terça-feira, 13 de março de 2012

Se o pensamento é pequeno, não há mobilidade urbana!

Fotografia: Roberto Furtado / Revista Bicicleta
O cotidiano de todo cidadão na cidade de concreto é um caos nos horários de pico. Aliás, desconheço o horário que não é de pico. Há tranqueira em todo horário! Para atravessar a cidade não há opção de trajeto que livre algum motorista dos engarrafamentos das sinaleiras, carros estragados, acidentes, saídas de colégio, e outras catástrofes do tráfego urbano. Morando em Porto Alegre, precisamente na zona sul, e estudando em Canoas (outra cidade de trânsito doentio), acabo sempre conhecendo os problemas da diversidade do deslocamento. Cada dia é uma pérola diferente. É uma Belina que ferve o motor na pista da esquerda, uma Kombi que perde a roda, um ônibus que empaca, um alguém atropelado, e lá vai o bom fluxo de trânsito. Tranqueiras quilométricas, horizonte de carros atrás de carros que somem nas curvas das ruas. E a esperança de não chegar atrasado na aula ou num trabalho termina ali mesmo com mais uma ligada da ventoinha do motor do meu "uneira". Queria tanto ir de bicicleta! No trânsito com a bike faria da zona sul ao centro em 30 minutos. Chegaria na estação do Tremsurb e a bordo do trem levaria até a estação de destino em 25 minutos, talvez menos. Lá, mais uma pedalada de 5 minutos e já estaria na universidade. Isto tudo poderia ser realidade, mas a administração do trem estabeleceu que munido de bicicleta, o passageiro pode ingressar somente após as 9 horas da manhã, e até  o limite das 16 horas. Ou seja, nem preciso mais ir! Para mobilidade urbana, a ligação entre o trem e ciclistas, passa a ser outra frustrada iniciativa sem sentido. Jamais haverá alguém com real necessidade estudar em meios períodos em universidades privadas. Sem sentido, deixei justamente de estudar na universidade federal pq ela não cobre períodos letivos cheios, "esfarelava" meu tempo entre dias da semana que não rendiam. Na federal, você pode esquecer ser autônomo, ou melhor, pode esquecer de ter um trabalho! Não sei onde as administrações querem chegar com pensamentos tão nanicos... se me perdoa o leitor, mas o desabafo sobre mobilidade urbana se trata de inteligência. Onde arrumaremos uma alternativa com sugestões tão tolas sobre mobilidade. Parece que a intenção é justamente dificultar. Não há opções, e por enquanto vamos bem. Quero ver em dois ou três anos, com outras centenas de milhares de carros e motos, aumento da frota de ônibus, também a história da tal copa. E aproveitando a história da copa, que bela bobajada preocupa a maioria. Copa não vai melhorar os problemas diários de mobilidade urbana, mas a velha bicicleta e suas facilidades junto a transportes coerentes com transporte metroviário e hidroviário, esta sim poderia nos salvar de tantos problemas que estão chegando. Principalmente em dias de Copa. Coisas de um administração mal pensada... e agora? Vamos juntar problemas para ir a cata de soluções? Sem mais o que pensar, posso apenas sonhar com ruas vazias. Roda pra frente...

Roberto Furtado

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