quarta-feira, 18 de abril de 2012

Caos da mobilidade urbana X queda nas vendas de veículos (parte 1)



Na "pedalada" da vida a gente se depara com uma infinidade de questões. No Facebook, Daniel Serafim, colega biker e pensador do mundo da bicicleta comemorou com certo entusiasmo o fato das vendas de veículos automotores terem caído com a redução de crédito. Acho sim que ele tem razão! Como ele mesmo diz, não temos mais espaços para tantos veículos e soluções para a mobilidade urbana surgem de alternativas como compartilhamentos, caronas, e outras possibilidades mais inteligentes do que pegar um carro grande e vazio e atravessar a cidade. A opção é encaixar o táxi, trem, carona com o vizinho, talvez aproveitar para usar a bicicleta nos casos de menor distância e pontualidade. Não podemos mais ser tão egoístas e continuar com esta visão de que pobre usa bicicleta e transporte coletivo, e que os bem sucedidos andam de carros grandes (uma massa de caminhonetes de luxo). E não se engane que estou a me revoltar sobre os carros de luxo, acho notável, lindo, uma perfeição da engenharia os tais carros sofisticados, mas eles são demasiadamente grandes... ocupam sim vagas muito maiores junto ao meio fio, atrapalham o trânsito pq a maioria dos motoristas desconhecem as reais medidas do mesmo e pensa estar dentro de um ônibus. Quantos você percebe e estão a utilizar duas pistas. Sem falar na questão da imponência que os faz pensar que estão super protegidos ali dentro, aumentando os desafios contra os demais no trânsito. Ciclistas, pedestres, motociclistas ficam também amedrontados. Os veículos grandes, tem o tamanho assustador de um utilitário, mas andam na velocidade de esportivos. Calcular o impacto  de duas toneladas com velocidade de 80 ou 120 km por hora, não é tão simples, mas é compreensível por qualquer um que este mata com maior certeza do que uma moto colidindo contra um carro normal. Os tais SUVs, e outros utilitários de uso urbano parecem ser muito mais úteis, mas não são... utilitário vem de útil! A responsabilidade pode ser a mesma, mas o veículo maior sempre causará danos maiores, e este entendimento é preciso que o condutor tenha, para que talvez possua mais responsabilidade. Abordei este tipo de veículo pq percebo muita coisa "estranha" no trânsito envolvendo estes tipos de veículos.  
Agora me pergunto pq o governo não toma medidas mais interessantes... quebrar ou reduzir o crédito para venda de veículos é uma questão econômica, mas poderia ser uma chance da população mudar de hábito. Como descrito na revista bicicleta do mês de Fevereiro de 2012, poderiam haver linhas de crédito para que as pessoas comprassem bicicletas de qualidade para utilizar no dia a dia. Não há... e não há como comprar certas bicicletas. Quem anda de ônibus, muitas vezes tem um orçamento tão apertado que não consegue comprar nem mesmo uma bicicleta. Acho que o governo tem um comportamento um tanto quanto infantil, sempre! Em vez de criar alternativas, altera o mercado, derruba resultados, compromete empregos de um um setor que ele mesmo incentivou, e depois deixa seu contribuinte com as mãos atadas. Isto é como um ciclista sobre uma bicicleta sem guidão... não há escolha, a não ser cair!

Roberto Furtado

2 comentários:

  1. Excelente texto, consegues de uma forma clara expor a mazela que vivemos hoje no trânsito nas grandes cidades.

    Deve existir JÁ uma quebra de conceitos pré estabelecidos que existe quase que uma obrigação a aquisição de um carro por conta de uma falsa sensação de melhora na sua (i)mobilidade.

    Na verdade o que vemos nas ruas são espaço mal aproveitados, onde um carro ocupa aproximadamente 4m³ para transportar em sua grande maioria uma única pessoa que ocupa não mais de 0,5 m²


    Da maneira como segue, não existe cidade neste planeta que comporte tamanho egocentrismo e indivualidade.

    Temos sim que copiar soluções adotadas em outros países, adoramos tanto copiar o que é lá de fora (BBB, CQC, Ídolos...) porque não copiar as coisas boas também?

    http://www.caronabrasil.com.br

    http://www.meiotaxi.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Acredite, Roberto, nesta semana, após vários meses, fui dirigindo até o centro da cidade de SP, pois precisava comparecer ao Sindicato. Fiquei horrorizado!!! Quase duas horas para dirigir - em primeira e segunda marcha - menos de 20 Km! Um cáos! Não há como inserir mais carros nas ruas das cidades e estradas do Brasil!

    ResponderExcluir

Seu comentário será aprovado em breve. Obrigado. Andarilho