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quarta-feira, 15 de julho de 2015

A revolução do garfo amortecido...

Foto: Roberto Furtado / Bikes do Andarilho.com

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           Há tempos que o homem busca por uma boa alternativa para obter conforto na bicicleta. Assim foi nos automóveis e assim é nas bicicletas. Certa vez, tive uma GT I-Drive 1.0, com garfo amortecido e balança traseira também amortecida com sistema de ar óleo, ambos da Fox. Isto foi em 2006 e sei que aquela qualidade tem um elevado valor, mas como não ter um valor elevado sem a popularização. E acho que o grande segredo da bicicleta esta guardado sem chaves e na frente dos olhos de todos... precisamos de uma popularização eficiente em bicicletas. Isto pode acontecer a qualquer momento, bastando que certos conceitos e modelos caiam no gosto do consumidor. Na década de 90, acredito que a suspensão mais popular de todas fosse esta que aparece nas imagens. Altamente eficiente na época... uma verdadeira porcaria se comparada aos materiais dos dias de hoje. Mesmo não sendo nada de bom em relação a atualidade, foi uma "ponte" importante para o presente. Com 20 anos, a Rock Shox em questão foi um marco na história dos garfos amortecidos... com 40 mm de curso, isto era uma revolução naquele tempo. Hoje é raro encontrar uma suspa com curso inferior a 80 mm, e nem estamos falando da qualidade. Hoje, vc passa por cima de uma oscilação e ela é absorvida, naquele tempo vc tinha apenas uma redução no impacto. E se comparar um garfo rígido a esta história, então a questão fica muito mais relevante. E nem estamos falando de garfos rígidos fabricados em alumínio... pq como todos sabem, alumínio não absorve quase nada de impacto. O que é mais curioso sobre estas suspas de época é que elas era ainda fabricadas para freios cantilever, com apoio de conduíte como aparece nas imagens. Hoje, sobre bikes novas, vou dizer que prefiro as mesmas amortecidas com a melhor suspensão que houver dentro de uma faixa de valor viável... mas sobre bikes antigas, não tenho dúvida alguma de que prefiro os velhos e bons garfos de Cr-Mo, principalmente os que possuem curvatura. 

Vou explorar mais este assunto...

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Arquivo 2013 - A Alta Oficina de Kamikaze

foto: Roberto Furtado / Revista Bicicleta

foto: Roberto Furtado / Revista Bicicleta
     Todo ciclista experiente percebe que uma bicicleta tem excelente funcionalidade e desempenho quando o conjunto de peças tem alta qualidade. A qualidade dos componentes da bicicleta dará a ela atributos especiais que o ciclista saberá usar nas pistas, nas ruas, em treinos ou em competições.
O aprimoramento destes componentes exige que a reparação seja realizada por um profissional especializado. Em alguns casos, a substituição de parte de um componente ocorre como única alternativa. É comum, devido à especificidade dos materiais de competição e alto padrão, não existir estoque de peças ou partes de componentes à pronta entrega. Também pode acontecer um desgaste no local de origem que não permita a adaptação perfeita no processo de troca das peças. Além disso, alguns competidores gostam de adaptar as peças às suas necessidades: isto é conhecido pelo nome de customização.
Este serviço especializado ainda é raro no Brasil. Poucos profissionais se destacam por serem bons mecânicos, especialistas em determinados serviços. Podemos afirmar que bons mecânicos são uma raridade! E com a grande tecnologia em bikes e peças, a reparação especializada torna-se uma necessidade. De forma alguma seria possível obter o sucesso em reparação “engembrando” peças em um equipamento de altíssimo desempenho. Um nome muito comentado entre os participantes do downhill é do mecânico de bikes Juliano Spolidoro Milesi, de Porto Alegre - RS, conhecido pela maioria dos atletas com o apelido de Kamikaze, ou simplesmente, Kamika. Juliano se destaca porque é um destes profissionais da alta oficina, também atleta das provas de downhill. Em 2011, como competidor da categoria Master A1, ficou em segundo lugar no Campeonato Gaúcho de Downhill. Kamikaze diz que recebe diversos pedidos de reparação vindos de todo Brasil, não somente para bikes de downhill, mas também em segmentos de bicicletas reclinadas, garfos amortecidos e shocks de bikes full para all mountain e XC de alto nível e valor, ou ainda em projetos especiais (protótipos).

Carlos Wagner Horn (Tchaka) diz que necessita dos serviços da alta oficina por causa das limitações da assistência técnica de algumas peças. “Na condição de preparador de bikes de muitos atletas de downhill, algumas vezes encaminho peças de clientes para a assistência, mas mesmo as grandes marcas como Fox, Rock Shox, Cane Creek e Marzocchi tem seus limites na reparação: às vezes o trabalho não pode ser feito, outras vezes fica muito caro... Então, o componente é considerado “sem conserto” e, neste caso, o serviço do Juliano é a única alternativa. Parte dos trabalhos que tenho necessitam do trabalho da oficina especializada”.
A Revista Bicicleta foi recebida por Juliano em sua oficina, que fez questão de mostrar a execução de alguns serviços especiais, utilizando materiais aprimorados para realizar a manutenção das bicicletas. Ele exibiu com orgulho o ferramental específico e o torno de revolução com o qual fabrica as buchas, eixos e parafusos especiais em materiais como Cr-Mo, alumínio, titânio, bronze e polímeros de última geração.
Na manhã em que o visitamos, Juliano confeccionou um jogo de eixos e buchas para um shock traseiro de uma full suspension para downhill. A tarefa exigia muito cuidado, pois as buchas possuíam anéis de vedação que garantiriam a permanência da lubrificação e a longevidade do serviço prestado. 
Um fato curioso é a inexistência ou dificuldade de encontrar certas ferramentas para extrair determinadas peças. Como não encontra tais ferramentas, Kamika resolveu produzi-las: extratores para retirar buchas de assentamento, rolamentos, dentre outras preciosidades da engenharia moderna em bicicletas. Como ele mesmo afirmou: “as peças devem ser removidas com extratores; nada de bater em peças para retirar. Peças que saem com pancada podem ser danificadas ou danificar o local em que são aplicadas”, mostrando a necessidade do aprimoramento da oficina especializada no Brasil, na qual ele é pioneiro. 
Clientes como Shanderlei Selva atestam o cuidado e profissionalismo com que Juliano trabalha: “o serviço do Kamikaze é de primeira e por um valor justo. Já consertei inúmeros componentes tidos como condenados. Ele já recuperou suspas, freios, um cubo e várias vezes fez buchas de balanças da suspensão traseira. Este tipo de serviço acaba sendo uma alternativa essencial para quem pratica esportes que torturam os componentes e a própria bike”.
Uma lista de espera chama a atenção na oficina: bicicletas, suspas, componentes aguardando a vez para serem consertados. Por vezes, uma longa espera, mas ainda muito interessante economicamente, já que estamos falando em perder ou recuperar peças de altíssimo valor. “Algumas bicicletas passam de 30 mil reais”, explica.
Juliano também atua em outro segmento da indústria metal-mecânica, não relacionado à bicicleta, mas fortemente ligada à reparação de maquinário industrial. A junção das duas paixões tem feito dele um grande profissional da alta oficina da bicicleta. “O fato dele possuir conhecimentos específicos da indústria metal-mecânica, de tornearia, fresagem e outros, faz dele um cara apto a reparar estas peças com segurança. Se ele disser que não dá para arrumar é porque não dá mesmo”, finaliza Tchaka.

Texto: Roberto Furtado / Revista Bicicleta