trabalho. E é lógico que você deve amar o que esta fazendo, pq se manter longe da bicicleta é quase como estar se divorciando, penso eu, já que nunca me divorciei. rsrsrsrs
Um forte abraço
Roberto Furtado

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Audax 300 km dos voluntários 14.05.2010

Bom, aos curiosos amigos devo explicações... então diretamente a elas iremos. Na sexta feira partimos do DC Navegantes, com testemunhos de alguns amigos ciclistas e companheiros de tantas indiadas. O grupo era composto por apenas 6 ciclistas. Logo de início, passando as pontes, eu e o Ricardo apertamos o pedal e "deitamos o cabelo". Média baixa para alguns que parecem "dicorrida", mas ótima média para simples audaxiosos. Fizemos um rendimento bom para uma noite que em alguns trechos não possuia visibilidade maior que 10 metros, se tanto. Chegando na altura do Pesque e Pague Panorama, comecei a sentir o joelho direito. Comecei a refletir sobre o problema, e até fiz uma tentativa de alteração do canote do selim. Achei estranho, pois a distância percorrida era semelhante a do passeio de Gramado, realizado duas semanas antes, com a mesma bicicleta. Não entendia o problema... se era eu ou bike. Seguindo em frente, os próximos 50 km fora difíceis, inclusive numa subida monumental em vale verde. Chegamos ainda na penumbra na padaria e Mercado Schuster (não sei se escrevi corretamente). A dor no joelho se manifestava forte, e pensei logo que seria muito difícil que esta me abandonasse. Mesmo assim encarei o problema de frente e disse ao Ricardo para não se preocupar comigo, pq provavelmente não conseguiria manter o ritmo. Alcançamos o Panorama no retorno, e agora faltavam 100 km, aproximadamente. Quando desci da bike descobri um pesadelo na forma de dor nos dois joelhos. Ambos doiam... falei com os colegas, ao telefone, e com o Ricardo, assumindo a derrota. O encorajamento dos amigos me fez pensar que um analgésico e paciência poderia me dar alguma chance de completar os últimos 100 km. No sobe e desce da estrada feita entre coxilhas, percebi em cada subida que se tratava de um filme de terror. Me achava experiente suficiente, e bom biker para enfrentar os 300 km. Por outro lado sabia que não havia lógica, pq não me sentia preparado para um 300. Justamente pq este ano não havia feito um passeio sequer, com mais de 100 km. Foi então que aceitei o castigo, completando apenas 223 km. Desisti pq na última lomba a subir, a dor foi tanta que me arrancou uma lágrima... sentei no chão, sob o sol e esperei. Subi novamente e pedalei até o próximo posto de gasolina, onde seria socorrido. Neste posto, alguns minutos depois, passavam por mim os 4 companheiros de prova. Cansados, mas firmes para a conclusão. Fiquei feliz por eles. Voltei para casa um tanto quanto chateado, pois já tinha semanas ou talvez meses que eu pensava neste dia. De uma coisa sei... a gente deve ouvir o coração da gente, deve dar uma chance para a consciência poupar o corpo. Talvez não estivesse pronto mesmo, talvez fosse um problema de ajuste na bike, o que importa é que deixei de me divertir, talvez por desatenção, de mim mesmo. Me senti um vencedor pq pedalei mais de 100 km com dor, por ter superado um grande trecho com frio e dor. Se me perguntam se faria novamente, direi que sim... pensarei melhor, mas farei novamente. Outro lado positivo da experiência, sobre o ajuste perfeito do guidão. As manoplas foram perfeitas, não senti qualquer dor nas mãos, braços e costas. Estava simplesmente perfeito neste sentido.
Obrigado a todos, a Sociedade Audax, aos amigos presentes, também aqueles que acompanharam esta história.
Um forte abraço
Roberto Furtado

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Manoplas


Fiz o post sobre as alterações na GT Transeo, mas acabei esquecendo de fotografar as manoplas. Fiz hoje pela manhã as fotos, e ontem fiz um pré teste. Gostei, pareceram muito confortáveis. Esta questão do conforto é de extrema importância para o sucesso no Audax. Já fiz diversas experiências com guidão, buscando as melhores opções. Acho que em termos de manopla esta é um ótima opção. Aquelas manoplas de esponja, bem baratinhas, também são ótimas, mas não duram nada. Estas manoplas mais para racing são fria, são caras, e geralmente desconfortáveis para longas distâncias. Vejamos como ficam estas com maior apoio nas extremidades do guidão.
Roberto Furtado

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Últimos preparativos para o Audax 300 km dos voluntários

Levei a GT Transeo no Tchaka para os últimos ajustes. Regulagens, conferidas necessárias, e a troca do guidão com as novas manoplas de maior área de apoio. O guidão troquei por um de aluminio da GT, troquei para colaborar com a redução de peso, se é que esta faria alguma diferença. Pelo conjunto creio que sim, pois no total ela estaria com menos de 12 kg, ainda não pesei. Vou providenciar a pesagem, e torno a postar, possivelmente junto a um belo relato de prova. As manoplas optei por umas da velo, cuja área nas extremidades é um pouco maior, aumentando assim a distribuição de carga sobre as mãos. Isto se traduz não somente em mãos relaxadas, mas em braços relaxados, ombros, pescoço, etc, desta forma penso. Tenho dúvidas quanto ao tempo, espero que estabilize. Alguns amigos me perguntaram pq de tanta ansiedade, e logo respondo que tenho andado muito menos do que considero necessário, além do mais farei os 300 km praticamente sozinho, não farei ritmo de ninguém pq talvez não fosse possível suportar o desgaste extra de realizar ritmo de outros colegas. É um filosofia de entendimento da proposta, acredito que esteja fraco para este momento, então preciso otimizar o que tenho disponível. Tal posição é prudente... sinto-me fraco, o fim de 2009 foi difícil para mim, e este início de 2010 também. Questões pessoais ou profissionais sempre abalam nosso emocional.Me comprometo de fazer o melhor que puder, se possível, então o farei para brindar aos amigos "pedalinos".
Um abraço
Roberto Furtado

Algumas reflexões sobre os 300 km dos voluntários

Estava a refletir sobre a prova dos voluntários e acabei percebendo que enquanto estivermos voltando, um novo grupo estaria partindo para realizar os 400 km de outro organizador. Quando a Ninki entrou em contato com os voluntários e conselheiros, fui um dos primeiros a empurrar a data para o dia 14 de maio, pois até então este seria realizado ainda ainda em abril. Não me dei conta de que esta minha recomendação poderia chegar perto de outra prova. Não que houvesse algum porém, mas por hábito evitamos a proximidades de outras provas, evitando confusão referencial. Uma outra data apontada teria sido o final de semana do dia das mães, dos dias 7, 8 e 9 de maio, porém por compromissos meus e de outros colegas votamos o dia 14. Reconheço que foi também uma alternativa para tocar a data para fente, pois desta forma haveria tempo para melhorar o preparo, definir detalhes importantes que seriam inclusive aplicados no audax 300 que ocorrerá no em 12 de junho. Para tudo há um motivo, ou não... ás vezes a gente se passa mesmo. Eu me passei nesta questão de data de evento. De qualquer forma não será problema, pois teremos poucos ciclistas no Audax dos voluntários, especialmente por se tratar de uma prova restrita a voluntários. Não podem se inscrever outros ciclistas, somente aqueles que geralmente estão ocupados com as provas. Quando os grupos estiverem em mesma localidade, estarão se cruzando em sentido contrário. Achei importante abordar esta questão para não haver conclusões precipitadas de qualquer dos grupos, já que é do meu conhecimento que muitos frequentam o blog. E para meu ponto de vista é uma pena, pois todas as atenções estarão voltadas a prova de 400 km, que é de maior distância, e tambem por possui maior número de inscritos, já que não é restrita a voluntários.
Roberto Furtado

terça-feira, 11 de maio de 2010

Audax dos Voluntários

Esta chegando o dia. O audax 300 km dos voluntários, esta marcado para sexta feira, saída a noite, como tradicional. Penso que o piores momentos para mim serão a noite e talvez o período da tarde. A noite pq deve ser úmida e fria, sendo fiel aos últimos dias, e a tarde pelo cansaço e pelo vento. Sim, tenho percebido que o vento é uma constante nos últimos dias, moro próximo a beira do rio, mesmo que rio que abastece o vento da BR-290. Não há o que temer, não há obrigação maior que a própria superação... e antes da superação vem o bem estar. Bem estar é a prioridade, e por isto pararia se algum desconforto grave se anunciasse. Vejo assim como ciclista, mas acima de tudo como quem sempre tenta superar obstáculos com cautela. Estratégia é a alma do Audaxioso.
Roberto Furtado

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A bicicleta é uma fuga?

A vida urbana tem mostrado seus demônios aos cidadãos de bem. Não é raro o dia em que sabemos através de alguém um acidente urbano, em geral, acidentes de trânsito. A violência derivada do aglomerado de pessoas comprova que parte destas não é exatamente apta ao convívio em sociedade, no trânsito não seria diferente. Imagine que na mão de pessoas sem critério, sem caráter, estão veículos potentes... então estes conduzidos por pessoas do mal, tornam-se veículos do mal, demônios a pedestres, ciclistas e motociclistas. Uma localidade onde existe este tipo de problema, seria inaceitável que houvesse omissão e descaso por parte dos governos. De toda forma, não há, nem controle, nem bom censo, e por outro lado vidas não são poupadas. Causa e consequência das grandes metrópoles, acentuada nos países de terceiro mundo, onde a educação não tem nem mesmo noção. Todos os dias, sem exceção, penso nisto. Como seria viver diariamente em cima da bicicleta? Penso que haveriam outros problemas, mas outros tantos deveriam sumir de uma lista que pertece ao cotidiano das cidades. Já ouvi dizer que pensar em bicicleta como penso, bem como outros maníacos que tem outro interesse, seria uma fuga. Na primeira oportunidade pensei sobre o que seria fuga, e não conclui que este termo se adaptasse a bicicleta ou a minha forma de viver. Trabalhando diariamente, e muitas vezes sem poder olhar para a bicicleta, o que dirá andar nela. Como seria fuga? Talvez seja por não acreditar mais em carros de 3,4 ou 5 metros, estes capazes de jogar grandes volumes de CO2 atmosfera, ou de destruir vidas quando em mãos de pessoas inaptas. Sem falar que os carros acabam todos iguais, no lixo. Se isto for fuga, então se eu puder, serei fugitivo, pq vivo a esperença de que um dia sejamos todos (os ciclistas) vistos como pessoas que colaboram muito com a cidade, como também deveriam ser vistos os "Lixeiros", que muitas vezes são olhados com descaso por estarem coletando o lixo alheio. Comparação apenas para o descaso feito pela sociedade, existem inúmeras formas de viver e de não ser reconhecido dentro desta que deveria acolher a todos. Estou tentando viver uma fase mais fotografia, mais bicicleta, mas sinto que o sistema quer que você nade para outro lado. Não desisto, já fui até prancheiro, algo que muitos desconhecem... deixei de ser prancheiro pela família e pelos temores, mas em espírito continuo sendo aquele mesmo.

Roberto Furtado

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Long tail, xtracycle... sonho de carregar toda tralha

Devido a falta de recursos $$$, estacionei temporariamente alguns projetos... A gente sabe que estas brincadeiras custam caro, e muitas destas que fiz, embora vendesse alguns dos projetos, não cobrem as despesas do investimento. Eu, como curioso e adorador dos veículos das rodas raiadas, prefiro investir e não pensar no retorno, pq se a gente vai fazer algo que gosta, não pode esperar que o valor seja reposto. Algumas coisas não tem preço... todo mundo sabe disto, especialmente bikers. Raul e eu, paramos com algumas idéias relativas a longtail, seu xtracycle "tupiniquim" esta parado no momento, aguardando a remontagem e soldagem. O projeto precisou ser desmontado pq o jaguara que efetuou a soldagem desconhecia fenômenos de soldagem, como a torção devido ao calor empregado no processo. Eis uma das dificuldades de meter a mão e fazer por conta, a mão de obra disponível em algumas etapas, quase nunca atinge a espectativa, mesmo que não fosse muito esperada. Raul precisou desfazer a solda de todo o projeto, e esta repensando na questão de gabaritagem. Tudo bem... em toda estrada existe o abismo, imprevisto... e até ladeira sem freio, mas nunca se esqueça de que para ver algo bom pronto, houve um sacrifício. Hoje, tem muita coisa que nem tento fazer mais... dou jeito e compro pronto, se puder, é claro! O caso xtracycle é um típico, embora tenha Raul conhecimento de sobra para tocar o projeto adiante. COmo expliquei antes, na mão de obra é que se encontra o caos. Enquanto isto, vamos sonhando... ele no xtracycle tabajara, e eu na long tail que não consigo começar. Dúvidas vem, e repenso tudo novamente. Imagine, moro a 2 quadras do Supermercado Zaffari Ipanema, com uma long tail, dispensaria muitas vezes o carro... até melancias poderia levar para casa, como Raul já disse para mim.
Aliás, companheiros como Raul são raros... nem todo mundo tem coragem para arriscar um projeto, conhecimento, e bom gênio para explicar aos amigos, seus projetos incomuns.
E por aí fico... mas deixo a foto da Kona long tail com um alforge, mais uma vez, para relembrar que tem coisas que não existem no Brasil, e que são almejadas por doidos como eu e o Raul.
ps: Raul, desculpa, mas a gente não é normal... definitivamente, não!
Roberto Furtado

Mãe de um ciclista... uma super Mãe!

Embora o título seja sugestivo, este assunto nada tem com ciclismo, exceto de que eu sou muito ligado ao esporte. Hoje vou falar de minha mãe, um resuminho da vida dela, e pq devemos ter determinação. Pode parecer um pouco egocêntrico este post, mas acho que ela é também um exemplo a ser seguido. Já tenho quase 34 anos, e minha mãe me teve ainda jovem, com 22 anos. Fico a pensar como é para um menina ter um filho, nos medos, na responsabilidade, pois eu com 22 anos poderia ser chamado de desmiolado. Neste tempo, minha mãe já dava aula no vila, era professora e subia o morro para ensinar. Nesta atitude já devemos todos concordar que para uma jovem mulher subir o morro e dar aula para receber o que recebem hoje as professoras de ensino público, só poderia ela estar se doando a estes alunos. A vida não é fácil... minha mãe, juntamente com meu pai, tiveram 3 filhos, e trabalharam duro para dar boas condições de vida a mim e meus irmãos. Todos sabem disto, todos sempre dizem saber, mas todos os dias vejo a desvalorização de mulheres, na maioria delas, mães de família. Minha mãe estudou, se formou, trabalhou, foi estudar enquanto trabalhava e cuidava da casa, concluiu o mestrado, e foi dar aula em uma universidade. Tempo depois foi demitida, politicada de Universidade privada e nova, nem vem ao caso... mas ela se desgostou, ficou desempregada, e felizmente meu pai já possuia uma boa condição de aposentadoria para que pudessem manter o lar. Passaram-se anos, e minha mãe não quis mais dar aula, perdeu a graça para aquilo. Com os filhos crescidos e 56 anos nas costas, sentia-se rejeitada pelo mercado. Entendo bem pq percebo que não importa o quão honesto e bom você seja, sempre haverá um motivo para colocarem alguém no seu lugar... pode ser alguém que ganhe menos, alguém manipulável, a hora certa. Foi então que minha mãe voltou a estudar, pensou em fazer concursos... disse que queria trabalhar na polícia. Fiquei pensando que ela estaria louca, embora não demonstrasse mais nenhum sintoma que comprovasse estado anormal. Fiquei anestesiado, pasmo!Não levei muito a sério aquela continuidade, e depois pensei que ela não fosse conseguir passar nos testes físicos. Fumou por muitos anos, e não praticava qualquer exercício. Procurou uma especialista para iniciar-se nos esportes, fazia academia e começou com caminhadas. Em seguida começou a correr, e teve fratura por estresse... ali pensei que as coisas realmente não iriam prosseguir. Então ela se recuperou e retomou as corridas. Passou no concurso com boa classificação, depois fez testes físicos e passou muito bem... melhor que alguns jovens inclusive. Hoje ela esta em treinamento, na academia da Polícia Civil. Se ela vai continuar, já não importa... já não tenho dúvidas de que ela consegue. Depois de tudo isto, ela com 57 anos, recomeçando uma vida profissional dizendo que quer ajudar o outros, não posso deixar de me emocionar e de dizer como tenho orgulho dela, como estou feliz. A gente tem sempre em que se mirar... e felizmente, tenho uma super Mãe. Talvez seja por isto que nós sejamos Audaxiosos, pq nossas raízes trazem familiares e antepassados destemidos. Ficamos na obrigação de enfrentar nossos medos, nossas frustrações... precisamos fazer para acreditar que podemos.
Obrigado por ter lido mais este devaneio.
Um abraço
Roberto

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Post 330 e agradecimento

Estava curioso sobre alguns dados do blog, e sabia que o blog já possuia 300 posts. Engraçado que o tempo vai passando, e não fazem ainda 2 anos que o blog existe, mas já temos 330 posts. E não é raro olhar para trás, e tentar lembrar que posts fiz, e não consigo lembrar de 1/3 destes... Somente quando leio a lista de posts é que me vem a cabeça, e por isto espero não ser repetitivo até o momento e no futuro. Algumas vezes cheguei a fazer chamadas para passeios, mas depois concluí que isto não é bom para o blog, pois tendencia e caracteriza... dá até impressão de haver algum vínculo, o que não é verdade. O vínculo que há aqui é fraternal, gratuito, sem qualquer relação comercial. Se vendo materiais, é pq no momento preciso, mas entendo que como tudo é passageiro. Talvez, quem sabe? A necesidade não descreve intenção, má ou boa, mas as atitudes sim... se mesquinhas, sugestivas a má intenção. Se boas, então é simples de visualizar. Infelizmente o tal $$$ é preciso. O blog é puro, pq não possui vínculo. Tenho sido voluntário nos últimos Desafios e Audax. Claro que neste caso a proximidade é vantajosa, consigo ajudar amigos na estrada, consigo fotografar estes amigos, consigo fazer novos amigos. Meu momento presente se estende no tempo, como se presente e passado não importassem, apenas futuro breve. Seguiremos detalhando importâncias de segurança, coerência de conduzir a bicicleta, sonho de que o mercado brasileiro tenha materiais de qualidade, fazendo brincadeiras, reformas das antigas, montagens, etc. Uma caminhada! Toda caminhada é breve, e se vista assim fica fácil de entender como se passaram 300 posts. Este período curto é na verdade uma etapa, de centenas ou milhares que virão por diante. Então, penso e digo nestas linhas que o post 300 é apenas uma etapa de tantas outras centenas, ou quem sabe milhares... rumo ao infinito!
Obrigado por estar presente!
Um abraço
Roberto

Single speed Bacini... quadro pintado!

Na continuidade do projeto single speed, recebi da pintura o quadro devidamente pintado. Não achei que tenha ficado lá estas coisas, mas também na cor preta e na idéia do projeto não dá pra exigir e ambicionar demais. Já penso que o quadro ficou bonito demais, e que isto foge um pouco do conceito single speed. Pensei em mandar um pedevela para polimento, pintar coroa, e tudo mais, mas acabei pensando que estaria facilitando a vida de ladrões. A single speed se não for para ser menos visada aos "gatunos", então de nada serve. A idéia de uma single se traduz em um visual limpo, leve, urbano... ao verdadeiro estilo de entregadores, onde a fidelidade seria uma fixed bike. No entanto, uma fixed bike, com todo respeito do mundo, não é pra mim. Acho as fixas um pouco "perigosas", um pouco distoantes do mundo romântico em que a bicicleta se enquadra para mim. A bike precisa ser a otimizadora de energia do homem, e a fixa me parece mais uma prolongamento do homem, que não o poupa de gasto de energias em descidas. Já a single, no teor de economia de energia me parece mais coerente, pois na banguela a coisa só vai e no plano, qualquer inércia é a multiplicação da energia do homem. Aliás, não entendo pq Deus não nos deu rodinhas no pés... tudo bem! Se desta forma ocorreu, permitiu que o homem criasse a melhor invenção do mundo, "la bici"... fico por satisfeito.
Aqui esta o link da primeira postagem desta single para não perder a continuidade:
Se me perguntassem o que acho sobre uma single, e o que eu realmente queria, bem... eu diria que tenho outro projeto engavetado, onde as dúvidas serão tiradas com este projeto atual, de menor custo, e depois na minha evolução do conceito, seguiria adiante. Um passo por vez, ou melhor, uma pedalada por vez!
O quadro está pronto para receber peças, no entanto o garfo não. Preciso alongar a espiga, e para tal operação será feito um processo que já comentei aqui. Este aumento da espiga é um trabalho delicado, e que requer atenção. Teria feito primeiramente este trabalho, mas depois com a solda devidamente limpa e limada, teria receio de que a tinta impedisse de "fiscalizar" o serviço de tempos em tempos, então resolvi deixar para depois. Faço o aumento, e depois dou acabamento, engraxo e monto no quadro.
Roberto Furtado

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Trajeto do Audax 300 km - Sociedade Audax

O trajeto da prova que ocorrerá em Junho, precisamente no dia 12, não é surpresa para muitos ciclistas. Muitos conhecem este trajeto de outras oportunidades. Não conheço pessoalmente o último lance do trajeto, mas pelo que imagino, deve ser este pedaço em que ocorrem as maiores variações de altura. Sim, devem haver algumas lombas. Contudo no aproximadamente no km 200 em diante, deve ser 90% de descidas, o que será muito bom para quem estiver cansado. Acho que é uma ótima opção em trajeto, não vai ter surpresas... vai ser uma prova tranquila, ao meu ver.
Espero que o tempo seja amigável, pois e deste que tenho medo... já pensou um Audax 300 km do vento? rsrsrsrsA época é de baixos ventos, maior umidade... então acho que pode ser que tenha um pouco de serração a noite.
Roberto Furtado

Gramado - Porto Alegre












No final de semana estive em Gramado, como descrevi em "Larga na banguela". No sábado fiquei envolvido na prova em que minha esposa e minha cunhada participariam. Acompanhei minha esposa, e fiz o trajeto com ela, ela correndo, e eu de bike. A tarde foi a vez da irmã dela, e não conseguimos chegar antes dela, pq em gramado também tem engarrafamento, acredite. Gramado surpreende pela limpeza, relativa organização em relação ao padrão das cidades brasileiras, e ao estilo como um todo. Realmente parece o que dizem, parece pertecer a um País Europeu. Não me ligo muito nestas coisas... acho que é uma questão de gosto, prefiro ambientes mais naturais. Pela noite procuramos onde ficar e fomos jantar. Jantamos muito bem em uma conhecida galeteria. Repousamos em uma excelente opção de hotel... bastante simples, porém confortável e limpo. O tal hotel chama-se Pequenino, fica a beira da estrada, próximo do parque do caracol em Canela. No domingo pela manhã, tomamos um belo café e me organizei para descer até Igrejinha, rumando a Porto Alegre. Não havia serração alguma as 10:00 horas. A foto do pórtico fiz as 10:35, e as 11:02 parei no pedágio para fazer a foto em que ele aparece ao fundo, beber água e refletir sobre a descida. Fiz este primeiro trajeto muito rápido... em uma das descidas, deveria estar em torno de 70 km/h, por experiência, já que retirei o ODO Sigma, pq apresenta um defeito. Nesta descida me emocionei demais, adoro a velocidade, especialmente sobre a bicicleta, quase chorei de tanta alegria. Embora estivesse passeando, fiz um ritmo leve, mas contínuo com raras paradas, e subia as poucas lombas em pé, como de costume. Desta forma conseguia tornar as médias mais altas, sem ter que me esforçar muito. O objetivo não era me matar pedalando e realizando médias de um cavalo de corrida, mas sim treinar para o Audax 300 km. Almocei em Sapiranga, em um AM/PM de beira de estrada. Passei por alguns ciclistas no sentido contrário. Logo após o lanche, fiz média baixa e contínua, e devorei os km finais, passando por Novo Hamburgo e chegando a São leopoldo, onde peguei o Tremsurb. Fui muitíssimo bem recebido e orientado na estação. Nota 10 para os funcionários. Cheguei na estação Mercado pontualmente as 15:33, e rumei a casa de meus pais no bairro Teresópolis, onde cheguei as 16:04hs para "filar" um belo café com leite. Considero o treinamento bem sucedido, também valeu o passeio... Não fiz muitas fotos pq achei meio chato parar, tirar a máquina da bolsa, e refazer a inversão do processo. Também achei prudente, pois em alguns trechos havia baixo movimento. Como fiz o passeio todo sozinho, prudência torna-se uma qualidade do biker.
Texto e fotos: Roberto Furtado